25 de julho de 2011

Cadê Helenilson?

Síndrome é um ou grupo de sintomas da mesma condição médica ou psicológica. Há algumas delas bastante conhecidas, como a síndrome de Down, associada a dificuldades cognitivas, desenvolvimento físico e aparência facial ou a síndrome de Estocolmo que afeta a vítima de seqüestro que tenta se identificar ou captar a simpatia de seu sequestrator.
Agora surge novo tipo de transtorno, a síndrome de Odair, extremamente contagiosa que passa rapidamente de um para outro dos nascidos no Pará d’Oeste, previamente ardorosos propagandistas da criação do Estado do Tapajós que, por aborto da sorte, se tornam vice-governadores do Pará e, a partir daí, passam a trair seus sagrados ideais. Esta síndrome é descrita como o abjeto abandono dessa gloriosa causa em troca da servil obediência ao governante cabeça da chapa que o elegeu e leva o nome do político santareno que inaugurou essa modalidade de transtorno moral, Odair Correa.
Parece, no entanto, que Odair se arrependeu do vexame que deu durante seu mandato de vice. Apresentou-se na solenidade do lançamento, na Câmara de Vereadores de Santarém, da filosofia da campanha pró Estado do Tapajós pelo lendário marqueteiro Duda Mendonça. Acho que todos têm direito ao arrependimento e a segunda chance. Até lhe dei boas vindas e o abracei quando veio me cumprimentar. Espero que ele possa, novamente, contribuir para o sucesso da campanha na qual todos são necessários. Venha Odair, vamos todos juntos lutar por Carajás e Tapajós.
Não bastava a enorme decepção que tivemos com a rendição do Odair àquilo que ele considerava as glórias do poder, abandonando a causa de toda sua vida para se submeter à vontade do pior governante que o estado do Pará já teve: Ana Julia Carepa. Temos agora nova decepção. Dias depois de servilmente acompanhar seu amado governador que, a pretexto das festividades dos 350 anos da fundação de Santarém, aqui veio fazer proselitismo contra o estado do Tapajós, o festejado tributarista e vice-governador incumbente Helenilson Pontes, antes propugnador dessa multissecular idéia, simplesmente desaparece exatamente no momento em que a campanha toma corpo em histórico evento.
Helenilson não somente fugiu desse importante acontecimento, como não participa de qualquer esforço em prol da criação dos estados do Carajás e Tapajós. Pior ainda, deixa que o chefe da casa civil do governo Jatene imponha à máquina do estado a defesa do NÃO e o combate ao SIM. Nem ao menos obtém do governador que este assuma o papel que lhe compete de magistrado imparcial e neutro. Esperávamos todos os seus eleitores, hoje amargamente arrependidos, que Helenilson aproveitasse o péssimo exemplo de Odair para evitá-lo, fazer exatamente o contrário, utilizar sua importante posição para promover a criação dos estados do Carajás e Tapajós.
Talvez Helenilson ache que sua vice-governança se deva exclusivamente a méritos seus. Ele os tem, sem dúvida, mas insuficientes. Qualquer um que preencha requisitos mínimos poderia ter sido o escolhido para servir de fantoche na ludibriação do crédulo eleitor do Pará d’Oeste. Vários políticos e empresários poderiam substituí-lo e ninguém notaria diferença. Tudo o que Jatene queria, na formação de chapa na eleição de governador, era um nome jamais provado na administração pública, portanto sem rejeição importante que pudesse afugentar eleitores, simplesmente para aproveitar a imensa ojeriza que o Pará d’Oeste tem por Ana Júlia.
Talvez Helenilson ache que possui importante peso eleitoral. Ledo engano, neste particular ele vale tanto quanto seu antecessor.
Talvez Helenilson ache que depois do triste papel que está fazendo, da recusa em enfrentar nossos piores inimigos, o povo do futuro estado do Tapajós se esquecerá dessa traição.
Talvez Helenilson ache que pode tripudiar, enganar, atraiçoar as esperanças que nosso povo inocentemente nele depositou. Está equivocado. Não perde por esperar.
Mas, assim como a Odair, concedo a Helenilson a oportunidade de se redimir. O que todos queremos é que Helenilson, em primeiro lugar, reconheça que deve fidelidade não a Jatene, mas a sua gente, habitante do Pará d’Oeste, o povo do estado do Tapajós. Depois, que use todos os artifícios e artimanhas que sua inteligência, cultura, habilidade e experiência possam arquitetar para colocar em cheque o governador e seu testa de ferro Zenaldo Coutinho, forçando-os a cessar o uso da influência política do governo e da máquina do estado contra a criação dos estados do Carajás e Tapajós.
Helenilson está governador, interinamente, enquanto Jatene goza as delícias do Caribe, na Martinica. Então porque não usa poder e autoridade do cargo para coibir os abusos do Zenaldo? Até mesmo o demitir?
Helenilson pode infernizar a vida de Jatene, impedir que se ausente do estado, articular a oposição na Assembléia, apresentar alternativas de estratégia de governo, enervá-lo como pulga, enfraquecê-lo como ameba. Principalmente, propugnar pelos estados do Carajás e Tapajós. Certamente, sofrerá retaliações, restrições, contra-ataques, será odiado por Jatene. Mas estará exercendo sua real missão. Será um líder. E será amado por seu povo. E se tornará um dos maiores heróis do estado do Tapajós.

2 comentários:

Anônimo disse...

Salvo engano, é inconstitucional um executivo do estado ser a favor da divisão do estado que governa. Podendo ser, se não estou enganado, sofrer dispensa de seu cargo.

Sebastiao Gil de Lalor Imbiriba disse...

Art. 14 - A incorporação, a subdivisão ou o desmembramento do Estado, para anexação a
outros, ou formação de novos Estados ou Territórios Federais, só poderá ocorrer mediante
aprovação da população, a ser definida em lei, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.