2 de dezembro de 2014

A Salvação do Glorioso Botafogo


Dois milhões de torcedores botafoguenses doando dez prestações mensais entre sete e quatro mil reais permitirão ao Clube arrecadar oitocentos milhões de reais, conforme a tabela abaixo.

Faixa
 Número de
torcedores
contribuintes
 10 Prestações de
R$
 Total das
contribuições
R$
1
       1.000.000
               7,00
    70.000.000,00
2
          500.000
             15,00
    75.000.000,00
3
          250.000
             31,00
    77.500.000,00
4
          125.000
             62,00
    77.500.000,00
5
            62.500
           125,00
    78.125.000,00
6
            31.250
           250,00
    78.125.000,00
7
            15.625
           500,00
    78.125.000,00
8
              7.812
        1.000,00
    78.120.000,00
9
              3.906
        2.000,00
    78.120.000,00
10
              1.953
        4.000,00
    78.120.000,00
Total
       1.998.046

  768.735.000,00

Os contribuintes receberão homenagens e direitos, crescentes conforme as faixas de contribuição, a serem definidos. Os direitos devem ser principalmente simbólicos para não comprometer a situação econômica do Clube.

Atrativos poderão ser sorteio de ingressos para jogos do Glorioso, camisas autografadas, fotografias e almoços ou jantares com jogadores e torcedores célebres.

Torcidas de outros clubes brasileiros e internacionais devem ser incentivadas a participar. O público feminino deve ser preferencialmente aliciado para atrair ainda mais o masculino.
O Clube deverá promover discussão pública para recolher sugestões e ideias para realização deste projeto.


Esta e outras campanhas serão lançadas para sanar as dívidas, reestruturar, ampliar e fidelizar os quadros atlético e social contribuinte do Glorioso Time do Botafogo.

