Na origem da
Democracia, na pólis grega, os cidadãos se reuniam na Ágora e ali decidiam em
debates e votações universais nos quais cada cidadão tinha direito a voz e voto.
Até a poucos anos, esse tipo de democracia só era possível em pequenas
comunidades, como alguns cantões suíços.
A representação
política surgiu, e assim ocorre ainda hoje, em países com vastas extensões
territoriais, devido à dificuldade de todos os cidadãos
se deslocarem para os centros burocráticos onde se tomam decisões. Então, cidadãos
de pequenas comunidades, regiões ou províncias, elegem representantes que os
representam nos centros de decisão política.
Os partidos
políticos originais eram aglomerados de ricos e poderosos que se reuniam
em grupos específicos para melhor protegerem seus interesses. Posteriormente,
partidos políticos de massa foram criados para melhor arregimentar prosélitos e
propagar ideologias, geralmente socialistas e comunistas, ou que assim se
denominavam, como o partido fascista e o nazista, em contraposição às
agremiações burguesas.
Desde suas
origens, portanto, partidos políticos sempre retiraram poder do cidadão
comum em favor dos donos dos partidos. Ainda hoje, inclusive no Brasil,
os partidos são instrumentos de seus respectivos donos. Cada partido
possui um mandachuva ou pequeníssimo grupo deles que dominam a agremiação com
mãos de ferro, tanto em nível nacional como regional. Exemplos marcantes são os
partidos do Lula, do Maluf, do FHC, do ACM, do Jader Barbalho, e tantos
outros, cada qual com seu mandão, chefe ou chefete. O perigo das
lideranças populares no Brasil e na América do Sul tem sido e ainda é o
caudilhismo messiânico que conduz a regime autoritário ou à corrupção
generalizada, ou a ambos.
Como se vê, antes
de serem instrumento democrático, os partidos são meios de dominação. No
mundo de hoje, na sociedade globalizada do Conhecimento e da
Informação
em que vivemos, praticamente, a totalidade dos cidadãos se reúne na nova Ágora
chamada Internet. Todos se comunicam com todos, mas todos podem decidir
individualmente, cada um por si, formando grandes e pequenos consensos setoriais
diversificados, como diversificados são os interesses, os sentimentos e
as vontades.
Este é um momento
de gestação da nova democracia, ainda informe, ainda incerta, ainda tropeçante,
mas certamente um novo caminho que se abre para a libertação de cada
cidadão, por conseguinte, de todo o povo. Neste mundo novo da nova democracia,
o papel dos partidos será muito restrito.
Na realidade,
numa pequena comunidade, onde todos se conhecem, estão próximos e podem se
reunir em algum lugar público, com verdadeiro espírito republicano, a democracia
pode ser direta, dispensando representantes, porque cada cidadão é o líder de
si próprio. Na Grécia antiga esse lugar era a Ágora. No Brasil, e no Mundo
globalizado de hoje, a Ágora é a Internet, o e-Mail, o Facebook.
É esse novo
estado de coisas que se reflete no comportamento dos manifestantes que estão
inundando as ruas com suas reclamações e protestos, reivindicando seus
diversificados interesses. É por isso que não precisamos mais de partidos, nem
de representantes, nem de líderes, porque somos os líderes de nós mesmos.
Talvez, nem toda
a população brasileira esteja apta a exercer esse novo e mais completo tipo de
cidadania, por causa do analfabetismo funcional ou por falta de acesso à nova
tecnologia. Mas temos que refletir sobre isto, porque esta é a grande
oportunidade de estabelecer a verdadeira Democracia, uma democracia direta,
exercida por pessoas conscientes e informadas.
Vamos erigir a
nossa nova Ágora, moderna, dinâmica, republicana e democrática.
A nova Ágora é a
Internet.
Informação em que vivemos, praticamente, a totalidade dos cidadãos se reúne na nova Ágora chamada Internet. Todos se comunicam com todos, mas todos podem decidir individualmente, cada um por si, formando grandes e pequenos consensos setoriais diversificados, como diversificados são os interesses, os sentimentos e as vontades.
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