28 de maio de 2019

A Falível Natureza Humana de Lula e Bolsonaro


Para Maria De Lourdes Ayres de Mattos e Tete Lucinha.
Agradeço à minha querida sobrinha Lourdes, que parece me conhecer melhor que algumas de minhas filhas.
Estou com oitenta e oito anos de idade e passei a maior parte de minha vida tentando aprender a conhecer a alma humana, o caráter do ser humano. Constatei que nem os mais sublimes dos santos nos altares foram inteiramente puros e íntegros, que todos nós, seres humanos, possuím
os personalidades complexas e multifacetadas, e que temos que estar sempre atentos aos nossos sentimentos e nossas ações, buscando o estreito e estrito caminho da ética, tentando fazer apenas o que seja certo para que cada um de nós e a Humanidade toda possa viver em harmonia e prosperidade, e que, afinal, sejamos todos felizes.
Paixões políticas nos induzem a elevar certos líderes ao nível de ídolos a serem cultuados e venerados como extraterrenos infalíveis e perdemos a noção de que não passam eles de seres humanos simples como nós. Vejamos dois deles:
Lula possui extraordinária inteligência intuitiva, altamente complexa e sofisticada que lhe permite aprender com muita facilidade, planejar a longo prazo e ajustar seu plano às circunstâncias, mudando seu rumo e até sua aparência conforme a necessidade e conveniência. A tudo isso alia extraordinário e congênito dom de oratória simples e convincente.
Bolsonaro é muito menos inteligente, tem maior dificuldade em aprender e reincide nos mesmos erros, sendo extremamente impulsivo, de pavio curto, soltando aos quatro ventos coisas da boca para fora, não pertencentes à sua natureza, mas geradas de sua extravagante reação às provocações. Por outro lado, possui uma personalidade despojada, simples, nada sofisticada, mas humilde, capaz de reconhecer seus erros e concertá-los na medida do possível. Sua parca riqueza intelectual o torna orador medíocre que emociona e convence mais pelos ideais que professa do que como usa a palavra.
Ambos, Lula e Bolsonaro, como todo ser humano, têm seus lados bom e ruim, suas falhas e acertos, e apesar de todas suas boas intensões e desejarem o bem do Brasil, também cometem erros, como você e eu.
Temos de nos educar a ser capazes de analisar e discutir não só as ideologias, mas também seus líderes sem paixões, sem preconceitos e sem radicalismos.
O que importa é ser feliz.

26 de maio de 2019

Debate sobre Renda Mínima


Baseado em: Renda Mínima Incondicional e Universal

Comentário de Bianca em 22/05/2019
Bianca Imbiriba Sebastiao Imbiriba, vovô querido, hoje li com muita atenção e carinho. Mas não concordo. Não acho que a renda mínima deva vir acompanhada pelo corte nos gastos com saúde, educação e previdência. Não acho que seja mais eficiente dar renda para todos e colocar esses serviços nas mãos da iniciativa privada. Por vários motivos:
Primeiro, não consegui fazer as contas ou achar no texto (falha minha!) uma indicação de quanto seria essa renda (per capita). Mas me parece pouco provável que seja o suficiente para cobrir os gastos com saúde, educação e previdência privadas. Vou lhe dar apenas um exemplo (o meu, para facilitar): aqui em casa gastamos $1800 em plano de saúde para a família (eu, Hugo e as crianças) e $1200 para a minha mãe (porque, felizmente, ainda posso cobrir esse gasto). Aproximadamente $2500 em educação em tempo parcial (6h, porque, por sorte, temos um regime de trabalho flexível que permite manter as crianças em casa meio período). Não vou nem dizer o que gasto em financiamento imobiliário, pra encurtar a conversa! Mas o fato é que não sobra nada (!!!) e a ideia do regime de capitalização privado (seja um empreendedor de si mesmo e aposte no seu futuro) é uma falácia! E não está acessível para 99% da população.
Segundo, porque não acho que entregar na mão da iniciativa privada vá reduzir substantivamente os custos, diminuir os preços e tornar esse "serviços" mais acessíveis (fazendo com todos possam pagar pelo acesso à saúde, educação e previdência). Vivemos em um regime de ampla concorrência (com muitas escolas privadas, universidades privadas, planos de saúde e fundos de capitalização) e ainda assim os preços não diminuem! E não diminuem porque, em se tratando de serviços tão essenciais, o capital funciona como um verdadeiro abutre. Se a sua sobrevivência depende disso (como é o caso dos hospitais particulares!) vamos nos aproveitar da sua fragilidade e arrancar o seu fígado.
Terceiro, porque acho que esse "serviços" não devem se orientar segundo a lógica do lucro (e do ganho imediato). Acho que devem ser, sim, garantidos pelo Estado, de maneira mais eficiente, com ganhos de escala e melhorias nas condições de vida para a população (reduzindo a necessidade de repasses via renda mínima, ainda que pudessem ser conjugados com esse).
Mas essa é só uma opinião, sobre a qual tenho poucas certezas.
Beijo. Te amo 