27 de novembro de 2014

Renda Mínima Incondicional e Universal

Refletindo a respeito do que se tem falado e escrito sobre a eliminação da miséria, redução da pobreza e diminuição da desigualdade de renda entre classes sociais, bem como os métodos propostos para solução destes graves problemas, entre os quais diversos programas assistenciais, seguros e impostos de renda negativos chego à conclusão de que há absoluta necessidade de instituição de Renda Mínima Incondicional e Universal.
Antes de entrar no mérito da renda mínima, cabem duas perguntas:
1.   Deve o Estado prover alguma coisa a todos os cidadãos sem cobrança direta?
2.   A quem compete o dever de socorrer um recém-nascido abandonado cujos pais e parentes hajam falecido?
Para o primeiro caso, basta dar exemplos muito simples: as cidades oferecem a todos os que queiram utilizá-las ruas, avenidas e parques; o Estado se encarrega da Segurança Nacional, realizada pelas Forças Armadas, e da Segurança Pública, proporcionada pela Polícia. Estas despesas são cobertas por tributos gerais sem vinculação direta com os serviços prestados que são gerais e gratuitos.
No caso do bebê, estou certo de que haverá quem o queira socorrer e criar. Mas, certamente, cabe ao Estado regulamentar, promover e apoiar a adoção. Se assim é, o Estado deveria ajudar financeiramente os pais adotivos. O mesmo se aplica a outros inválidos desassistidos e carentes.
O pensamento liberal pode desejar o Estado mínimo, mas não pode dispensar o Estado ou, pelo menos, suas funções essenciais, principalmente a Justiça e as Leis que permitam o funcionamento desta. Concluímos, portanto, que o Estado deve existir e deve prover serviços essenciais, inclusive a assistência econômica mínima para garantir subsistência e dignidade aos desvalidos.
Quando falamos em dar dinheiro a pobres, nos vem à lembrança a ideia de incentivo ao descanso, mas não podemos esquecer que os pobres são os menos instruídos e que o maior convite à inércia é o desconhecimento das oportunidades, benefícios e orgulho do trabalho qualificado. Desta forma, nenhum programa de erradicação da pobreza frutificará sem apoio intenso da educação para o trabalho e o empreendimento.
Agora, não cabe ao Estado julgar caso a caso quem merece a assistência financeira. Isto implicaria em extensa burocracia e, certamente, em corrupção. Não importa se o indivíduo tem ou não necessidade do subsídio. Todos terão direito a recebê-lo. Se a Lei deve ser universalmente aplicável, então, esse tipo de assistência será também universal.
A Renda Mínima (RM) atende ao dever do Estado de atender necessidades econômicas mínimas à dignidade humana e será o valor pago, incondicional e universalmente a todo e qualquer indivíduo desde a gestação até a morte.
Esse valor deve ser suficiente para o custeio, sem necessidade de quaisquer outros subsídios, das funções – nutrição, proteção e reprodução – e necessidades básicas de vida decente e digna do indivíduo - educação, alimentação, vestuário, moradia, transporte, higiene, saúde e aposentadoria ou seguros correspondentes.
A renda mínima deve ser estabelecida pela média das necessidades básicas de toda a população. Também deve ter valor único, ser incondicional e universal para evitar a burocracia e a corrupção induzidas pelo estudo de casos individuais.
A renda mínima substitui e elimina os gastos de execução de todos os demais programas sociais fornecidos pelo Estado.
Como dito acima, o cálculo da RM deve incluir prêmios de seguros essenciais, de tal forma que desemprego, aposentadoria, despesas de saúde e outros não mais serão encargos do Estado e passarão a ser responsabilidade do indivíduo devidamente garantido por seguradora de sua própria escolha. É claro que as seguradoras devem ser garantidas elas próprias por resseguros e o sistema securitário adequadamente regulado. Dormimos mais tranquilamente quando sabemos que guardas-noturnos velam por nosso sono; assim, confiaremos melhor no mercado securitário se este for adequadamente vigiado.
O valor da RM será estabelecido em levantamento censitário das despesas médias dos indivíduos de uma família padrão - dois adultos e duas crianças – de modo a permitir a correta adequação do orçamento familiar.
No entanto, a RM deve ser mantida em nível intermediário, entre o imediatamente superior ao da pobreza extrema e o imediatamente inferior à renda de uma família padrão sustentada por dois adultos, cada qual recebendo um Salário Mínimo (SM) vigente no momento do início da transição entre os regimes atuais e o da plena vigência da RM.
Desta forma, a renda mínima de cada membro da família padrão será inferior a um quarto daquele salário mínimo. É muito provável que o aluguel ou prestação de compra de casa rateada por duas ou mais pessoas será menor do que por apenas uma. O mesmo se aplica à alimentação, energia, e outras facilidades quando compartidas. Desta forma, a vida econômica do indivíduo solteiro será mais dispendiosa, promovendo a agregação familiar.
Ao mesmo tempo, tanto a renda individual quanto a familiar estarão em tal nível que, embora atendam as necessidades mínimas, ainda requeiram renda adicional para conforto e autoestima.
O objetivo é que a renda mínima ampare os que não possam trabalhar devido a desemprego, incapacidade, idade menor ou velhice, doença, deficiência ou compromissos com cuidados a filhos pequenos, ao mesmo tempo em que sirva de estímulo à busca de aumento da renda pelo trabalho.
Os sistemas que retiram o subsídio quando o indivíduo obtém renda própria é contraproducente e desestimulador. A renda mínima será permanente e qualquer renda proveniente do trabalho se adiciona a ela, melhorando o padrão de vida do trabalhador, incentivando constante qualificação, reciclagem e aperfeiçoamento.
O custeio do programa de RM será realizado pelos seguintes meios:
•         Eliminação de todas as despesas de cunho assistencial do Estado;
•         Eliminação de todos os tributos incidentes sobre trabalho e salário substituídos pela aplicação de dois tributos complementares sobre: faturamento bruto e renda ou lucro líquidos.
Em prazo previamente estabelecido, o mais curto que seja possível, o salário mínimo será eliminado. O valor do trabalho será estabelecido por acordo entre empregado e empregador, sem adicionais de qualquer espécie obrigatório por lei, de modo a manter a empresa competitiva.
