8 de julho de 2011

Mano Ney


Em seu aniversário

Santarém do Tapajós, 04 de julho de 2011

Os pais de longe vieram,
À terra natal retornaram.
Por tanto esta terra adorar,
Quiseram um filho gerar.
Mesmo de risco a gravidez,
O fizeram com grande altivez.
Assim como o primogênito,
Agora o “ultimo gênito”
Nasce em casa dos avós
E banha-se no Tapajós
Que do Amazonas vai após.
E o mano velho, já adulto,
Observa do caçula o vulto
Pequeno ao colo materno
Sob terno olhar paterno.
A criança cresce, anda,
Corre, brinca em ciranda,
E faz pergunta abelhuda,
Em torno de quem estuda.
E na foto do casamento
Aparece de olhar atento.
Mano velho vai partir,
Pra terras distantes seguir,
Longos anos sem ver, abraçar,
O caçula que olha sem chorar.
Raramente verá o irmão
Que o destino vai de arrastão.
Os anos passam tão lentos
Com vários empreendimentos,
E cada um pro seu lado
Levando a vida calado.
Que tinha irmão eu sabia,
Mas de tanto que não o via,
Era como se não existia,
Um conhecer sem alegria.
Por fim, reencontro feliz,
Que o tempo é douto juiz.
Começar de novo, aprender,
Um ao outro reconhecer,
Olhar bem, entender
Que aqui está um irmão
Em fraterna afirmação.
Saber do jeito que é,
Que é pessoa da fé,
Que se pode confiar,
E com ele se aliar.
Que tem grande coração
Por trás do jeito turrão,
Mas só quando não joça,
Seu jeito de fazer troça.
Que é reto e muito justo,
Não tem medo, nem tem susto.
É assim meu mano Ney,
Gente de fibra e de lei,
De querer bem, d’admirar,
De confiar, de amar.

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