30 de janeiro de 2016

Barragens elevadas reduzem a liberação de gazes nocivos

Sei que sou a voz solitária neste ambiente contrário às barragens. 

Não me queiram mal, mas minha visão geopolítica da questão energética me faz considerar, não apenas os interesses locais atuais, mas o interesse nacional de longo prazo, no qual incluo o cuidado que devemos ter com o meio ambiente para nossos filhos e netos.

Sei que energia abundante e barata é fundamental para posicionar o Brasil em melhor condição de competitividade perante seus concorrentes, e nosso potencial hidrelétrico pode nos colocar em grande vantagem competitiva quando saiamos da recessão. Isto é fundamental para a criação de empregos para as próximas gerações.

É por isso que defendo a construção de hidrelétricas mediante criteriosos estudos de viabilidade socioeconômica e ambiental, com preponderância do interesse nacional sobre interesses locais.

Já discorri sobre as vantagens econômicas das hidrelétricas. Desejo agora comentar as questões que estão sendo levantadas sobre a liberação de metano e de mercúrio pelo agitamento das águas pelas turbinas hidrelétricas.

Este fenômeno ocorre quando lâmina d’água de pequena espessura é agitada, liberando os gases retidos no leito do rio. É o que acontece nas corredeiras e quedas d’água, como é o caso das de São Luiz e outras. Portanto essa liberação já existe naturalmente na natureza.

Quando se constrói uma barragem, o nível da água a montante é elevado, no caso previsto de São Luiz, para 30 metros. A tomada d’água das turbinas ficará acima do volume morto, deixando o leito do rio tranquilo, sem agitação e sem liberação do metano e do mercúrio, tornando-a menor do que a anterior à barragem.

Assim, ao contrário de aumentar a liberação de metano e mercúrio, a construção da hidrelétrica a diminui, contribuindo para a saúde do meio ambiente.