Após um período de transição, todos os serviços sociais custeados pelo Estado serão descontinuados e a economia decorrente transferida para cobrir as despesas da RM. Entre os serviços a serem interrompidos contam-se, por exemplo: aposentadoria, defensoria pública, seguro-desemprego, medicina e educação.
O Estado será liberado de todas as atribuições que não lhe sejam intrínsecas, restringidas a: Defesa Nacional, Diplomacia, Justiça, Fisco, Polícia, Saúde Pública, Regulação do mercado e os serviços essenciais ao funcionamento dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
A propósito, embora esta não seja a preocupação central destas reflexões, os funcionários de Estado - por exemplo: juízes, militares e auditores - serão concursados, admitidos e remunerados em carreiras de Estado uniformes e remuneradas em níveis compatíveis do mercado. Os funcionários auxiliares dessas funções de Estado – por exemplo: secretários, escriturários e porteiros – serão contratados, admitidos e remunerados conforme a média das regras, funções e valores semelhantes no mercado, visando sempre à agilidade, qualidade e continuidade dos serviços. De qualquer forma, o funcionário público não disporá, às custas do Estado, de serviços tais como assistência médica, aposentadoria e outros, devendo neste aspecto igualar-se aos demais cidadãos.
Uma vez que o salário mínimo seja abolido, as instituições empregadoras do mercado estarão livres para acordar com seus empregados as respectivas remunerações. Qualquer benefício adicional à RM proveniente de remuneração do trabalho dependerá da política de Recursos Humanos refletiva da visão estratégica de cada empresa. Evidentemente, as mais criativas e inovadoras oferecerão os maiores atrativos.
O trabalho de alta qualidade e desempenho sempre foi e sempre será bem avaliado e bem pago, como é o caso de artistas, desportistas e executivos realmente talentosos.
O mercado encontrará o nível “normal” de remuneração de cada competência: não poderá ser ínfimo por não atrair a quem tenha renda mínima sem qualquer esforço; não será exorbitante pela pressão sobre lucratividade e competitividade; mas tenderá a ser o suficientemente grande para atrair talento, competência e capacidade de apresentar resultados.
Sendo o valor do trabalho estabelecido dessa forma, mesmo o trabalhador menos qualificado poderá encontrar colocação, tornando o pleno emprego próximo de ser atingido.
Os efeitos da criação e universalização da RM, extinção dos encargos assistenciais do Estado e eliminação do SM seriam importantes no funcionamento do Estado, na economia e na vida dos cidadãos pelos seguintes motivos:
1.           Eliminaria a miséria e a pobreza extrema;
2.           Diminuiria a disparidade de renda;
3.           Ampliaria o mercado consumidor de produtos e serviços básicos na faixa mais inferior da pirâmide econômica, alavancando toda a economia;
4.           Quanto melhor qualificado e mais valioso o trabalho, maior o salário acordado entre empregado e empregador;
5.           O trabalhador sem qualificação ainda encontraria oportunidade de emprego e acréscimo de sua renda mínima. Por outro lado, uma vez que as necessidades básicas estarão atendidas, por mais ínfimo que seja o salário terá que ser suficientemente atrativo para demover o trabalhador desqualificado da inércia.
Em curto tempo de adaptação o livre mercado, minimamente regulamentado, resolverá os problemas de oferta e prestação correta e barata de serviços tais como educação e saúde, permitindo a livre escolha pelos usuários entre diversos concorrentes.
É possível que, em localidades pequenas e remotas, não haja atrativos para os fornecedores desses serviços. Tais casos devem merecer tratamento especial e específico, sem prejuízo de um programa que deve ser universal, incondicional e desburocratizado. O terceiro setor deve ser estimulado, mas não financiado, pelo Estado a atender essas necessidades excepcionais.
Ainda, o indivíduo não educado ou inconsequente pode não saber distribuir corretamente sua renda entre despesa supérflua e investimento no futuro, desprezando a contratação de seguros de saúde, emprego e aposentadoria, ou de formar poupança para momentos de maior dispêndio e emergências.
Nestes casos, a sociedade deverá decidir se aposta na educação e no discernimento de cada um, amparada na nomeação de tutores para os menores e incapazes, ou se mantém instrumentos assistenciais, reguladores e controladores com a consequente burocratização, altos custos e corrupção.
O programa de renda mínima deve ser antecedido e acompanhado por extensa e intensa campanha educativa sobre responsabilidade financeira e administração do orçamento familiar. O indivíduo deve ser livre para gastar seu dinheiro como desejar, mas absolutamente responsável pelos atos que cometer.
Não cabe ao Estado ser tutor de cada indivíduo, o que conduz ao controle e cerceamento da liberdade. Cada indivíduo deve ser responsável por conduzir sua própria vida, com discernimento, dignidade e liberdade. Afinal, cada pessoa deve ter livre arbítrio e responsabilidade sobre seus atos.
A grande maioria da população sabe se conduzir corretamente, aprende a usar cartão de débito e crédito, Internet e telefone móvel, e usa tais instrumentos em sua vida rotineira, assimila a cultura da responsabilidade pelas próprias atitudes e discernimento financeiro, coisas que pode aprender aprende no lar, na escola e na mídia. Portanto, nada impede que o sistema de renda mínima funcione bem e cada vez melhor.
Os programas sociais, entre os quais se incluem saúde, educação e aposentadoria, são os maiores sorvedouros de recursos do Estado que, para atendê-los, monta estruturas burocráticas monstruosas, caras e corruptas. Liberar o Estado desses encargos o tornaria mais dinâmico, mais eficaz e mais benéfico.
A iniciativa privada, com certeza, é capaz de produzir mais e melhor, proporcionando maior satisfação ao cidadão consumidor.
A renda mínima, associada à eliminação dos entraves burocráticos, encargos e despesas para-salariais das empresas e assistenciais do Estado permitirá o funcionamento de uma sociedade menos sobrecarregada de impostos, mais responsável, mais produtiva, mais equânime, mais afluente e mais feliz.
Cabe à sociedade decidir se pretende que o Estado nos mantenha, a todos, escravos dos políticos no poder ou se acredita na autonomia e na dignidade do indivíduo.

21 de outubro de 2014

Eleições 2014 – Dilma ou Aécio?

Antecedentes

Luiz Inácio Lula da Silva, ao tomar posse, recebeu um estado estruturado e hiperinflação dominada, mas uma economia conturbada pela desconfiança do mercado em relação aos seus pretensos propósitos socializantes e estatizantes. A carta-compromisso que dirigiu aos brasileiros, as declarações tranquilizadoras de Fernando Henrique Cardoso e a escolha do mais importante industrial do setor têxtil como seu vice-presidente, ocorridas antes das eleições, bem como, logo no início do governo, a nomeação e as medidas ortodoxas de Henrique Meirelles, no Banco Central, e de Antônio Palocci, no Ministério da Fazenda, estabeleceram e mantiveram a confiança do mercado durante o primeiro mandato de Lula.
A imediata volta à estabilização do Real, a forte demanda mundial por commodities, criando importantes superávits comercial e fiscal, proporcionou um período de crescimento econômico, aumento do emprego, eliminação da dívida pública externa e financiamento de um dos maiores programas mundiais de transferência de renda para as classes menos favorecidas, as quais aumentaram a base de consumidores, ampliando o mercado interno nacional.
No segundo mandato de Lula, a crise do sistema financeiro mundial, colocando a economia global em recessão, o escândalo do mensalão, a demissão de Palocci e nomeação de Guido, o câmbio valorizado e outros fatores internos e externos iniciaram um processo de degradação de diversos setores industriais brasileiros e a progressiva diminuição dos saldos positivos no comércio externo.

O estado da economia brasileira

Ao assumir a presidência, Dilma se viu às voltas com sucessivos escândalos de corrupção em alto nível, tendo que demitir sete ministros e um sem número de outros altos funcionários, em seu primeiro ano de governo. Dilma e Mantega adotaram diversas medidas heterodoxas - diminuindo o superávit fiscal, praticaram “pedaladas” contábeis, tentando esconder o crescente déficit, contiveram os preços dos combustíveis e esvaziaram o caixa da Petrobras, reduziram as margens das empresas de eletricidade - provocando suspeição e descrédito no mercado quanto à correta condução da economia brasileira. O descrédito fez com que a Bovespa, já afetada e não recuperada da crise financeira mundial de 2008, continuasse despencando e inviabilizando projetos dependentes da confiança dos investidores.
O panorama mundial revela decréscimo da demanda de commodities, afetando o agronegócio e as mineradoras brasileiras; a autossuficiência já atingida pelos Estados Unidos na produção de gás e quase alcançada na de petróleo, coloca a indústria petroleira mundial na perspectiva de superprodução e queda de preços. A balança comercial externa brasileira é afetada negativamente pelo menor valor das commodities e positivamente por menores dispêndios na importação de petróleo e derivados. A próxima entrada em funcionamento de algumas refinarias e dos poços do pré-sal darão ao Brasil autossuficiência em petróleo e seus derivados, no entanto, baixos preços mundiais e os altos custos da produção em grandes profundidades impedirão que o país se torne grande exportador de petróleo.
O emprego está caindo e o desemprego já se manifesta em alguns setores industriais. A destruição provocada pela seca prolongada que afetou a maior parte da agricultura no Sudeste brasileiro levará de dois a quatro anos para ser recuperada e retornar aos níveis de produção e produtividade de 2013. Um dos instrumentos de alavancagem do crescimento econômico, o incentivo ao consumo pelo mercado interno pelo oferecimento de crédito fácil esgotou sua capacidade devido ao endividamento da população.
Tudo isto indica que a economia brasileira enfrentará sérias dificuldades nos próximos anos.

O perfil dos candidatos

Qualquer que seja o próximo presidente, Dilma ou Aécio, terá que enfrentar esses problemas com os arsenais que possuem.
Ambos os candidatos tem formação acadêmica em Economia e experiência em administração pública, possuem visão estratégica e geopolítica, são patriotas e bem intencionados, gozam de boa saúde, são dinâmicos, enérgicos, disciplinados e são suportados por grandes partidos coligados a outros de menor porte. Ambos e se propõem a bem servir ao Brasil e a seu povo.
As propostas dos dois são muito semelhantes: combate a inflação, à criminalidade e à corrupção; melhoria na saúde e na educação; expansão dos programas sociais; investimento em infraestrutura. Embora o governo Dilma tenha sido marcado por algumas heterodoxias, é possível que sua promessa de substituição de Mantega e slogans de campanha “governo novo” e “ideias novas” indiquem o retorno à ortodoxia do início do governo Lula. A prática econômica dos dois candidatos pode ser classificada como socialdemocracia próxima às vigentes no norte europeu.
Embora isto não seja óbice eleitoral, Dilma possui um discurso complicado - às vezes desconexo, com incorreções gramaticais, prejudicado por caretas e trejeitos - que lhe dificulta a interlocução, enquanto o discurso Aécio é claro, correto e fluido, apoiado em adequada expressão facial e corporal. Mas a principal diferença entre Dilma e Aécio é a experiência político-eleitoral de cada um.
A única experiência anterior de Dilma foi sua candidatura a presidente, proposta, planejada e dirigida por Lula. Dilma agora conduz sua campanha à reeleição com mais autonomia, porém ainda com o apoio indispensável de Lula, sem o qual, provavelmente não teria chances. No entanto seu período na presidência lhe proporcionou grande conhecimento e experiência nos diversos aspectos do exercício do cargo.
Aécio foi educado na habilidade política de seu avô, Tancredo Neves; participou, articulou e conduziu eleições vitoriosas para deputado federal, presidente da Câmara dos Deputados, governador de um grande estado e para senador da república; sua capacidade de articulação e congregação ficou demonstrada quando muitos políticos de partidos da base de apoio a Dilma e quase todos os candidatos derrotados no primeiro turno lhe declaram apoio no segundo.

