20 de outubro de 2011

Desafio a Duda Mendonça

      Após a reestruturação política do Estado, em caso de vitória do Tapajós e Carajás, o Pará remanescente terá 1.337.552 eleitores a mais do que a soma dos eleitores dos outros novos estados. Este número, definitivo, é do Tribunal Regional Eleitoral do Pará. Isto significa que os defensores da multiplicação vão ter que conquistar muitos votos de eleitores de Belém, da região metropolitana, do nordeste paraense e do arquipélago marajoara para terem alguma chance de vencer o plebiscito marcado para o dia 11 de dezembro.
      Se imaginarmos que cem por cento dos eleitores do Tapajós e Carajás votem SIM, e o mesmo número de eleitores do Grão Pará vote NÃO, este empate será decidido pelos 1.337.552 eleitores excedentes do Pará Remanescente. Então, Tapajós e Carajás terão que obter votos SIM de cinquenta por cento mais um destes, ou seja, teremos que colher exatos 668.777 votos SIM entre os eleitores de Belém e adjacências.
      Este é o desafio posto diante de Duda Mendonça, o artífice da campanha pro Carajás e pro Tapajós.
      Já escrevi sobre este tema. O artigo aqui publicado pode ser visto em: http://imbiriba.blogspot.com/2011/09/tapajose-carajas-decisao-suprema.html.
      Também já propus a realização de um movimento de criação de diretórios ou células da agitação política na seara do inimigo, isto é em Belém e toda sua Região Metropolitana. Embora a proposta seja a de estimular ação voluntária, sei que este movimento não tomará força, e até mesmo nem deslanchará, se não tiver forte apoio financeiro dos comitês centrais do Tapajós e do Carajás. O artigo em que abordei o assunto é encontrado em: http://imbiriba.blogspot.com/2011/07/crie-seu-cit-comite-independente.html.
      Estou temeroso de que não esteja havendo suficiente esforço para atingir nosso alvo de pelo menos setecentos mil votos SIM na Região Metropolitana. Por outro lado, estou convicto de que apenas a campanha na TV que se avizinha, por melhor que seja, não será suficiente para alavancar a opinião pública e produzir os votos necessários à vitória. Para isto, são necessários agitação política e movimento de massa, ou pelo menos uma simulação convincente de que a sociedade civil está envolvida e participando.
      Tenho notícias de carreata do NÃO e NÃO em Belém, mas não ouço falar de carreata do SIM. E mais, fico a imaginar o fiasco e as possíveis agressões que esta provocaria, sem que antes se criem as condições psicológicas necessárias.
      Também não percebo qualquer ação junto às classes mais desfavorecidas e aos municípios pobres do Pará Remanescente no sentido de ressaltar a mesquinhez das classe dominantes e exploradoras do Grão Pará e a perspectiva de melhores dias que resultarão da vitória do SIM. Este é campo fértil para um corpo de Agit-Prop bem estruturado pela contratação de profissionais dos antigos partidos de ultraesquerda, algo como um MR8 ou um PCB, cujos membros sintam nostalgia dos velhos tempos e queiram ganhar alguns trocados.
      O fato é que tudo me parece concentrado no Tapajós e no Carajás, onde a campanha já está ganha e basta manter o caldo em banho-maria, e nada se faz onde realmente importa, no campo do inimigo, onde este tem a maioria do eleitorado e onde a luta terá de ser finalmente decidida.
      A direção conjunta do Tapajós e do Carajás parece estar indecisa, titubeante, empolgada em obter o aplauso dos que sempre estiveram a favor, mas esquecendo do objetivo real que é obter setecentos mil votos SIM no Grão Pará. Talvez estejam trabalhando, com certa mineirice, em silêncio, preparando alguma surpresa bombástica surgida da inventiva cabeça de Duda Mendonça.

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