16 de fevereiro de 2018

Dois Mocorongos em terras de Monteiro Lobato


Nicodemos Sena, que ao lado de Efrem Galvão e Nicolino Campos, já era um dos inspiradores de meu inútil esforço por aprender o ofício de escrever livros, é agora migo terno e fraternal.

O ilustre escritor santareno Nicodemos Sena relatou - em crônica sua no prestigioso jornal eletrônico O Estado do Tapajós do amigo Miguel Oliveira - o feliz encontro literário e sentimental que tivemos, Nicodemos e eu, em terras de Monteiro Lobato, Taubaté, SP.
Somente a imensa magnanimidade do coração de Nicodemos, tão grande quanto o Tapajós e Amazonas juntos, poderia encontrar palavras tão bondosas para se referir a este humilde catador de palavras, como o fez o autor de Choro por Ti, Belterra.
Nosso feliz encontro foi promovido pela sensibilidade de outros novos amigos, Luiz Antônio Cardoso e sua gentil esposa Anete Simões, ambos profundamente ligados à literatura e às artes. Ele apresentador e crítico literário em uma estação de rádio de Taubaté, ambos, respectivamente, presidente e vice-presidente da Academia Rotary de Letras, Artes e Cultura e do Rotary Taubaté.
Nicodemos e o Autor

Meu relacionamento com esse ilustre par se originou a partir de quando minha filha - a advogada Leonora, residente em Taubaté - presenteou o casal rotário com meu livro O Filho do BOTO, cuja leitura originou o honroso convite a que eu me tornasse membro correspondente da Academia Rotary em Taubaté, e fosse agraciado com o Prêmio Mahatma Gandhi por Liderança pela Paz.
Foi uma noite muito feliz, principalmente pelo afortunado encontro com meu novo amigo.
No dia seguinte ao do ditoso encontro com Nicodemos, desci de Taubaté para Ubatuba onde fui descansar olhando a praia de Itaguá e a baía que dá nome á cidade. Mas não me pude dedicar à contemplação até que chegasse à última página do livro que recebera das mãos de meu novo e dileto amigo: Choro por Ti, Belterra.
Foi leitura sôfrega, gulosa, ansiosa pela próxima página até ao final dessa epopeia da nostalgia e da saudade, das recordações de um ancião carente de sua infância perdida.
As palavras de Nicodemos na sua crônica em O Estado do Tapajós me sensibilizaram profundamente, não pelas elogiosas palavras que me dedicou, que não as mereço, mas pela demonstração de amizade e afeto que atestam a generodidade e nobreza de desse ilustre escritor conterrâneo.



11 de fevereiro de 2018

Impunidade que alastra o crime


O principal interesse gral da sociedade é a ordem social, é o império da Lei. Este interesse sobrepõe-se a qualquer interesse individual, mesmo às custas da possibilidade de erro judicial.
Não só no Brasil, mas no mundo civilizado todo, erros judiciais são ínfima parte de todos os julgamentos. Talvez não cheguem a um entre dez mil. É um efeito indesejável, mas perfeitamente aceitável pela sociedade. Não é porque ocorrem que se deixa de aplicar a Lei.
Já os erros de comando operacional nos órgãos impositores da Lei são coisa comum. Por exemplo, numa operação de restabelecimento da ordem em favela dominada por traficantes, o comandante ordena o avanço da tropa de choque e há entrevero entre bandidos e policiais.
Como consequência, um dos policiais é atingido mortalmente e balas perdidas atingem e matam um civil inocente, uma criança.
O comandante acreditava que os bandidos estivessem em outro local, por isso avançara para posição mais conveniente para a ação. Enganou-se. Ocorreu a desgraça.
Não será por isto, entretanto, que a Polícia deixará de cumprir seu importante papel social e se recolha acuada ao quartel. Vai honrar o camarada caído em combate, vai chorar a criança inocente abatida cruelmente, mas continuará a servir a sociedade, cumprindo seu dever.
A pureza vestal da interpretação literal da Lei gera impunidade que alastra o crime, que oprime a sociedade. Já não há, no Brasil, uma família sequer em que pelo menos um membro seu não haja sofrido a ação cruel de bandidos comuns, ou a mais perversa ainda dos corruptos que infestam a administração pública.
Nossas leis penal e processual criminais estão obsoletas diante da enormidade da criminalidade que assola nosso país. Elas devem ser revistas imediatamente, e a jurisdição penal deve ser rigorosa ao máximo na aplicação da lei atual e mais ainda da que vier a ser atualizada conforme o clamor da sociedade.
Não podemos continuar a conviver com o crime, a nos submeter aos criminosos. O povo brasileiro é pacífico, ordeiro e desarmado, não sabe nem tem como se defender. É absolutamente imperioso que as instituições impositoras da Lei e da Ordem, Polícia, Ministério Público, Advocacia e Justiça mudem o atual comportamento leniente, às vezes covarde, e assumam atitude firme em defesa da vítima indefesa do crime, o povo.