Perspectivas

O ano de 2015 será crucial para o sucesso do mandato do presidente eleito, seja Dilma ou Aécio.
Como visto, são pouco promissoras as previsões para a economia brasileira nos próximos anos. Há uma crise de confiança do mercado na solidez econômica nacional.
Houve renovação no Congresso Nacional. Na Câmara dos Deputados, ocorreu diminuição da atual bancada de apoio firme a Dilma, de 121 para 99 deputados; também houve racha dentro de outros partidos apoiadores pouco confiáveis; estes partidos fazem parte de uma bancada - propensa a aderir a quem mais ofereça - que aumentou de 253 para 262; a bancada de apoio firme a Aécio aumentou de 136 para 147 deputados.
A nova configuração na Câmara aponta a possibilidade Dilma ter que enfrentar dificuldades mais sérias para constituir maioria do que no mandato anterior. As dificuldades de Aécio seriam menores devido à sua maior base de apoio firme. Ambos, porém, não terão vida fácil no Congresso: - Dilma por necessitar de intermediários devido à sua limitação na interlocução direta e Aécio devido ao reconhecido poder de fogo opositor do PT e seus aliados, PDT e PCdoB.
Os investimentos em infraestrutura têm papel primordial na alavancagem da economia e na melhoria da competetividade nacional. Resta saber de onde advirão os recursos tão grandes e tão necessários para concluir tantas obras inacabadas e iniciar outras tantas ainda maiores. E isto sem descurar da educação, da saúde, da segurança e da redução da pobreza.
O cenário exige grande competência administrativa, alta capacidade de liderança, muita firmeza e paciência, e extraordinária habilidade política.
Ambos os candidatos são muito dignos e muito competentes, mas qual dos dois disporia de maior capacidade de liderar, criar confiança, atrair investidores, conciliar o Congresso em torno de projetos nacionais, introduzir processos administrativos mais eficazes e incentivar a participação cooperativa dos servidores públicos, levantar o moral dos empreendedores e da população?
Esta é a resposta que cabe ao eleitor.
Isto é o que descobriremos ao fim do mandato.


14 de outubro de 2014

What is the future of the pre-salt?

Brazil has high hopes in much it can do with the resources generated when it becomes a major exporter of oil from the pre-salt.
The main question is how much the pre-salt oil can contribute to the much needed resources to projects in the areas of education and health, the two major Brazilian problems, if international oil prices fall due to American self-sufficiency.
The pre-salt oil is the most expensive in the world because of the enormous difficulties of operating in so deep and so far from the coast waters.
The United States is approaching self-sufficiency in oil and shale gas. If and when this happens, there will be overproduction of oil in the world.
In this case, there will be two hypotheses: a) For strategic and environmental reasons the USA will keep their deposits as reserves and continue to import; b) For economic reasons and to improve the balance of payments the USA would become exporters of oil and gas. In both cases the price of a barrel of oil will drop to very low levels, even more in the second case, the most likely, not only to liberate Europe from the withers imposed by Russia, but also to maintain economic hegemony on the Chinese threat.
In the first case, if there is no self-sufficiency or the USA opting to continue importing and the Brazilian pre-salt producing enough to supply the domestic and export at high prices, profits, royalties and taxes will generate huge sums applicable in educational and medical projects.
On the other hand, if the USA, which now imports a hugeness of oil from various countries, achieves self-sufficiency, indeed, the international price of the product will fall, affecting the economies of all producers, including Brazil, if the production of pre-salt becomes important, as expected.
In this case, Brazil could meet their needs with imported oil at prices below the pre-salt production cost, which would remain as a reserve for over fifty years. Petrobras would continue supplying the domestic market with either expensive oil from pre-salt, or with cheaper imported oil, but most probably would not have the expected huge income.
To get an idea, currently (2014), Japan and Korea pay $ 14 per thousand cubic feet of gas from Qatar, the Russian Gazprom charges $ 12 for gas supplies to Europe, while the price of gas in the United States is only USD $ 2.90, a price drop of 80% since 2008 resulting in an annual savings of $ 100 billion to the country's trade balance.
The North American shale gas is a serious threat to Russian gas and Putin uses its media and propaganda power to try to prevent the United States from becoming global suppliers, including supporting American environmentalists. A big geopolitics sickle battle.
Of course, there are many variables, both economic, and environmental and geopolitical. Also, one can’t ignore the interests of those big American oil companies and their lobbyists, and even more those of the world biggest oil companies outside the USA. But the economic facts are impressive, and my concern that the dream will not realize seems very real.
It should be noted, the artificial low imported gasoline prices that Petrobras is being forced to practice by government policies almost completely eliminated the Brazilian ethanol industry.
That's why I haul this discussion in an attempt to seek a solution to what seems to be an important threat: the frustration of the pre-salt promises invalidating all hopes of financing Brazilian programs in health and education.