Comentário de Sebastião em 26/05/2019
Querida neta Bianca
Como sempre digo, não tenho certeza de nada, portanto, tenho que concordar contigo em que o Estado pode obter economias de escala com sistemas estatais de prestação de serviços nas áreas de saúde, educação e assistência social. Assim sendo, a Renda Mínima pode funcionar em paralelo com esses serviços gratuitos, uns complementando os demais em benefício da segurança financeira de todos os habitantes do país.
Apenas, por constatação empírica digo que monopólios são sempre nocivos, sejam privados ou, principalmente, do Estado. Além disto, você mesma declara o quanto é complicado e demorado resolver problemas de manutenção de bens de órgãos públicos.
Por exemplo, o cirurgião me encaminhou para tomografia no SUS, mas onde não estivesse quebrado só agendavam para quase um ano depois. Em todas as clínicas particulares os tomógrafos funcionavam e agendavam em menos de uma semana. Quando o dono é o povo ninguém é responsável; diferente de onde o dono é o empreendedor privado.
Assim, é sempre bom verificar o Custo/Benefício das utilidades, porque o grátis muitas vezes sai muito caro.
Posto isto e constatando, ambos, que Renda Mínima pode ser uma das soluções para a dupla disfunção da falta de renda para o cidadão expelido do emprego pelo robô, e falta de demanda para a pletora produtiva ultra robotizada, resta definir se a chamada “aposentadoria solidária” pode ser ou não classificada como assistência social, diante do alto montante que o Estado tem que financiar com outros tributos, além da minguante contribuição previdenciária dos poucos empregados, para cobrir a remuneração dos muitos aposentados e pensionistas. Meu entender é de que seja assistência social e, portanto, deve ter os respectivos fundos adicionados ao financiamento da Renda Mínima. Ou seja, a aposentadoria solidária e todos os demais tipos de assistência financeira devem ser descontinuados e incorporados à RM.
Tenho um trabalho sobre financiamento da RM, mas não passa de diletantismo e merece atenção de profissionais com melhor acesso às fontes de informação.
Agradeço seus comentários e acho que temos pontos de grande concordância;
Beijos do avô.
Em breve abordarei a questão da crescente concentração de bens de produção e de renda cujo limita pode levar ao Comunismo.

24 de maio de 2019

DISSENÇÕES VOLUNTARISTAS


Aqueles que como você e eu que já lemos a Bíblia, Shakespeare, Maquiavel, Platão e Aristóteles, algo de Marx, Weber, Misses e Gramsci, assim como de História, Economia, Sociologia e Psicologia certamente conhecemos o caráter e a alma do ser humano e de um cidadão em particular: Jair Messias Bolsonaro.
Não podemos, portanto, nos dizer surpresos com algo que o incontido ímpeto do Presidente pronuncie. Franca espontaneidade é característica marcante de sua personalidade, e dele ouvimos coisas que agradam tanto quanto desagradam a uns e outros, dependendo da parcela de seu diversificado público.
Reconhecemos, também, outro traço marcante dessa personalidade despojada, a humildade em reconhecer suas limitações e corrigir seus atos.
Sendo quem somos, e sabendo o que sabemos, não adotamos Bolsonaro como ídolo cuja personalidade deva ser cultuada. Para nós Bolsonaro é apenas o instrumento político da vontade popular de livrar nosso país da corrupção generalizada, do atraso político, da inércia funcional do Estado burocratizado ao extremo, do altíssimo custo operacional de nossa economia, da falta de estratégia civilizatória nacional de longo prazo que guie nosso desenvolvimento nas próximas gerações no rumo da grandeza entre as nações.
Não que ele, por si só possa fazer tudo isso, mas que dê o primeiro passo, abra o caminho para que seus sucessores prossigam com a magna tarefa.
Sabemos que é isto que Bolsonaro está fazendo, cercando-se de auxiliares de primeira linha, lançando programas de alto nível que submete a um Congresso metade antagônico e sabotador, por outro lado, desorientado e idiossincrático.
Este não é o momento para divergências inúteis, críticas descabidas e extemporâneas que na realidade não atingem o Presidente, mas ferem gravemente o esforço no rumo certo para atender a vontade do povo brasileiro expressa nas urnas de outubro passado.
Vamos deixar toda celeuma para a campanha eleitoral de 2023.
O Brasil precisa de paz, de armistício geral, mais ainda, de harmonia interna entre os apoiadores do programa liderado pelo Presidente Bolsonaro.
Não é momento para dissenções voluntaristas.

20 de maio de 2019

Definição de Comunismo no século XXI


Comunismo é o utópico estado de espírito universal no qual todas as pessoas se tornarão magnânimas, desprendidas e solidárias, voluntariamente desprovidas de bens de produção, que se governarão por decisões exclusivamente plebiscitárias e apartidárias ou unipartidárias, após serem educadas por um sistema ditatorial totalitário imposto, pelo assassinato da burguesia, por uma classe representativa do proletariado extinto, na primeira metade do século XXI, pela Inteligência Artificial.
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Esta provocação não objetiva a discussão, a meu ver inútil, sobre Comunismo, mas sobre as ameaças da AI e da robotização que extinguem milhões de postos de trabalho em toda a Humanidade.
Agora mesmo, discutimos uma impossível estabilização financeira com a reforma da Previdência.
Como financiar a Previdência se os salários são absorvidos por robots?
Não quero opinião de ideólogos do marxismo, quero ouvir economistas.