9 de janeiro de 2019

Ascensão e queda do Lula-petismo, aurora do Liberalismo


No princípio, um torneiro mecânico perdeu o dedo mindinho num acidente de trabalho e iniciou carreira sindical que o conduziu à formação do Partido dos Trabalhadores e à presidência da República Federativa do Brasil, após mudar seu discurso programático para conquistar confiança de eleitores suspeitosos.
Ia tudo muito bem enquanto a China se desenvolvia à taxa de dez por cento ao ano e comprava tudo o que o Brasil tinha para exportar e o ministro Palocci seguia à risca a cartilha fiscal do Pedro Malan. Mas quando a China diminuiu as compras e o Palocci meteu os pés pelas mãos e teve que deixar o barco, uma série de tempestades escureceu o céu de brigadeiro em que o governo Lula voara tranquilo.
As receitas diminuíram, as despesas aumentaram, Mantega, o novo ministro da Fazenda, lançou sua “Nova Matriz Econômica” que substituiu a cartilha do Malan; Roberto Jefferson botou a boca no trombone e denunciou o “mensalão”; Marcos Valério entregou a bandalheira toda.
Lula foi reeleito, mas seus métodos de gangsterismo  sindical, denunciados pela CPI dos Correios, se revelaram ser prática política quotidiana que explodiu no “petrólão”.
A Deputada Mara Gabrilli, agora eleita senadora por São Paulo, em depoimentos candentes, denunciou os métodos criminosos de Lula desde os tempos de sindicalista, que se desenvolveram no Partido dos Trabalhadores e se alastraram pelas prefeituras petistas em todo o país, abrindo-se como chagas expostas no assassinato de Celso Daniel.

