A esdrúxula ocorrência se deu na tarde de 22 de janeiro de 2009, no auditório da UEPA em Santarém. Cerimônia plena de pompa e circunstância para falso testemunho. O que seria de total inutilidade, não fosse a oportunidade aproveitada por espíritos atentos que detectaram incongruência no pré-projeto e alguém mais atrevido não alertasse o público para o crime que se prepara contra Santarém do Tapajós, contra o Pará d'Oeste, o futuro Estado do Tapajós renegado por Odair.
A premissas que orientam o projeto a ser elaborado e recém-contratado tem um horizonte de oito anos, isto é, define as instalações necessárias ao atendimento do número de pessoas que circularão no Aeroporto Wilson Fonseca em 2017. Ocorre que o tempo gasto, a partir da assinatura do contrato, para elaboração do projeto mais o que será despendido na construção - se não houver hiato entre o término de um e a licitação da outra - decorrerão quase quatro anos, metade do horizonte previsto.
Trocando em miúdos, isto significa que, a partir da data de sua inauguração, em 2013, a vida útil do novo aeroporto será de apenas quatro anos, quando já estará saturado e requerendo ampliação. Quatro anos após sua inauguração, o novo aeroporto estará nas mesmas condições precárias de atendimento ao público em que o atual se encontra hoje. Para projeto desse porte, vida útil de apenas quatro anos é, realmente, absurda insignificância.
Não sou noviço no assunto. Acompanhei o projeto do aeroporto do Galeão, realizado pela Hidroservice na segunda metade da década de 1960, o qual previa quatro módulos, um dos quais foi construído em seguida. Logo, esse módulo estava saturado. No entanto, o segundo módulo só foi construído após delongas e hesitações. Era o caso de vários aeroportos pelo Brasil afora que tiveram que aguardar por longos anos até que a Infraero construísse novas instalações. Um dos poucos casos sem solução é o aeroporto de Santarém do Tapajós e todos sabemos do empenho com que, desde que chegou a esta Terra da Felicidade, Luiz Barra se esforça por fazer a direção da Infraero a dar soluça de emergência à atual estação de passageiros e iniciar a construção do novo aeroporto.
Em toda parte, muito tardiamente se tomou a iniciativa de projetar e construir melhores aeroportos. Em todos os casos, por muitos anos, as cidades servidas por eles sofreram a obsolescência de seus aeroportos. E nós ainda teremos que penar tais agruras por mais quatro anos enquanto se projeta e constrói as novas instalações. Infelizmente, conforme se depreende da forma como foi apresentado o pré-projeto, este aparentemente inevitável problema se repetirá a partir de 2017 com a prematura obsolescência do novo aeroporto de Santarém do Tapajós.
Por isso mesmo, o projeto deve prever ampliações rápidas, fáceis e baratas. O assunto tem que ser discutido e esclarecido, e nada melhor para isto do que a realização de audiências públicas para debater premissas, parâmetros e paradigmas do projeto a ser elaborado. Agora sim, aqui caberia bela iniciativa de Odair, não para criar palanque de prosopopéias e autopromoção, mas para que o povo objetivamente discuta e decida sobre assunto de tão vital importância para sua vida econômica, cultural e social.
É isto o que esperamos de Odair. É isto o que lhe restituirá respeito e apreço dos que, apesar dos desapontamentos, continuam amigos de sempre. Audiência pública e imediata do aeroporto. É isto o que exigimos.
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