I will greatly appreciate receiving comments and critiques on these assumptions.

Qual o futuro do pré-sal?

O Brasil deposita muitas esperanças no muito que poderá fazer com os recursos que obterá quando se tornar grande exportador de petróleo do pré-sal.
A dúvida principal é o quanto o pré-sal poderá contribuir para o tanto de recursos necessários aos projetos nas áreas da educação e saúde, os dois grandes problemas brasileiros, se o preço internacional do petróleo cair devido à autossuficiência norte-americana.
O óleo do pré-sal é o mais caro do mundo devido às enormes dificuldades da exploração em águas tão profundas e tão afastadas da costa.
Os Estados Unidos se aproximam da autossuficiência com petróleo e gás de xisto. Se e quando isto acontecer, haverá superprodução de petróleo no Mundo.
Neste caso, se apresentam duas hipóteses: a) Por motivos estratégicos e ecológicos os EEUU manteriam seus depósitos como reserva e continuariam a importar; b) Por motivos econômicos e para melhorar a balança de pagamentos os EEUU se tornariam exportadores de petróleo e gás. Em ambos os casos o preço do barril de petróleo cairá a níveis muito baixos, ainda mais na segunda hipótese, a mais provável, inclusive para libertar a Europa do garrote imposto pela Rússia, e para manter a hegemonia econômica diante da ameaça chinesa.
No primeiro caso, não havendo a autossuficiência ou os EEUU optando por continuar importando e o pré-sal brasileiro produzindo o suficiente para o abastecimento nacional e para exportação a bons preços, os lucros, royalties e impostos gerarão imensas somas aplicáveis nos projetos educacionais e médicos.
Por outro lado, se os EEUU, que hoje importam uma enormidade de petróleo de diversos países, atingirem a autossuficiência, certamente, os preços internacionais do produto cairão, afetando as economias de todos os produtores, inclusive o Brasil, se a produção do pré-sal se tornar importante, como esperado.
Neste caso, o Brasil poderia suprir suas necessidades com óleo importado a preços muito inferiores ao custo de produção do pré-sal, que permaneceria como reserva por mais uns cinquenta anos. A Petrobrás continuaria abastecendo o mercado interno quer com o caro óleo do pré-sal, ou com o importado mais barato, mas, muito provavelmente, não disporia da enorme renda esperada.
Para se ter uma ideia, atualmente (2014), Japão e Coreia pagam US$ 14 por mil pés cúbicos de gás do Qatar, a Gazprom russa cobra US$ 12 pelo gás que fornece à Europa, enquanto o preço do gás nos Estados Unidos é de apenas US$ 2.90, uma queda de preço de 80% desde 2008 resultando numa economia anual de 100 bilhões de dólares para a balança comercial do país.
O gás de xisto norte-americano é séria ameaça ao gás russo e Putin usa sua mídia e poder de propaganda para tentar impedir que os Estados Unidos se tornem fornecedores mundiais, inclusive apoiando os ambientalistas norte-americanos. Guerra de foice geopolítica.
Sei que são muitas as variáveis, tanto econômicas, quanto ambientais e geopolíticas. Também, não posso desconsiderar os interesses das próprias grandes petroleiras norte-americanas e seus lobbies, mais ainda das maiores petroleiras mundiais que estão todas fora dos EEUU. Mas os fatos econômicos são expressivos, e minha preocupação de que o sonho não se realize é real.
Basta notar que a estabilidade artificial do preço da gasolina que a Petrobras está sendo forçada a praticar, quase eliminou totalmente a indústria alcooleira nacional.
É por isso que lanço essa discussão, na tentativa de buscar uma saída para o que me parece ser importante ameaça, as promessas do pré-sal se frustrarem, invalidando todas as esperanças de financiamento dos programas nacionais de investimento com os recursos do pré-sal em saúde e educação.

Eu apreciaria muitíssimo receber comentários e críticas a estas hipóteses.

