2 de outubro de 2017

Cura gay em discussão

Sebastiao Imbiriba
Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor vale amar.

Concordo com Milton Nascimento, mas coloco limites nessa questão. A sociedade moderna, isto é, a parcela mais esclarecida da humanidade, aceita ou tolera com naturalidade toda expressão de amor e preferência sexual, com algumas exceções como pedofilia, estupro ou incesto. O LBGTismo é, assim, aceito ou tolerado, não como doença, mas como inevitável.

Há um tema em grande discussão, na mídia e nas redes sociais, que se origina, de um lado, em instrução normativa do CFP - Conselho Federal de Psicologia proibindo seus membros de exercitarem o que, popularmente, se designa por “cura gay” e, de outro, a sentença de um juiz proibindo o Conselho de punir o profissional que a pratique.

Cura gay não é minha ceara e nada tenho a opinar quanto a que o estado ou condição de ser ou estar gay seja ou não patológico. No entanto o tema esbarra em outras esferas importantes como os direitos e a dignidade do ser humano e, nestas questões, me atrevo a externar a seguinte reflexão.

Analisemos a confiança na exatidão dos diversos ramos da ciência. As exatas, como a Física, expressas em teorias (conjuntos de observações, axiomas e postulados destinados a demonstrar, com a indispensável ajuda da matemática, como as hipóteses se realizam), são as que oferecem maior grau de aproximação da verdade. Mesmo assim, suas hipóteses são sujeitas a aperfeiçoamentos e correções.

Ciência é contínua evolução do conhecimento. “A Grande Síntese”, de Ptolomeu, evoluiu para “Os Movimentos dos Corpos Celestes”, de Copérnico. Antes de Louis Pasteur e Albert Sabin a maioria dos estados patológicos era fatal e a poliomielite inevitável.

Psicologia, Psicanálise e Psiquiatria estão longe de serem ciências exatas, não se podem descrever em termos matemáticos e, também ou até mais que outros ramos das ciências médicas, são prenhes de incertezas. Suas hipóteses não são dogmas de fé e têm sido contestadas ao longo da história. Basta lembrar as disputas entre Freud e Jung.

A ciência evolui, cada vez mais rapidamente e, muitas vezes, o que antes era postulado consensual é, agora, conjectura ultrapassada. Se o que ontem era homossexualismo e hoje seja homossexualidade, sempre existe a possibilidade científica de mudança ou reversão, pelo menos, semântica. Além disto, há pessoas que antes eram homo e agora se declaram heterossexuais.

Uma pessoa, qualquer que seja sua condição ou estado, quando busca apoio profissional para seu sofrimento, deve ter sua dignidade respeitada, sempre. Estou certo de que esse ser humano deva ser tratado com respeito e consideração pelo prestador de ajuda livremente solicitada.

Da mesma forma, o prestador da ajuda deve obedecer compromisso ético profissional ao apoiar, na extensão de sua capacidade, aquele que livremente busca por auxílio especializado.

Não importa que homossexualismo seja ou não doença. A condição de possuir pênis ou seios, certamente, não é patológica, no entanto, adultos que desejem retirar tais partes merecem receber ajuda profissional.

De qualquer forma, homossexualismo (ou ...lidade) está fora da norma ditada pelas funções vitais básicas: proteção, nutrição e reprodução. Aqui está a essência da vida. E esta só pode se perpetuar por ato sexual entre macho e fêmea (ou por hermafrodita, que é exceção à regra e se acasala consigo mesmo).

Portanto, a normalidade é o intercurso heterossexual. Daí decorre que pode até haver casamento de mesmo sexo, o que já é rotineiro, mas só haverá matrimônio, cuja raiz etimológica é mater, quando se realiza entre homem e mulher para perpetuação da espécie ou, pelo menos, com essa possibilidade.

Concluindo: a) quem livremente busca auxílio profissional deve ser ajudado; b) o profissional adequadamente capacitado e habilitado deve ajudar a quem, de comum acordo, o procure em busca de ajuda; c) a liberdade de pesquisa científica em todos os campos deve ser respeitada; d) não há certeza científica de que homossexualismo seja patologia ou que possa ser revertido.

Bom senso e respeito aos direitos individuais deve ser a norma. Afinal, todos nascem com direito à busca da própria felicidade.


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