6 de março de 2020

Corona vírus versus globalização


Nos primórdios da indústria de processadores eletrônicos, os montadores de computadores pessoais, imitando a indústria automobilística, exigiu dos fabricantes detentores de patentes que as cedessem a terceiros, de forma a contar com fornecedores secundários, para manter fluxo, preço e qualidade em níveis adequados. O “second sourcing” tornou-se prática usual no Vele do Silício, primeiro com fornecedores norte-americanos, depois japonese, sul-coreanos e taiwaneses, finalmente, chineses. Só que, em vez dos fornecedores secundários estarem em países ou mesmo continentes diferentes, passaram todos a serem chineses. A China é hoje quase único fornecedor de muitas indústrias, no Brasil e outros países, inclusive componentes de computadores, telefones móveis e outros eletrônicos.
Resultado de imagem para imagem corona virusAgora, o corona vírus estanca o comércio chinês e paralisa montadores no resto do mundo. O que parecia ser vitória da globalização e do livre comércio, transformou-se em veneno para a economia mundial a requerer auto-regulamentação do livre mercado e, mesmo, da justificação do “America first” de Donald Trump e seus ataques contra a hegemonia da Huaway chinesa na quinta geração da internet móvel.
A Humanidade tem que encontrar meios de manter, não somente, concorrentes entre as mesmas tecnologias, mas entre tecnologias diferentes, sediadas em diversos países, continentes e hemisférios para garantir o fluxo de suprimentos para todas as montadoras do Mundo.
Isto pode criar oportunidades para zonas francas brasileiras, não apenas a de Manaus, mas de novas, possivelmente em Santarém e Macapá, dedicadas ao “second sourcing” associado a detentores de patentes de outros países, se soubermos convencer governos e industriais do quanto esta política é imperativa para evitar bloqueios por quaisquer motivos, inclusive pandemias.
O Ministério da Economia deve, imediatamente, nomear um Secretario ad hoc para estudar o tema, propor medidas legislativas, criar zonas francas e atrair indústrias.

Nenhum comentário: