5 de setembro de 2012

Vestais no Mensalão III


(Continuação)
O Mensalão é apenas a ponta do enorme iceberg da estrutura mafiosa do Partido dos Trabalhadores desde suas origens como sindicato. Muitos outros casos, dezenas deles, são indicativos irrefutáveis dessa estrutura corrupta.
São incontáveis os escândalos: Celso Daniel, mensaleiros, sanguessugas, forjadores de dossiês, aloprados, etc., etc., etc.
Fabio Luiz da Silva, filho de Lula e dono da Gamecorp, fez contrato misterioso de 5,2 milhões de Reais com a Telemar. José Guimarães, irmão de José Genoino, mediou negócios de empreiteiras com o Banco do Nordeste e recebeu pelo menos 100 mil dólares encontrados na cueca de seu assessor. Antônio Palocci Filho foi acusado de receber propinas mensais de empresa de coleta de lixo quando era prefeito em Ribeirão Preto e de municiar o caixa dois do PT. O lixo alimentaria caixa dois na maioria das prefeituras petistas.
Quem desejar percorrer listas de escândalos do PT e do governo Lula pode visitar os links abaixo:
O esquema mafioso do governo Lula esparramou para o de Dilma resultando em escândalos e ministros demitidos: Alfredo Nascimento (Transportes), Antonio Palocci (Casa Civil), Luiz Sergio (Relações Institucionais), Pedro Novais (Turismo), Wagner Rossi (Agricultura).
E o PT está total e completamente enquadrado por Lula, o que torna quase impossível a Dilma se desvencilhar da tutela e das amarras que a contém. Até mesmo figuras antes impolutas desse partido, como Suplicy (aquele que não conteve lágrimas ao assinar o pedido de CPI dos Correios) e Mercadante, quando quiseram mostrar independência, ao se posicionarem pela Ética contra Sarney, foram chamados a palácio e devidamente encaixilhados por Lula.
Enquanto isto, figuras do cenário nacional, de cujas ideias se pode discordar, mas são respeitadas por reconhecida integridade moral foram expulsos do PT ou dele se afastaram inconformados com algumas de suas práticas: Babá do Pará, Chico Alencar, Heloisa Helena, Henrique Afonso, Ivan Valente, João Alfredo, João Fontes, Luciana Genro, Luiz Bassuma, Maninha, Marina Silva, Orlando Fantazzini e muitos outros.
É muito triste para muitos de nós - que votamos em Lulinha Paz e Amor por não acreditarmos em Serra nem em Alkmin, ou para aqueles que nele votaram por mera simpatia, fé ideológica ou se convencerem de que haveria mudanças - ter que reconhecer que o Poderoso Chefão da Máfia petista é o próprio Lula.
Reconheço que milhões de partidários, militantes, eleitores e simpatizantes do PT são pessoas de absoluta integridade moral, de comportamento ético irreparável, inclusive pessoas muito próximas de mim, filhas, sobrinhos, amigos e conhecidos. Muitas dessas pessoas abandonaram ou foram expulsas desse partido, outras estão desconsoladas, desapontadas e frustradas, mas continuam por acreditar que antigos ideais merecem fé e nova chance.
Em homenagem ao mérito de pessoas muito amadas e respeitadas, concedo ao PT o direito de se reabilitar, reerguer e continuar a prestar ao país os relevantes serviços que tem indubitavelmente prestado. Mas para isto, o primeiro passo é abandonar o cinismo de negar o mensalão, fazer contrito mea culpa, rigoroso expurgo interno e trilhar o estrito caminho da legalidade, do decoro político e da Ética. Enquanto isso, Lula deve passar o bastão definitivamente à Dilma e se recolher monasticamente à vida privada.
A Ação Penal 470 em curso no Supremo Tribunal Federal, até aqui, condenou cinco dos envolvidos no escândalo do Mensalão. Apesar do destoante voto de Dias Toffoli, que a absolveu, pelo menos uma de suas vestais foi desnudada em público: João Paulo Cunha.
Dias Toffoli – ex-advogado condenado em primeira instância e absolvido em recurso em processo por ilegalidade na prestação de advocacia ao governo do Amapá; acusado pela advogada Christiane Araújo de Oliveira de manter relações íntimas com ela em troca de favores relativos ao escândalo do Mensalão no Distrito Federal; ex-assessor parlamentar do PT na Câmara dos Deputados; ex-advogado das campanhas de Lula em 1998, 2002 e 2006; ex-subchefe na Casa Civil na gestão José Dirceu - no entender de importantes juristas deveria se declarar impedido na AP 470.
É certo que João Paulo receberá punição exemplar, com a qual o STF indicará, a todo e qualquer ocupante de cargo público que, daqui por diante, o serviço à República será prestado por dois modos: que o seja com decoro e ética, como devido, ou que a espada da Justiça se abata sobre o culpado.
O exemplo iluminará a consciência de toda a sociedade brasileira.

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