Se imaginarmos que cem por cento dos eleitores do Tapajós e
Carajás votem SIM, e o mesmo número de eleitores do Grão Pará vote NÃO, este
empate será decidido pelos 1.337.552 eleitores excedentes do Pará Remanescente.
Então, Tapajós e Carajás terão que obter votos SIM de cinquenta por cento mais
um destes, ou seja, teremos que colher exatos 668.777 votos SIM entre os
eleitores de Belém e adjacências.
Este é o desafio posto diante de Duda Mendonça, o artífice da
campanha pro Carajás e pro Tapajós.
Já escrevi sobre este tema. O artigo aqui publicado pode ser
visto em: http://imbiriba.blogspot.com/2011/09/tapajose-carajas-decisao-suprema.html.
Também já propus a realização de um movimento de criação de
diretórios ou células da agitação política na seara do inimigo, isto é em Belém
e toda sua Região Metropolitana. Embora a proposta seja a de estimular ação
voluntária, sei que este movimento não tomará força, e até mesmo nem deslanchará,
se não tiver forte apoio financeiro dos comitês centrais do Tapajós e do
Carajás. O artigo em que abordei o assunto é encontrado em: http://imbiriba.blogspot.com/2011/07/crie-seu-cit-comite-independente.html.
Estou temeroso de que não esteja havendo suficiente esforço para
atingir nosso alvo de pelo menos setecentos mil votos SIM na Região
Metropolitana. Por outro lado, estou convicto de que apenas a campanha na TV que
se avizinha, por melhor que seja, não será suficiente para alavancar a opinião
pública e produzir os votos necessários à vitória. Para isto, são necessários agitação
política e movimento de massa, ou pelo menos uma simulação convincente de que a
sociedade civil está envolvida e participando.
Tenho notícias de carreata do NÃO e NÃO em Belém, mas não
ouço falar de carreata do SIM. E mais, fico a imaginar o fiasco e as possíveis
agressões que esta provocaria, sem que antes se criem as condições psicológicas
necessárias.
Também não percebo qualquer ação junto às classes mais
desfavorecidas e aos municípios pobres do Pará Remanescente no sentido de
ressaltar a mesquinhez das classe dominantes e exploradoras do Grão Pará e a
perspectiva de melhores dias que resultarão da vitória do SIM. Este é campo fértil
para um corpo de Agit-Prop bem estruturado pela contratação de profissionais
dos antigos partidos de ultraesquerda, algo como um MR8 ou um PCB, cujos
membros sintam nostalgia dos velhos tempos e queiram ganhar alguns trocados.
O fato é que tudo me parece concentrado no Tapajós e no
Carajás, onde a campanha já está ganha e basta manter o caldo em banho-maria, e
nada se faz onde realmente importa, no campo do inimigo, onde este tem a
maioria do eleitorado e onde a luta terá de ser finalmente decidida.
A direção conjunta do Tapajós e do Carajás parece estar
indecisa, titubeante, empolgada em obter o aplauso dos que sempre estiveram a
favor, mas esquecendo do objetivo real que é obter setecentos mil votos SIM no
Grão Pará. Talvez estejam trabalhando, com certa mineirice, em silêncio, preparando
alguma surpresa bombástica surgida da inventiva cabeça de Duda Mendonça.
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