11 de outubro de 2014

De saco cheio

Quando um médico submete alguém a tratamentos extremamente penosos, como o do câncer, por exemplo, não o faz por maldade, mas para o bem do paciente. O tratamento é muitas vezes demorado, doloroso, exigindo critério, planejamento e muita disciplina.
A criação do cartel da OPEP, que aumentou o preço do petróleo, colocou a economia do Governo Militar numa crise que se estendeu até a administração Sarney, a qual Collor quis debelar congelando todos os depósitos bancários, deflagrando, por sua vez, outra crise ainda pior.
Itamar herdou uma economia doente, quase terminal. Havia necessidade de tratamentos rigorosos e severos. Foi isso que Fernando Henrique, Pedro Malan e Pérsio Arida fizeram. O paciente se salvou, recuperou as energias, se tornou saudável. Não estava em forma ainda, mas podia andar com as próprias pernas.
Foi esse Brasil que FHC passou a Lula em uma transferência de poder harmoniosa, republicana, leal, até elegante.
É esse Brasil que Lula e Dilma pintam com as piores cores de um arsenal de mentiras preconceituosas, despeitadas e raivosas.
Lula recebeu um país pronto a aproveitar a bonança do crescimento da economia mundial, de excelentes superávits comerciais e da atração de capitais decorrentes do crédito e da confiança gerados pela estabilidade da economia, e também, é claro, pela mística de um trabalhador proveniente da classe trabalhadora.
Grande herança e, também, mérito próprio.
Lula usou esse capital para promover e aperfeiçoar tudo o que fora contra até assumir o poder, inclusive a bolsa escola e a estabilidade monetária.
Infelizmente, a par do aperfeiçoamento da herança recebida nas áreas econômica e social, Lula aparelhou o Estado brasileiro aumentando de cerca de sete mil para mais de trinta mil os cargos de confiança, preenchendo-os com hostes do PT habituadas às práticas corruptas de alimentar o caixa dois do partido com propinas dos serviços municipais petistas de transporte urbano, coleta de lixo e demais contratos de obras públicas.
Logo rebentaram as dezenas de escândalos que infestam os governos Lula e Dilma, denúncias que se perpetuam porque o esquema continua em funcionamento, o aparelhamento corrupto do governo permanece desgraçando e desmoralizando o país por toda parte.
As denúncias não param.
Lula, raivoso, vocifera que está de saco cheio com elas.
Lula deveria estar de saco cheio com a própria prática, com sua própria liderança dos mafiosos que ocupam os diversos setores do governo, as agências reguladoras, as empresas estatais, fazendo com que mensalões e petrolões se sucedam infindavelmente.
O Brasil quer o imediato fim dessa prática infernal, tão disseminada, tão corriqueira que algumas pessoas, inclusive as que sei serem boas e honestas, a aceitam como normal e inevitável, algo determinado pelo destino, e a justificam alegando alguns benefícios recebidos. Ressuscitaram o slogan de Ademar: “Rouba mas faz”.
Quem está de saco cheio é o Brasil.
É por isso que o Brasil quer mudança.
É por isso que o Brasil vota Aécio 45.

3 de maio de 2014

A Economia de Lula-Dilma

Quando você faz uma compra está ajudando a economia. Mas gastar pode não ser tão bom, dependendo da qualidade do gasto.
Quando você ou o governo fazem compras de investimento estão fortificando, ajudando a economia a se tornar saudável e ágil, a criar músculos e preparada para enfrentar grandes dificuldades.
Gastar em assistência social direta (exemplos: bolsa família, SUS), reduzir impostos para incentivar o consumo podem ser boas medidas se realizadas na medida certa e acompanhadas de investimentos em infraestrutura, saneamento, pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, integração universidade-empresa.
Mas se você ou o governo exageram nas compras de consumo estão ajudando a economia a se tornar obesa, hipertensa e diabética, sujeita a sérias dificuldades inerentes a essas doenças, e incapazes de enfrentar dificuldades provocadas por terceiros.
Pois foi e é isto que Lula e Dilma estão fazendo com a economia brasileira. Ambos ou investiram nada onde seria absolutamente necessário (exemplo: transportes), como investiram maciçamente em setores que não geram riqueza (exemplo: obras da Copa que geram novos consumos) ou cujos resultados só se mostrarão em longo prazo (exemplo: exploração do pré-sal).
Ainda mais, investiram em obras que estão paralisadas, se esfacelando (exemplo: transposição do São Francisco), cuja retomada exigirá enormes financiamentos para recuperar o que se deteriorou.
E muito pior, grande parte desses investimentos (até agora despesas) não somente são enormemente defasados nos prazos de realização (exemplo: ferrovia Norte-Sul), como a grande maioria é acometida da peste do sobre preço, da propina e da corrupção.
Enquanto isso, a educação é a lástima que conhecemos.


17 de fevereiro de 2014

A letter to a granddaughter – The size of the State

When searching through the stats of this blog of mine, I've found a large number of accesses from foreign countries. So in honor of these most dear readers, I pour the text into English
In May, 1998, when we have just arrived to live Santarem, a town in the middle of the Amazon forest, and she lived in Rio de Janeiro, I’ve answered a letter from a very darling granddaughter where I made some reflections as timely today as when I've written them in the ending days of the twentieth century. Here is that letter:

