26 de outubro de 2012

Novo Astro no Tapajós


Corria o ano de 2005, meu irmão Ney e eu aguardávamos um parente no Aeroporto de Val de Cans quando a figura imponente nos acena de longe e se aproxima para nos abraçar. Era o deputado à Assembleia Legislativa do Pará Alexandre Von, que embarcaria no próximo voo para a Pérola do Tapajós.

Com os voos atrasados, tivemos tempo de conversar. Depois das amenidades e tradicional rasgar de sedas, Alexandre, apaixonado pelo que faz, discorre sobre seus sonhos, seus planos, sua missão de engrandecer o Pará, libertar o Tapajós, promover a felicidade de Santarém e de seu povo.

Alexandre fora o planejador da administração Ruy e colocara a casa em ordem na Prefeitura. Tão bem se saíra que Lira Maia o manteve no cargo onde continuou a prestar excelentes serviços até se candidatar à Assembleia.

Agora, em 2012, Alexandre obtém a mais expressiva vitória na história política de Santarém, a maior margem de votos sobre seus concorrentes, feito que se deve a três fatores igualmente importantes: a aliança e apoio de Lira Maia, a derrocada e desprestígio da administração Maria do Carmo e do Partido dos Trabalhadores e, finalmente, o próprio bom conceito de Von perante o eleitorado.

Relembro o que disse em crônica publicada, logo após as eleições do ano 2000, a respeito da reeleição de Lira Mais: “O sangue frio de Joaquim o salvou e o transformou em grande líder”... “Se for bem sucedido se tornará o maior líder do Oeste do Pará e terá todas as condições de se tornar o Pai do Estado do Tapajós. Não terá mais que tomar benção de Jader, este terá que vir pedir-lhe ajuda; poderá mandar para longe o espantalho Amazonino, todos cobiçando tornar-se o primeiro governador do novo estado”... “Se tiver que afastar-se do cargo, terá feito um dos maiores favores à nossa terra e a nossa gente: o fato de ter escolhido Alexandre Voughn como seu vice. Estaremos em boas mãos, graças a Deus e a Joaquim”.

Finalmente, Alexandre Von está onde sempre quis, na Prefeitura de Santarém, e isto me trás à lembrança outra crônica escrita no pós-eleições de 2000: “... este é o momento de Lira Maia. É possível que seja seu apogeu, precursor do declínio, ou começo de grande e gloriosa trajetória. Se for este o caso, esperemos que amadureça a esperança de personificação do grande líder democrático que o Estado do Tapajós precisa para se tornar realidade”.

Continuando: “A última eleição para esses cargos, em 1998, representou amarga lição para Santarém e todo o Oeste do Pará. Parece que os chefes políticos de Belém fizeram de tudo - inclusive inserindo aqui políticos estranhos ao nosso meio para esvaziar a votação dos candidatos locais - no sentido de evitar que esta região pudesse ter representação capaz de auxiliar na divisão do Pará e criação do Estado do Tapajós. Mas a culpa principal é nossa, de nossos líderes e de nós, eleitores”.

Tudo o que falei sobre Lira Maia em 2000 se aplica diretamente a Alexandre Von em 2012 e, além disto, com base nas recentes lições recebidas, podemos acrescentar:

·                    Alexandre é a nova liderança que alça voo liberto de amarras e com imensas responsabilidades, que não significam quebrar alianças, mas buscar novas, inclusive na oposição;

·                    Sua missão é integrar politicamente todo o Tapajós para junto com Carajás expurgar candidaturas forasteiras e eleger importante representação pluripartidária na Assembleia, na Câmara de Deputados e no Senado;

Encerro reproduzindo o último parágrafo da crônica de 2000: “É por isso que este é o momento da grandeza. Grandeza do oponente ao criticar e denunciar de modo objetivo e leal. Grandeza dos que não foram bem sucedidos nas urnas em reconhecer a vitória do oponente e oferece colaboração. Grandeza do vitorioso em aceitar, com singeleza e humildade, ajuda para o esforço comum. É também este o momento da reflexão. Reflexão do vitorioso. Reflexão dos demais, inclusive daqueles que submergiram para dar tempo ao tempo e que agora pretendem retornar às lides políticas. Porque este é o momento da União. União para que nas próximas eleições o povo do Oeste do Pará vote apenas nos candidatos regionais e eleja poderosas bancadas estadual e federal, quem sabe, até um senador. Isto é o que o povo merece e terá daqueles que são seus verdadeiros líderes”.


 

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