22 de março de 2012

A fundação do IHGTap

O Estado do Tapajós, nosso permanente sonho, será brindado com a fundação, instalação e posse da primeira diretoria do IHGTap - Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, afiliado e com as mesmas funções do IHGB – Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que acontecerá nesta sexta-feira, 23 de março de 2012, às 19h00, no plenário da Câmara Municipal de Santarém.

A diretoria a ser empossada será capitaneada por padre Sidney Canto, presidente, professor Anselmo Colares, vice, e jornalista Jota Ninos, secretário. A solenidade será presidida e por Arno Vehling, presidente do IHGB, com a presença de Ruth Burlamaque, representante do IHGPA, e Maria do Carmo, que será, enquanto prefeita, Presidente de Honra da instituição.

Na qualidade de Associado Correspondente do IHGTap, uma vez que atualmente resido no Rio de Janeiro e não posso participar pessoalmente, acompanho de longe, embora atentamente, o desenvolver da criação desse importante órgão cuja finalidade é promover o estudo, a pesquisa e a divulgação da História, da Geografia, da Arqueologia e demais ciências correlatas no Estado do Tapajós.

História é uma das paixões de minha vida, desde a convalescença aos onze anos de idade, cujo tempo de reclusão era ocupado com a leitura da biblioteca de meu pai, seus livros de História, da coleção Brasiliana, e obras literárias muito variadas e ecléticas.

O fato de possuir um ilustre antepassado, Doutor Machado, de Óbidos, provocou meu interesse pela pesquisa histórica e levantei dados sobre sua vida e obra no Arquivo Nacional e no IHGB, embora neste tenha encontrado restrições que, como membro do IHGTap, espero superar. Ao levantar esses dados, recebi contribuições das pesquisas em Manaus e Óbidos realizadas por minha filha Andréa Imbiriba.

Para quem nada sabe sobre Manoel Francisco Machado, informo que este filho de Óbidos formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, foi advogado e promotor em Óbidos, mas desenvolveu carreira política no Amazonas, pelo qual foi conselheiro do Império, presidente da Província por duas vezes, último barão nomeado por Dom Pedro Segundo, e senador da República. Na velhice, retornou a Óbidos onde seu vasto conhecimento e sua extensa biblioteca foram, por longo tempo, as principais fontes de consultas da cidade. Aliás, minha mãe, sua neta, era a única que ele permitia circular livremente na biblioteca.

O patrimônio arquitetônico urbano é outro assunto de grande interesse e neste particular me recordo de dois grandes eventos dos quais participei. O primeiro deles foi o Seminário sobre Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Santarém, realizado durante o dia 25 de abril de 2003 no Amazon Park Hotel.

Este seminário, cuja comissão executiva foi composta por mim, Alba Rosa Lopes Lobato e Gina Cynthia Valle, foi uma realização da Prefeitura Municipal de Santarém, por intermédio da CDU – Coordenadoria de Desenvolvimento Urbano, chefiada por Roberto Branco e ideia original do Arquiteto e Urbanista Ney Floriano de Lalor Imbiriba, e buscava promover as condições para restaurar, reabilitar e conservar o patrimônio histórico e arquitetônico de Santarém. Para tanto, pretendia encontrar meios de revitalizar os centros urbanos desta e outras cidades da região, impedir a descaracterização arquitetônica, evitar a destruição de nosso acervo cultural, promover a plena utilização do patrimônio ambiental urbano e o surgimento de novos negócios em diversos campos da construção civil e do turismo.

Ilustres nomes locais participaram da concepção e realização desse seminário, entre os quais ressalto a contribuição de Hélcio Amaral, Liduina Maia, Wilde Fonseca, Eduardo Fonseca, Arilson Miranda, Valéria Rodrigues de Oliveira, Liduina Maria Maia Pereira, Terezinha Amorim e Florêncio Almeida Vaz.

Outro importante evento do qual participei foi o Seminário Patrimônio Histórico realizado na FIT em 2009 sobe direção de Helvio Arruda e coordenação de Terezinha Amorim.

Menciono esses fatos para ressaltar meu profundo interesse por esses temas e minha alegria pela constituição do IHGTap, herdeiro do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico de Santarém, fundado em 1870 por ilustres personalidades e relatado em Tupaiulândia pelo  historiador Paulo Rodrigues dos Santos.

Desejo ao IHGTap, sua diretoria e seus ilustres membros amplo sucesso e grandes realizações em favor do Conhecimento e da Cultura do Estado do Tapajós.

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