My Dear Granddaughter
Your letter is a joy. Joy for being remembered and of remembering you, joy in reliving your memories, your features, the sounds of your voice, the touch of your embrace, the memories of your dealings, interests, jobs, studies, leisure, and your love affairs, joy in sharing your projects, your philosophical views. And the immense pleasure to exchange ideas and feelings with someone so well educated and cultured as you, even if we often disagree on your dearest ideologies... By the way in speaking of ideologies, I'm convinced they mostly serve to mess up things.
The four statements I'll put up now is a summary of my point of views:
1) We must be ethical in our actions and beliefs;
2) We must be tolerant of others' beliefs;
3) The set of individual prosperities makes prosperous all the society, and we must seek our singular well to achieve the common good;
4) We must be flexible, practical, and track pragmatic ways to achieve these goals.
The ethics limits us into the boundaries our rights and makes us respect the rights of others. Tolerance allows us to live together and cooperate. The best way to achieve the largest (best) overall good for all people is each individual to be free and responsible to solve its own issues, seek its own well, and pursue its own happiness. Pragmatism allows us to solve the problems that always exist in the overlapping rights. Humanity is fully permeated by antagonistic and conflicting rights, but civilization adapts us to resolve neatly and orderly these conflicts. Within these parameters, the State is crucial, but its action must be extremely limited.
Throughout history, with its origins in martial conquests, far from being an instrument of the common good and welfare, the State has been an oppressive instrument for dominating and exploiting peoples. It's that kind of atavistic wickedness I abhor; I dislike the State by this malignant aspect. Certainly, there are functions that only compete to a democratic State. However, even in the most democratic nations the State presents its pervasive and oppressive face. Thus, I am inclined to desire a smaller State, a so small one that it could not hide behind its monstrous, corporatist, impersonal and impenetrable bureaucracy; a so small State that could be democratically controlled.
The way things are I welcome anything that reduces State’s size and power, even at the expense of hypothetical or actual financial losses to the exchequer. Profit for the nation and individuals would arise from the reduction of the abuse by modern satraps, mandarins and Maharajas, and from decreasing the arrogance and hubris of the lords of power. This would fully compensate for any financial loss, resources that anyway would never go for the benefit of the people, but instead for the profit of the powerful.
I apologize for the length of this outburst, but you're a smart young woman, and I’m distressed by the feeling that you may not had opportunities to look at the world from the perspective of the fundamental and inalienable human rights and freedom. I’m distressed by the feeling that you could accept as natural and praiseworthy oppressive and totalitarian and human rights violators governments under the inexcusable and irrational claim that they bring some specific benefit to the people.
Most of the worst tyrants also provided specific benefits to their peoples. Hitler was praised and loved by his people, as was Getúlio Vargas, Fidel Castro and other dictators. Much of Chile population accepts Pinochet as benevolent leader. Trying to justify aggression to human rights and the undue restriction of freedom is disrespectful to so many heroes who, throughout the centuries, have given their lives for freedom.
My vision of mankind in this turn of the century, after millennia of injustices and massacres and genocides, is that the individual has a gradation in the immediacy of their vital needs. If there is lack of air or water, food or shelter, affection or achievement, freedom or dignity, the human being stifles and dies, physically or morally. Notice that the air is a basic physiological need while freedom is a necessity of the highest moral and intellectual nobility.
The crude primitive may not realize the value of freedom for which you need to have an educated and critic humanistic worldview. Today, the World is reaching this perception of the noblest needs, especially in Europe and North America, but also in other parts.
I will not, but you will see the new World that is coming in during the next decades as a complex of interests that clash and resolve peacefully and successfully under the aegis of universal laws that respect the noblest essence of the human beings: freedom and dignity of the individual.
This view implies the existence of democratic, pluralistic and specialized States limited on the administration of justice and the protection of individual rights, and also in universal high quality education and information. That's why I believe in the progressive and continued relaxation of totalitarian and dictatorial regimes, those that still remain, but within the next two decades will become real democracies.
When I was a child, I often heard people say that "the world marches to communism." I never believed in this fallacy. Trapped at home recovering from an illness between my twelve to fourteen years I read Cesar Cantu’s Universal History, all 12 volumes from my father’s bookcase. Many years later, I spent my spare time at the Biblioteca Nacional in Rio de Janeiro reading Toynbee’s A Study of History. These and other historians and biographers have shown me a path of moral and political improvement of Mankind. Improvement achieved in steps of millennia in the beginning, centuries more recently, and decades nowadays.
I believe the Second Law of Thermodynamics, which governs entropy, also applies to social phenomena. Therefore, it is merely a matter of time before the concepts of democracy, human rights and freedom will ultimately permeate and apply to all this world of ours.
As you can see, I regret the lack of more intelligent and educated people like you and your Mom around me so we could exchange experiences and ideas on so exciting topics. I would like pretty much to have you nearby.
I recommend that all of you join a lot of money and available time to come and spend a good time here with us.
I feel an immense tenderness and affection for you, with love, a kiss from your
Granddad.

In rereading this old text and recalling the events that brought down so many dictatorships around the World, even more, verifying the citizenship concept spreading everywhere, including in Brazil, I rejoice on having faith in the predictions I made to myself so many years ago at the turn of the millennium: Humanity marches to democracy.
And this prediction is even truer as better technology opens paths to transparency of government acts, and the spontaneous coordination of citizens to defend their rights against abuses, corruption, inefficiency, indifference and arrogance so usual in the behavior of State’s agents.

Also, the events of 2008 confirmed that the effective financial and other market regulations belong to the essential State functions.