Há pessoas que vivem para sofrer, estão sempre descontentes com tudo e com todos, nada nem ninguém as satisfazem, carregam a amargura pela vida e despejam essa carga negativa sobre quem delas se aproxima. É extremamente penoso conversar socialmente ou mesmo tratar de negócios com esses espantalhos da alegria, cabides de pesares e arautos do purgatório.
No entanto, conheço pessoas que teriam muitos motivos para se sentirem infelizes. Uma, em particular, perdeu o marido assassinado quando ainda jovem e com cinco filhos pequenos. Depois perdeu um irmão que saiu de sua casa, onde morava, para ir até a esquina comprar cigarros e, simplesmente, desapareceu sem nunca mais se ter notícias dele. Em seguida, em intervalos de poucos anos, perdeu três filhos falecidos prematuramente, e um dos que restaram raramente dá alguma notícia.
Pois bem, esta mulher, que hoje tem noventa e oito anos, e se mantém ativa e lúcida, sempre foi a alegria em pessoa. Mesmo nos momentos mais traumáticos, ela irradia felicidade e todos os que se aproximam dela são tomados pela aura de contentamento perene que a envolve. Certamente, esta é uma pessoa abençoada. Mas de onde tira ela tanta alegria, tanta serenidade, como consegue ser feliz e fazer outras pessoas tão felizes quanto ela própria? Depois de ter convivido com ela e com outras pessoas que também são assim ou que adquiriram essa preciosa qualidade, cheguei à conclusão de que elas possuem a felicidade dentro de si mesmas. E se não a tinham, aprenderam, com o tempo, a cultivar a felicidade dentro de seus corações.
É fato que a felicidade não exclui o sofrimento, transforma-os. Nada pode atenuar a dor da perda de um filho ou de outro ser amado. Mas, quando somos felizes por nossos próprios meios, independentemente de outros, esse sofrimento se transforma em saudades, em lembranças agradáveis de nosso convívio com o ente querido que perdemos. Sim, perdemos a visão material da pessoa, seu toque, som, cheiro, mas o convício permanece na lembrança, na rememoração dos momentos felizes que tivemos juntos.
A felicidade não está em algo ou alguém fora de nós. Não é em outras pessoas ou em coisas que devemos buscar a felicidade, nem será com elas ou nelas que a encontraremos se não a tivermos em nós próprios. Quando dependemos de alguém para ser felizes, estamos condenados á infelicidade. Se buscamos a felicidade em coisas materiais obteremos apenas frustração.
A felicidade reside em cada um de nós. Em maior ou menor grau, ela está dentro de nós. Nascemos com o germe da felicidade. É necessário reconhecer este fato. Quando descobrimos que a felicidade está dentro de nós e começamos a cultivá-la, tratá-la com carinho, aninhá-la, aquecê-la, ela florescerá e frutificará. Não podemos dar o que não temos. O amor é completo quando cada amante carrega dentro de si seu próprio tesouro de felicidade. Não poderemos dar felicidade se não a tivermos em primeiro lugar. E quando a tivermos, se a fizermos crescer e fortalecer, então, não apenas seremos felizes, ainda que em momentos de sofrimento e solidão, como saberemos fazer felizes aqueles que
amamos.
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Um comentário:
Beleza de texto
Um outro bom conselho pra ser feliz é desligar a tv e nao ler as noticias por um bom tempo, quiça pra sempre
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