7 de outubro de 2008

Um método perverso

Em meu livro "A Montanha da Sabedoria" (que começa a ser distribuído em bancas e livrarias, e os interessados podem solicitar pelo telefone 93 3523-2181 ou pelo e-mail 5poderes@gmail.com) faço referência a alguns métodos de obtenção de conhecimento, o principal deles sendo a lógica, na qual se apóia o método científico. Entre eles, muito utilizado, principalmente a partir de meados do século XIX, está a Dialética, precursora da Lógica.

É claro que nenhum instrumento, seja ele material como o fogo ou a energia atômica, seja intelectual como a Aritmética ou a Lógica, possui qualquer qualidade moral intrínseca. Não são nem bons nem maus, mas absolutamente neutros. É claro, também, que todos podem ser utilizados para o bem ou para o mal. Mas isto diz respeito à qualidade moral e ética do agente e não à do instrumento, que não a possui.

No entanto, a qualidade do método, no que diz respeito à eficácia na obtenção de resultados precisos, no caso, verdadeiros, pode fazer deles instrumentos de construção de teorias absurdas e preconceituosas, muitos dos quais conduzem a atos da mais absoluta e irracional perversidade.

Ao contrário da Lógica, propícia à construção de hipóteses e teorias, passíveis de serem submetidas a aferições comprobatórias práticas, a Dialética tem sido muito utilizada na geração de ideologias impossíveis de contestação a não ser por meio de negações das negações num processo interminável e insolúvel.

Democratismo, Liberalismo, Capitalismo, Socialismo, Comunismo, Fascismo, Nazismo, Ambientalismo ou Ecologismo, como queiram, até mesmo a mistura de conceitos religiosos e ideológicos no caldeirão da Teologia da Libertação e uma infinidade de outras ideologias são fruto deste método cognitivo insuficiente, a Dialética.

A História está plena de exemplos, desde os movimentos que produziram dogmas religiosos, apostasias e combate a estas, às teorias que construíram regimes políticos capazes de destruir milhões de seres humanos, como o de Stalin, na União Soviética e o de Hitler, na Alemanha nazista. Todos eles fruto de método de pensar incapaz de conduzir à verdade, ou pelo menos a hipóteses e teorias defensáveis até que vencidas por descobertas científicas mais esclarecedoras.

De modo geral, as pessoas detestam os recursos mais adequados ao raciocínio, como a matemática e a lógica. Conheço pessoas que se recusam a adotar a aritmética elementar até para ver se o salário chega ao fim do mês, mas afirmam dogmaticamente seus artigos de fé, suas inabaláveis e vãs suposições não verificáveis e, muito menos, mensuráveis.

É perfeitamente possível provar a veracidade de fenômenos físicos e químicos, pelos menos a maior arte deles, e é baseado nesta certeza que se enviam homens e artefatos à Lua e a Marte com sucesso. Mas não é possível verificar determinados fenômenos psicológicos e sociais. O belo edifício da Psicanálise, tão bem construido, desmoronou por falta de comprovação de suas premissas, mas foi defendido com ardor por seus fieis adoradores.

É interessante notar a influência da psicanálise na sociologia, na antropologia, na arte e na religião, nos costumes e na liberalização da discussão dos assuntos sexuais, o que vem comprovar os efeitos da dialética nos assunto humanos, alguns com efeitos amenos, como é o caso da psicanálise, outros com terríveis conseqüências, como a teoria da raça pura nazista.