O presente texto se
destina especialmente aos olhos de Alexandre Von no momento em que se prepara
para assumir o cargo de prefeito de Santarém, posição supramunicipal de fato que
lhe oferece oportunidade de coordenação igualitária com outros prefeitos do
Pará d’Oeste na condução do movimento de emancipação do Estado do Tapajós.
Um dos instrumentos mais
eficazes para esse objetivo é o Turismo de Roteiro. Além de sua própria extensa
cadeia produtiva a indústria do turismo possui natureza abrangente, com grande
inter-relacionamento, e integração aos setores secundário e terciário.
Estruturado para atender
desejos e necessidades dos turistas, suas demandas de alimentação, transporte,
hospedagem, roteiros guiados, compras e divertimento no correr do processo da viagem,
o turismo se liga naturalmente a uma infinidade de outras atividades, na quase totalidade
dos campos cultural e econômico.
Neste processo, o
turismo cria novos conjuntos de demandas, novos mercados, novos produtos, novas
tecnologias e novos serviços, injetando vitalidade na economia. Tal abrangência
de inter-relacionamentos inclui, certamente, a política e a geopolítica.
Exemplo importante é a integração
centro-americana que inclui os sete países da América Central (Belize,
Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá), além da República
Dominicana, no Caribe, os quais, através de uma série de acordos, se empenham no
processo de integração através do turismo, promovendo a prosperidade da região nas
duas últimas décadas.
O governo Lira Maia
desenvolveu alguns estudos e tentativas de integração do turismo regional, mas
não de integração regional pelo turismo. A administração Maria do Carmo,
através da Coordenadoria de Integração Regional, subordinada à Secretaria de
Turismo, foi mais a fundo nessa tentativa, no entanto pecou por tentar a
integração com objetivo explicito de promover o Estado do Tapajós. Com isto, provocou
antagonismo do governo do Estado que bloqueou a atuação municipal.
O que propomos é
estreita cooperação com PARATUR e AMAZONASTUR no sentido de resolver problemas
de acesso aéreo de passageiros provenientes do Brasil e do Mundo a Santarém,
bem como com os municípios amazonenses e paraenses do Baixo Amazonas, e os das rodovias
163 e 230 no sentido de aperfeiçoar os atuais e criar novos produtos turísticos
de roteiros pelas múltiplas atrações naturais e eventos que a região oferece, e
muitos outros que podem ser inventados.
O empresariado de
Santarém tem se mostrado pouco disposto ao aperfeiçoamento e à formação de
cadeias produtivas. Pelo menos, isto é o que se deduz das tentativas do SEBRAE
em desenvolver a indústria moveleira e a do turismo receptivo. Por outro lado,
há exemplos de iniciativas de alta qualidade como os da Pematec, do Belo Altér
Hotel e do Amazon Dream. Os empresários locais do setor turístico devem ser
incentivados e outros, de fora, convocados. Tudo sem esquecer que turismo é cadeia
produtiva longa, complexa e, portanto, deve ser concebido e gerenciado como tal:
processo.
Processo econômico, mas,
no caso, acima de tudo político, porque seus objetivos finais serão políticos:
integração regional pluripartidária, senão apartidária, para eleger o maior
número possível de representantes à Assembleia, à Câmara Federal e ao Senado
(neste caso, junto ao Carajás) e, por fim, emancipar o Estado do Tapajós.
O que se diz aqui abertamente,
na prática, será realizado na mais absoluta surdina. O objetivo aparente, de
fato importante e justificável por si só, é o desenvolvimento do turismo
regional pela implantação de múltiplos e variados roteiros, abrangendo sempre muitos
municípios, promovendo o desenvolvimento sustentável, criando empregos e
gerando renda para milhares de pessoas. O Turismo será a redenção econômica do
Pará d’Oeste.
Como resultado de tudo isto,
teremos a confirmação da nova e importante liderança regional emergente que, associada
a outras lideranças regionais, promoverá a criação do Estado do Tapajós e a
felicidade de seu povo.