9 de setembro de 2011


Apelo ao Povo do Grão Pará

Estou convicto de que cada um de nós, todos nós, sejamos honestos e sinceros em nossas opiniões, os que optamos pelo NÃO e os que queremos SIM Carajás e SIM Tapajós. Portanto, não se trata aqui de falsidades, mas de sentimentos verdadeiros que devem ser democraticamente respeitados.
A questão deveria ser a análise do que cada um de nós tem a ver diretamente com a importante decisão que tomaremos nas urnas em 11 de dezembro, buscando avaliar quem de nós tem mais ou menos a ganhar e perder com a vitória do NÃO ou do SIM.
Todos nós seremos afetados, mas de forma extremamente desigual. Vencendo o NÃO, fica tudo praticamente como está, poucas mudanças ocorrerão, a quantidade de representantes políticos continuará a mesma, políticos corruptos continuarão a ser eleitos ou não dependendo de nossa vontade, os impostos arrecadados e distribuídos continuarão os mesmos e da mesma forma, a região metropolitana continuará a ser a melhor aquinhoada, as regiões mais longínquas permanecerão desassistidas, os enfermos dos confins dos municípios distantes continuarão morrendo antes de encontrar transporte para obter ajuda em Belém, as injustiças continuarão, a impossibilidade de o governo desse imenso Estado servir a toda a população dessa enorme extensão territorial permanecerá como hoje. Enfim, nenhuma mudança.
Vencendo o SIM, muita coisa muda. Embora políticos corruptos possam continuar a ser eleitos ou não dependendo de nossa vontade, a quantidade de representantes políticos no âmbito federal triplicará melhorando a influência do triplo Pará e da Amazônia no panorama nacional, mas a motivação do eleitorado e a melhoria da autoestima poderá fazer surgir novos líderes e alterar para melhor a escolha dos eleitores. Os impostos arrecadados continuarão os mesmos, porém a região metropolitana será mais bem aquinhoada; por outro lado, as contribuições federais crescerão, por força de preceitos constitucionais, e todo o tríplice Pará será beneficiado. As regiões mais longínquas ficarão mais próximas dos três centros de decisões; se serão assistidas de forma mais competente o tempo dirá, mas as regiões na área de influência de Belém certamente terão mais recursos e serão melhormente assistidas.
Sentimento é coisa importante, amor e ódio são forças irresistíveis quando postas a serviço de ideologias. Estes dois sentimentos atuam em conjunto na alma dos que desejam o NÃO e dos que querem o SIM. Se vencer o NÃO, continua tudo praticamente como está, exceto o sentimento de vitória de uns e profunda frustração de outros. Se for vitorioso o SIM, então teremos grandes mudanças. O amor pelo Pará “que te quero grande” pode ser convertido em amor pelo Pará “que te quero três vezes maior”, pela visão de uma Amazônia mais poderosa no cenário nacional, principalmente, um amor que pode ser transformado em realização de grandeza moral, de magnanimidade, ao permitir que o amor pelo SIM Carajás, mais novo e pujante, e o amor pelo SIM Tapajós, centenária ambição profundamente sedimentada nos corações dos cidadãos do Pará d’Oeste, se tornem realidade.
O impacto da vitória do NÃO será quase irrelevante na região metropolitana de Belém. As mudanças promovidas pelo SIM serão de fato importantes em todo o tríplice Pará, mas o será muito mais no Carajás e, mais ainda, no Tapajós. A vitória do SIM será altamente impactante, a vida dos habitantes do Carajás e do Tapajós será transformada de forma substancial. Porque, então, não deixar que as populações que mais serão afetadas decidam seus próprios destinos?
O povo do Pará, de todo o Pará, procederá com isenção democrática se permitir que as regiões mais afetadas decidam seus destinos. Se as populações de Carajás e Tapajós querem se emancipar, que decidam isto por si próprias, que votem sozinhas, cada uma por si. O apelo, portanto, é que os eleitores de todo o Pará, principalmente os da região metropolitana de Belém, que pretendam votar NÃO simplesmente fiquem longe das urnas ou lá depositem voto em BRANCO. O resultado, qualquer que venha a ser, pouco os afetará. Mas essa manifestação de democrática vontade política será a vitória de todos nós e importante marco na história do glorioso Grão Pará.

3 comentários:

A PsicoLouca disse...

Vencendo o NÂO, ficará tudo como está se vocês não se mexerem e tratar de trocar vossos políticos por gente mais Séria e Comprometida com o desenvolvimento sustentável da Região.

Sebastiao Gil de Lalor Imbiriba disse...

Estou de pleno acordo. Por isso mesmo, junto com toda a população brasileira, apoio os movimentos pela erradicação da corrupção.

Clei disse...

Uma sábia colocação de um dos nosso orgulhos: Sebastião Tapajós....o Brasil não gastará por aqui mais do que já desviam.....
Infelizmente a população que ainda elege na nossa região(Tapajós) é que se limpa com jornal e não a que os lê...precisamos progredir, avançar, mudar esse quadro para que políticos corruptos, muitos paraquedistas, não consigam mais se eleger por aqui. Fazemos parte do Brasil, somos uma nação órfã e precisamos do nosso ESTADO de direito!