30 de maio de 2013

Belo Monte e outras barragens

O Brasil está longe de ser, de fato, um Estado Democrático de Direito, uma democracia na qual o governo da maioria respeita os direitos das minorias.
A maioria do povo brasileiro tem todo direito de utilizar, em benefício de todos, os recursos minerais e energéticos abundantes que a Natureza lhe proporciona.
Um recurso importante é a transposição das águas do rio São Francisco, cujas obras estão paralisadas e se deteriorando, com enorme desperdício do dinheiro dos impostos que todos pagamos, e muito maior sacrifício das populações nordestinas que sofrem uma das piores secas de todos os tempos. Este sofrimento pessoal e perdas econômicas de todo o povo, bem como as enormes despesas mitigadoras do governo, seriam muitíssimo amenizados se as obras estivessem concluídas, abastecendo o Nordeste com a água que lhe daria vida e prosperidade. É dinheiro jogado fora, investimentos governamentais frustrados que, por não gerarem produção econômica, inflamam inflação incontrolável, e causam imenso sofrimento à população.
Entre outros recursos se inclui o potencial hidro-elétrico dos rios Madeira, Xingu e Tapajós que, se já estivesse disponível, substituiria a atual, enorme e cara poluição do uso de termoelétricas, a qual, além dos enormes malefícios ecológicos que produz, impede maior redução do preço da eletricidade nas contas industriais e domésticas, com grande prejuízo para a economia nacional e alta contribuição para a falta de competitividade de nossa indústria.
Em ambos os casos, boa parte das interrupções e atrasos se deve, além da incompetência administrativa governamental, à falta da devida atenção às minorias, desrespeitadas e ofendidas pelo descaso do governo e das empreiteiras. Isto causa a justa revolta das minorias.
É claro que a vontade restrita das minorias não pode prevalecer diante do amplo interesse nacional, que exige investimentos em importantes obras infra estruturais, como irrigação e geração de energia renovável.
Também é claro que os impactos desses investimentos devem ser compensados, os prejuízos ambientais devidamente mitigados e as mudanças e transtornos nas vidas das minorias corretamente indenizadas, de tal forma que as alterações resultem em melhoria do bem estar geral, inclusive e principalmente dessas minorias.
O importante é o correto e justo exercício da democracia em benefício de todo o povo brasileiro.

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