Corria o ano de 2005, meu irmão Ney e eu aguardávamos um parente
no Aeroporto de Val de Cans quando a figura imponente nos acena de longe e se
aproxima para nos abraçar. Era o deputado à Assembleia Legislativa do Pará
Alexandre Von, que embarcaria no próximo voo para a Pérola do Tapajós.
Com os voos atrasados, tivemos tempo de conversar. Depois das
amenidades e tradicional rasgar de sedas, Alexandre, apaixonado pelo que faz,
discorre sobre seus sonhos, seus planos, sua missão de engrandecer o Pará,
libertar o Tapajós, promover a felicidade de Santarém e de seu povo.
Alexandre fora o planejador da administração Ruy e colocara a
casa em ordem na Prefeitura. Tão bem se saíra que Lira Maia o manteve no cargo
onde continuou a prestar excelentes serviços até se candidatar à Assembleia.
Agora, em 2012, Alexandre obtém a mais expressiva vitória na
história política de Santarém, a maior margem de votos sobre seus concorrentes,
feito que se deve a três fatores igualmente importantes: a aliança e apoio de
Lira Maia, a derrocada e desprestígio da administração Maria do Carmo e do
Partido dos Trabalhadores e, finalmente, o próprio bom conceito de Von perante
o eleitorado.
Relembro o que disse
em crônica publicada, logo após as eleições do ano 2000, a respeito da
reeleição de Lira Mais: “O sangue frio de Joaquim o salvou e o transformou em
grande líder”... “Se for bem sucedido se tornará o maior líder do Oeste do Pará
e terá todas as condições de se tornar o Pai do Estado do Tapajós. Não terá
mais que tomar benção de Jader, este terá que vir pedir-lhe ajuda; poderá
mandar para longe o espantalho Amazonino, todos cobiçando tornar-se o primeiro
governador do novo estado”... “Se tiver que afastar-se do cargo, terá feito um
dos maiores favores à nossa terra e a nossa gente: o fato de ter escolhido
Alexandre Voughn como seu vice. Estaremos em boas mãos, graças a Deus e a
Joaquim”.
Finalmente,
Alexandre Von está onde sempre quis, na Prefeitura de Santarém, e isto me trás
à lembrança outra crônica escrita no pós-eleições de 2000: “... este é o
momento de Lira Maia. É possível que seja seu apogeu, precursor do declínio, ou
começo de grande e gloriosa trajetória. Se for este o caso, esperemos que
amadureça a esperança de personificação do grande líder democrático que o
Estado do Tapajós precisa para se tornar realidade”.
Continuando: “A
última eleição para esses cargos, em 1998, representou amarga lição para
Santarém e todo o Oeste do Pará. Parece que os chefes políticos de Belém
fizeram de tudo - inclusive inserindo aqui políticos estranhos ao nosso meio
para esvaziar a votação dos candidatos locais - no sentido de evitar que esta
região pudesse ter representação capaz de auxiliar na divisão do Pará e criação
do Estado do Tapajós. Mas a culpa principal é nossa, de nossos líderes e de
nós, eleitores”.
Tudo o que falei
sobre Lira Maia em 2000 se aplica diretamente a Alexandre Von em 2012 e, além
disto, com base nas recentes lições recebidas, podemos acrescentar:
·
Alexandre é a nova
liderança que alça voo liberto de amarras e com imensas responsabilidades, que não
significam quebrar alianças, mas buscar novas, inclusive na oposição;
·
Sua missão é integrar politicamente
todo o Tapajós para junto com Carajás expurgar candidaturas forasteiras e
eleger importante representação pluripartidária na Assembleia, na Câmara de
Deputados e no Senado;
Encerro
reproduzindo o último parágrafo da crônica de 2000: “É por isso que este é o
momento da grandeza. Grandeza do oponente ao criticar e denunciar de modo
objetivo e leal. Grandeza dos que não foram bem sucedidos nas urnas em
reconhecer a vitória do oponente e oferece colaboração. Grandeza do vitorioso em
aceitar, com singeleza e humildade, ajuda para o esforço comum. É também este o
momento da reflexão. Reflexão do vitorioso. Reflexão dos demais, inclusive
daqueles que submergiram para dar tempo ao tempo e que agora pretendem retornar
às lides políticas. Porque este é o momento da União. União para que nas
próximas eleições o povo do Oeste do Pará vote apenas nos candidatos regionais
e eleja poderosas bancadas estadual e federal, quem sabe, até um senador. Isto
é o que o povo merece e terá daqueles que são seus verdadeiros líderes”.
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