Quando um médico submete alguém a
tratamentos extremamente penosos, como o do câncer, por exemplo, não o faz por
maldade, mas para o bem do paciente. O tratamento é muitas vezes demorado,
doloroso, exigindo critério, planejamento e muita disciplina.
A criação do cartel da OPEP, que
aumentou o preço do petróleo, colocou a economia do Governo Militar numa crise
que se estendeu até a administração Sarney, a qual Collor quis debelar
congelando todos os depósitos bancários, deflagrando, por sua vez, outra crise
ainda pior.
Itamar herdou uma economia doente,
quase terminal. Havia necessidade de tratamentos rigorosos e severos. Foi isso
que Fernando Henrique, Pedro Malan e Pérsio Arida fizeram. O paciente se
salvou, recuperou as energias, se tornou saudável. Não estava em forma ainda,
mas podia andar com as próprias pernas.
Foi esse Brasil que FHC passou a Lula
em uma transferência de poder harmoniosa, republicana, leal, até elegante.
É esse Brasil que Lula e Dilma pintam
com as piores cores de um arsenal de mentiras preconceituosas, despeitadas e
raivosas.
Lula recebeu um país pronto a aproveitar
a bonança do crescimento da economia mundial, de excelentes superávits comerciais
e da atração de capitais decorrentes do crédito e da confiança gerados pela
estabilidade da economia, e também, é claro, pela mística de um trabalhador
proveniente da classe trabalhadora.
Grande herança e, também, mérito próprio.
Lula usou esse capital para promover e
aperfeiçoar tudo o que fora contra até assumir o poder, inclusive a bolsa
escola e a estabilidade monetária.
Infelizmente, a par do aperfeiçoamento
da herança recebida nas áreas econômica e social, Lula aparelhou o Estado
brasileiro aumentando de cerca de sete mil para mais de trinta mil os cargos de
confiança, preenchendo-os com hostes do PT habituadas às práticas corruptas de
alimentar o caixa dois do partido com propinas dos serviços municipais petistas
de transporte urbano, coleta de lixo e demais contratos de obras públicas.
Logo rebentaram as dezenas de
escândalos que infestam os governos Lula e Dilma, denúncias que se perpetuam
porque o esquema continua em funcionamento, o aparelhamento corrupto do governo
permanece desgraçando e desmoralizando o país por toda parte.
As denúncias não param.
Lula, raivoso, vocifera que está de
saco cheio com elas.
Lula deveria estar de saco cheio com a
própria prática, com sua própria liderança dos mafiosos que ocupam os diversos
setores do governo, as agências reguladoras, as empresas estatais, fazendo com
que mensalões e petrolões se sucedam infindavelmente.
O Brasil quer o imediato fim dessa prática
infernal, tão disseminada, tão corriqueira que algumas pessoas, inclusive as
que sei serem boas e honestas, a aceitam como normal e inevitável, algo
determinado pelo destino, e a justificam alegando alguns benefícios recebidos. Ressuscitaram
o slogan de Ademar: “Rouba mas faz”.
Quem está de saco cheio é o Brasil.
É por isso que o Brasil quer mudança.
É por isso que o Brasil vota Aécio 45.
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