Antes
de dar seguimento ao nosso tema, façamos pequena recapitulação do que dissemos
até agora:
1 – Nossa derrota no plebiscito
foi também a vitória igualmente esmagadora do SIM no Tapajós e no Carajás, do
NÃO no Parasito e a indecisão do Xingu, demonstrando a completa cisão do Pará;
2 – Nossa derrota implica em
termos que conviver com o governo do Pará até a solução do impasse sem
abandonar nossa luta, o que nos exige extrema habilidade, sabedoria e firmeza
de propósito;
3 – A luta prosseguirá no
Congresso Nacional, onde nossa representação é pequena na Câmara Federal e nula
no Senado;
4 – Nossos poucos Davis lutando
contra multidões de Golias necessitam apoio popular com grande repercussão na
mídia mundial;
5 - Para tanto, é necessário
criar estrutura de comando único do Tapajós e Carajás - formado por lideres
políticos, sindicais e empresariais, intelectuais, representantes da sociedade
civil e religiosa - para elaborar e executar planos estratégicos nas áreas
política, da propaganda e do ativismo pacífico.
Já
delineamos algumas ações de resistência civil, desobediência civil e ativismo
pacífico. Podemos propor agora algumas questões a serem debatidas e
equacionadas em linhas de ação política.
Em
primeiro lugar, temos que considerar as próximas eleições para prefeitos e
vereadores. Embora, do ponto de vista da luta pela criação do Tapajós e
Carajás, estas eleições não ofereçam grandes problemas, se considerarmos a
campanha eleitoral de 2014, vamos nos deparar com dificuldades de grande monta.
As populações do Tapajós e Carajás
querem ressaltar as diferenças para continuar a luta pela emancipação e, claro,
suas lideranças devem manter viva essa chama; no entanto, ao mesmo tempo, têm
que conviver administrativamente com o Governo do Estado do Pará. Como
conciliar estas posições tão antagônicas?
As elites do Parasito reconhecem a
divisão de fato, embora não de direito, mas querem a reunificação e tudo farão
para atenuar as diferenças, interferindo nas eleições municipais, impondo
candidatos títeres acostumados à subserviência. Parece-me que o perigo maior se
encontra no PSDB e no PMDB. No primeiro, porque o governador, que é desse
partido, imporá toda a força da máquina do Estado para domar seus correligionários.
No segundo, porque seus quadros, tradicionalmente, servem ao todo-poderoso, e
agora senador, Jader Barbalho. Como os diretórios do Tapajós e Carajás dos
demais partidos poderão impor sua autonomia e nomear candidatos comprometidos
com o SIM?
Nas eleições de 2014, os diretórios
estaduais dominados por políticos do Grão-Pará certamente negarão legenda aos
candidatos do Tapajós e Carajás os quais correm o terrível risco de ficar sem
legenda. Problema de enormes proporções. Asdrúbal Bentes, Giovanni Queiroz,
Lira Maia, Wandenkolk Gonçalves, Zé Geraldo e Zequinha Marinho, assim como os
deputados estaduais do SIM, estão ameaçados de ficar sem legenda. Como resolver
este problema? Como garantir legenda para nossos candidatos a senador e
governador?
Mantidas as atuais proporções dos colégios eleitorais e
fidelidade ao voto SIM transferida a candidatos das respectivas regiões, o
pleito de 2014 resultará na eleição da seguinte representação:
Região Deps.
Estaduais Deps. Federais
Senador
Tapajós 7 3 0
Carajás 9 5 0
Parasito 26 13 01 senador
O que fazer para alargar o número de deputados de Tapajós
e Carajás e, os dois juntos, elegerem senador e governador?
Para que tenhamos alguma chance de
atingir o objetivo acima é forçoso conseguir expressiva votação no território
do Parasito. Considerado o antagonismo ao SIM demonstrado por esse eleitorado,
como superar essa enorme dificuldade?
Por
fim, a importante questão do financiamento de nossa luta. O trabalho voluntário
e abnegado é extremamente importante, porém há muita coisa que só pode ser
realizada por profissionais e em tempo integral. Isto, além de toda sorte de
despesas de uma verdadeira ação de guerra, sempre não violenta, é claro, porém
sempre extremamente dispendiosa. Como, então, convencer grandes patrocinadores
potenciais - Vale, Alcoa, Cargill, Petrobras e outros - e a que título liberar
o patrocínio?
Outras
questões podem ser colocadas neste debate e todas as cabeças pensantes que se
interessem por nossa causa e desejem contribuir com propostas, críticas e
sugestões, serão muito bem vindos. A hora é esta.
Ao
Tapajós e Carajás, NOSSA VIDA!
Ao
Grão-Pará Parasito, NÃO e NÃO!