31 de outubro de 2012

Integração do Tapajós através do Turismo


O presente texto se destina especialmente aos olhos de Alexandre Von no momento em que se prepara para assumir o cargo de prefeito de Santarém, posição supramunicipal de fato que lhe oferece oportunidade de coordenação igualitária com outros prefeitos do Pará d’Oeste na condução do movimento de emancipação do Estado do Tapajós.
Um dos instrumentos mais eficazes para esse objetivo é o Turismo de Roteiro. Além de sua própria extensa cadeia produtiva a indústria do turismo possui natureza abrangente, com grande inter-relacionamento, e integração aos setores secundário e terciário.
Estruturado para atender desejos e necessidades dos turistas, suas demandas de alimentação, transporte, hospedagem, roteiros guiados, compras e divertimento no correr do processo da viagem, o turismo se liga naturalmente a uma infinidade de outras atividades, na quase totalidade dos campos cultural e econômico.
Neste processo, o turismo cria novos conjuntos de demandas, novos mercados, novos produtos, novas tecnologias e novos serviços, injetando vitalidade na economia. Tal abrangência de inter-relacionamentos inclui, certamente, a política e a geopolítica.
Exemplo importante é a integração centro-americana que inclui os sete países da América Central (Belize, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá), além da República Dominicana, no Caribe, os quais, através de uma série de acordos, se empenham no processo de integração através do turismo, promovendo a prosperidade da região nas duas últimas décadas.
O governo Lira Maia desenvolveu alguns estudos e tentativas de integração do turismo regional, mas não de integração regional pelo turismo. A administração Maria do Carmo, através da Coordenadoria de Integração Regional, subordinada à Secretaria de Turismo, foi mais a fundo nessa tentativa, no entanto pecou por tentar a integração com objetivo explicito de promover o Estado do Tapajós. Com isto, provocou antagonismo do governo do Estado que bloqueou a atuação municipal.
O que propomos é estreita cooperação com PARATUR e AMAZONASTUR no sentido de resolver problemas de acesso aéreo de passageiros provenientes do Brasil e do Mundo a Santarém, bem como com os municípios amazonenses e paraenses do Baixo Amazonas, e os das rodovias 163 e 230 no sentido de aperfeiçoar os atuais e criar novos produtos turísticos de roteiros pelas múltiplas atrações naturais e eventos que a região oferece, e muitos outros que podem ser inventados.
O empresariado de Santarém tem se mostrado pouco disposto ao aperfeiçoamento e à formação de cadeias produtivas. Pelo menos, isto é o que se deduz das tentativas do SEBRAE em desenvolver a indústria moveleira e a do turismo receptivo. Por outro lado, há exemplos de iniciativas de alta qualidade como os da Pematec, do Belo Altér Hotel e do Amazon Dream. Os empresários locais do setor turístico devem ser incentivados e outros, de fora, convocados. Tudo sem esquecer que turismo é cadeia produtiva longa, complexa e, portanto, deve ser concebido e gerenciado como tal: processo.
Processo econômico, mas, no caso, acima de tudo político, porque seus objetivos finais serão políticos: integração regional pluripartidária, senão apartidária, para eleger o maior número possível de representantes à Assembleia, à Câmara Federal e ao Senado (neste caso, junto ao Carajás) e, por fim, emancipar o Estado do Tapajós.
O que se diz aqui abertamente, na prática, será realizado na mais absoluta surdina. O objetivo aparente, de fato importante e justificável por si só, é o desenvolvimento do turismo regional pela implantação de múltiplos e variados roteiros, abrangendo sempre muitos municípios, promovendo o desenvolvimento sustentável, criando empregos e gerando renda para milhares de pessoas. O Turismo será a redenção econômica do Pará d’Oeste.
Como resultado de tudo isto, teremos a confirmação da nova e importante liderança regional emergente que, associada a outras lideranças regionais, promoverá a criação do Estado do Tapajós e a felicidade de seu povo.

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