Apesar de desmoralizado, Lula elegeu um poste, para esquentar pelos quatro anos seguintes, sua volta à presidência. Dilma deveria se retirar em 2014. Foi o maior erro político de Lula. Dilma se apegou às glórias da presidência, onde aplicou integralmente toda sua absoluta incompetência, estraçalhou as chuteiras que Lula lhe emprestara e se aferrou aos trapos restantes obrigando Lula a lhe dar mais quatro anos.
O estrago produzido pelos crimes de Lula e do PT, e a extraordinária disfunção de Dilma revelou-se em diversos cenários. A recessão e o desemprego assolaram o país; a sociedade não aturava mais governo do PT; Dilma perdeu todo o apoio político comprado pela corrupção generalizada de partidos venais, agora interessados em administrar diretamente o caixa da corrupção, sem intermediação dos tesoureiros do PT. O impeachment se tornou inevitável.
Começou o julgamento de Lula por seus atos de corrupção e este, finalmente, foi condenado. Enquanto isso, Temer, feito vice-presidente por Lula e agora presidente, se encarregava de desmoralizar a si próprio por excesso de soberba.
Foi então que um capitão reformado, eleito e reeleito sucessivamente, sempre com maiores votações, embora sem o mínimo prestígio nas elites políticas, se lançou a uma impossível campanha pela presidência, em cujo sucesso nem ele mesmo acreditava.
Todos os caciques políticos, de FHC a Lula, todos os jornalistas, e todos os analistas políticos afirmavam categoricamente que Bolsonaro não se elegeria por lhe faltar apoio de partidos com capilaridade e cobertura nacional e por ser profundamente rejeitado por todos os formadores de opinião da imprensa e da TV. Bolsonaro era simplesmente odiado pelos estamentos político e midiático.
Por mais incrível que possa parecer, a maioria silenciosa da classe média, homens e mulheres comuns, interpretando o sentimento de repulsa ao PT, a Dilma e a Lula, começou a se manifestar espontaneamente pela mídia social, alastrando o incêndio que calcinou Lula, Dilma e o PT.
O novo poste de Lula, o “Andrade” (Haddad), foi torrado junto com a repulsa geral ao PT. É difícil estimar as parcelas de eleitorado que votaram em Bolsonaro por simpatia a ele ou, simplesmente, por ele representar repulsa ao Lula-petismo. Poderia ser algo em torno de meio a meio. Ou seja, não foi Bolsonaro que venceu, Lula é que foi derrotado.
O Brasil chega, por fim, ao ocaso da era Lula-petista. Prova disto é a colocação de Dilma em quarto lugar para o Senado, com apena 15 % dos votos, em Minhas Gerais. É possível que o PT possa se reerguer dessa queda abissal, mas outros processos em andamento podem estender o tempo de reclusão de Lula e a desmoralização do Lula-petismo prosseguirá ao longo do tempo com a maioria da população se convencendo, finalmente, dos crimes cometidos pelo partido e por seu líder máximo. É claro que o Lula-petismo não desaparecerá, sempre haverá seguidores fieis. Também, será muito difícil que o PT faça uma verdadeira autocrítica, reconhecendo seus crimes, que na realidade foram crimes de Lula. É provável que o PT se torne um partido de porte mediano sempre na oposição a qualquer governo que venha a suceder ao de Bolsonaro.
Devemos reconhecer que Bolsonaro, como a maioria dos militares, tenha sido tão estatizante quanto o foram os generais-presidentes do Regime Militar, e que seu liberalismo econômico seja muito recente. Entretanto, sua plataforma eleitoral foi liberal, seu programa de governo é liberal e seu Ministro da Economia é um “Chicago Boy”, discípulo de Milton Friedman.
Jamais o Brasil teve um governo Liberal. Obviamente que não durante a Colônia, nem durante o Império ou na Primeira República, muito menos na Ditadura Vargas ou na Segunda República, nem no Regime Militar e também não na Nova República. Todos os governos prooveram forte influência do Estado na economia, sempre aumentando a participação das despesas de governo no PIB, ao ponto em que chegamos a déficits gigantescos e astronômico aumento da dívida pública federal, com estados e municípios à míngua, sem capacidade de, ao mens, pagar salários a seus funcionários.
Bolsonaro chega com uma nova proposta de diminuição da interferência do Estado na economia, de diminuição de despesas e de impostos, bem como de redistribuição das receitas fiscais ente a União, Estados e Municípios, diminuindo a parcela do governo federal, e chamando o Congresso a reassumir seu papel original de controle dos impostos e das despesas estatais.
A economia capitalista é cíclica e, mais cedo ou mais tarde, alterna fases de prosperidade com estagnação ou recessão. Portanto, se o governo destruir os fatores de déficit e endividamento público, por si só, o mercado encontrará caminhos de nova afluência de bens, serviços e empregos, sendo de se esperar que até o terceiro trimestre de 2019 a economia nacional esteja em franca recuperação criando riqueza, renda e arrecadação.
Quanto mais bem-sucedido seja o governo Bolsonaro, maior será o ostracismo do Lula-petismo e, também maior a probabilidade de Bolsonaro ser sucedido por um de seus principais ministros, principalmente se o esforço de controlar e diminuir a bandidagem trouxer tranquilidade e paz à sociedade brasileira.
Bolsonaro é administrador inexperiente e tem muito a aprender. Esperemos que seus ministros mais próximos, principalmente os militares com extensa bagagem de liderança e disciplina rigorosa possam ajuda-lo a vencer a fase inicial de seu aprendizado, até que possa caminhar sozinho pelos meandros da presidência da república. No entanto, se considerarmos os últimos presidentes que tivemos, nenhum deles, exceto Dilma, tinha experiência de governo anterior, embora todos, exceto Dilma, fossem proficientes no papel de líderes.
O ocaso se abateu sobre uma era política, comandada pelo Lula-petismo, na qual se cometeram erros e crimes que empobreceram e envergonharam o país.
Radiante aurora se ergue para a primeira experiência de liberalismo econômico na história política brasileira. Esperemos que as promessas desta nova experiência se tornem realidade.

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