7 de junho de 2019

Inteligência Artificial e a Humanidade no século XXI


A partir do início do século XXI a ciência da computação acelerou as pesquisas e alardeou inúmeras profecias sobre inteligência artificial e seus crescentes impactos na vida humana.
Hoje, no limiar da terceira década deste século, algumas daquelas profecias se tornaram realidade e muitas outras encontram-se em vias de acontecer.
No dia 22 de abril de 2019 Elon Musk, Presidente da Tesla, anunciou para 2020 um milhão de robotáxis, automóveis colocados a serviço do transporte automático (sem motorista) de passageiros, enquanto seus futuros proprietários exercem outras atividades, ameaçando serviços concorrentes como Uber e outros aplicativos. A partir de então milhões de motoristas perderão seus empregos.
O primeiro robô da delicadíssima  colheita de framboesa, apelidado de "Robocrop", foi desenvolvido pela Fieldwork Robotics, originalmente parte da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, e ameaça outros milhões de trabalhadores rurais neste e em outros cultivares.
O robô computadorizado, dotado de inteligência artificial passa a raciocinar com maior precisão e velocidade que o ser humano colocando em xeque a cognição humana, em todos os domínios, tornando-a inútil e dispensável.
Isto coloca a Humanidade em sério risco, diante de ameaças de extinção por completa inutilidade, uma vez que - atingida a capacidade de se auto programar, auto corrigir e auto reproduzir - o robô será totalmente autônomo do ser humano.
Não restará ao Homem qualquer papel relevante nem na produção de bens materiais, nem intelectuais. A Humanidade não servirá ao menos de alimentação das máquinas, como se fossemos aviários ou pocilgas, porque máquinas se alimentam de eletricidade e algum lubrificante.
Pergunta-se:
a) Poderão existir em paralelo duas sociedades, de um lado a comunidade das máquinas, auto regulada, produzindo para seus próprios benefícios e necessidades, e com as prioridades que ela mesma estabelecer; de outro a Humanidade que, gradativamente, ao longo da evolução da inteligência artificial, vai perdendo o protagonismo de sua própria existência?
b) Seguirá a evolução da inteligência artificial na direção do benefício da Humanidade, fazendo-a evoluir em melhoria da saúde, longevidade e bem-estar, ou no de sua destruição?
Podemos especular se a sociedade das máquinas - que poderíamos chamar Maquinidade (Machinety) ou Robonidade (Robotnity) - poderá ter sua economia centralizada, ou seja, não haverá mercado, porque o processamento de Big Data poderá considerar todos os fatores e planejar a operação de cada máquina em função de todas as demais.
Por consequência, não haverá necessidade de dinheiro, da mesma forma que cada robô será proprietário de si mesmo e a Maquinidade será totalmente transparente, uma vez que cada máquina poderá quebrar em curtíssimo tempo a criptografia das demais.
Caso a inteligência artificial evolua para o benefício da Humanidade, esta será uma sociedade saudável, longeva, sem política, sem governo, diletante, dedicada aos interesses individuais, mas totalmente regrada por leis e controle da inteligência Artificial, que saberá mais sobre cada indivíduo do que o próprio.
Enquanto o processo não atinge tal estágio, haverá muitos problemas a serem resolvidos como o da subsistência da Humanidade crescentemente sem emprego nem renda, tornando inúteis, por exemplo, esforços como o atual equacionamento da previdência social e do desenvolvimento econômico, porquanto o desemprego generalizado desmonetiza o mercado saturado de belas mercadorias sem compradores, o que exigirá a instituição, entre outras, de políticas de renda mínima universal.
Quanto mais rápido e objetivamente as nações do Mundo se ajustarem à inexorável evolução da inteligência artificial, minimizadas serão suas ameaças e menores os sacrifícios exigidos da Humanidade.

5 de junho de 2019

Encontro com a Felicidade

Amados irmãos, cunhados e sobrinhos,
Amados filhos, genros, filhos, netos e bisnetos,
Nancy, amor de minha vida,
Para aqueles de nós que nos aproximamos dos noventa anos, cada ano que passa é uma vitória da vida. Vitória da vida sobre este prodígio que é o corpo humano, maravilha sim, mas  um corpo cansado, cheio de mazelas que resiste bravamente ao passar do tempo. É vitória sobre o cansaço, sobre a doença, sobre o desânimo. É vitória da força de vontade. Vitória do amor à vida.
Para aqueles de nós que nos aproximamos dos noventa, o que importa é ser feliz. Depois de tanta busca por coisas e pessoas que nos façam felizes, depois de tantos enganos, tropeços e fracassos, finalmente chegamos dentro de nós mesmos, ali enfrentamos a nós mesmos e encontramos a felicidade, porque a felicidade mora dentro de nós. Quando atingimos este estágio, o Mundo pode desabar ao nosso redor, vicissitudes podem atingir a nós ou a pessoas amadas, podemos sentir e sofrer as perdas, mas não perdemos a felicidade, mantemos o doce prazer de simplesmente existir. “Je pense, donc je suis”? Não. O axioma se transforma em “existo, logo sou feliz”.
Portanto, meus amados, quando adquirimos a noção da real dimensão dos dons da vida e da felicidade, o tempo já lavou nossas almas do preconceito, da intolerância, do ódio, da ganância, das paixões políticas, religiosas e ideológicas e tantos outros males do espírito que causaram crimes sem conta à Humanidade. Instituições, métodos, agentes econômicos, políticos e religiosos perdem totalmente a relevância diante da simplicidade do fator bastante e necessário para ser feliz: viver.
A todos que tanto carinho e afeto demonstraram em suas felicitações, lembranças e presentes, meus sinceros e sensibilizados agradecimentos. Muito obrigado. Amo vocês.
Ah! Sim, o presente que eu almejava adquirir seria um Mercedes-Maybach (foto), mas ainda não deu, talvez ano que vem. 
Por enquanto troco o celular.