As
inúmeras ocorrências de assassinato industrial em massa por explosões,
vazamentos tóxicos e pela simples emissão tóxica das chaminés, associadas aos
desastres naturais que sempre ocorrem, provocaram a reação de parcelas
expressivas da sociedade, que passaram a discutir, nos foros mais diversos, as
possíveis causas e controles de tais acontecimentos. Os próprios fatos, os
debates e sua repercussão na mídia provocaram o medo da morte, do futuro e das
mudanças. As pessoas, o público em geral passou a acreditar que, a continuar
tal estado de coisas, não haveria futuro para as novas gerações e que as
mudanças climáticas causariam infindáveis mortes. Foram estas preocupações que
os especialistas levaram a Estocolmo 72.
Mensagens
alarmistas percorreram os meios de comunicação levadas por pessoas, muitas
delas bem intencionadas, e também por aquelas interessadas em lucrar com o
alarmismo, algumas com fundamentos científicos e outras por mero charlatanismo.
Toda essa gama de informações dominou a conferência e, principalmente, o seu
entorno constituído por grupos de opinião popular e ativistas políticos, tudo
isto repercutido por uma imprensa ávida de notícias bombásticas.
Acresce
que o desencanto com o Stalinismo, a brutal repressão à Primavera de Praga e
outros acontecimentos políticos na área do socialismo, deixaram inúmeros
formadores de opinião, órfãos de ideologia e à procura de nova razão de viver,
prontos a se incorporarem a grupos ideológicos alternativos, dispostos a
empregar todo “ardor patriótico” à nova causa da ecologia a qualquer custo.
Muita inverdade, modelos, hipóteses se misturaram a teorias desenvolvidas no
rigor da metodologia científica.
Ficou extremamente difícil separar o joio do
trigo, ainda mais que as notícias mais estapafúrdias são exatamente as que
repercutem em maior extensão na mídia global. Pessoas e instituições bem
intencionadas passaram a contribuir religiosamente alimentando organizações,
geralmente as mais teatrais, com o dízimo ecológico. A abundância de dinheiro e
trabalho voluntário criou imenso e diversificado complexo propagandístico e
midiático dedicado a instilar mitos que suplantam em muito os acanhados
esforços da divulgação científica. A mistificação impera.
Essa mitologia
é extremamente nociva ao esforço de ecologistas bem intencionados e bem
assentados em genuínas teorias científicas. Entre os mitos estão ideias de que
a Amazônia seja o pulmão do mundo, de que CO2 - o gás da vida - seja
nocivo e gerador do efeito estufa, que aquecimento global seja fenômeno antropogênico, enfim, uma série de
inverdades fartamente divulgadas e acreditadas como dogmas de fé.
Nenhuma
dessas hipóteses leva em conta que a Terra já foi mais quente e mais fria do
que as mais radicais profecias climáticas anunciam; que os ciclos de
concentração de CO2 na atmosfera são defasados em séculos dos ciclos de
crescimento da temperatura, sendo, portanto, consequência em não causa; que as
medições de temperatura se realizam mormente nos centros urbanos, por motivos
óbvios cada vez mais quentes dos que os campos e florestas, e que só
recentemente se difundiram as medições oceânicas; que a massa oceânica é muito
maior e termicamente mais estável do que a massa continental antropogenizada;
enfim uma série fatos e de dados distorcidos ou inadequadamente coletados,
analisados e inseridos em modelos matemáticos baseados em premissas pouco
confiáveis.
Todas
essas hipóteses e teorias alimentaram os debates em Estocolmo 72, tomaram corpo
e acabaram adotadas pelas Nações Unidas e incorporadas em propostas, convenções
e acordos como os da Conferência Rio 92, Protocolo de Kyoto de 1997, Convenção
de Copenhague de 2009 e diversos outros cujas conclusões foram acatadas de modo
recalcitrante e jamais implementadas de forma consistente, exatamente pela
fraqueza de seus fundamentos científicos. Entre essas medidas encontra-se a
compensação de créditos de carbono e seus sucessores, REDD e REDD+ cuja
aplicação tem sido meramente pontual e raramente ou até impedidas onde poderia
ser mais efetiva, nas florestas tropicais, principalmente na Amazônia.
Tudo isto
é uma lástima porque os problemas ambientais são muitos e muito sérios, graves
demais para terem seus corretivos preteridos e postergados por conflitos entre
dogmas e descrenças meramente ideológicos. A Humanidade precisa conhecer a
realidade em bases realmente científicas e proceder no sentido de corrigir seus
rumos no caminho da sustentabilidade ecológica, econômica e social. Será isto o
que teremos na Rio + 20?