1 de março de 2012

De Atenas a Marabá e Santarém

O Mundo vive momentos difíceis. Mas se recobra. Por pior que seja a crise grega, o caminho da recuperação está aberto, tanto pela determinação de seu governo e seu povo, que finalmente adquire consciência de seu drama, quanto pela certeza de que a ajuda externa não faltará.

Décadas atrás, a Alemanha esteve em situação semelhante e, embora não se sentisse desamparada pelas demais nações, pouco se valeu de ajuda externa. Ao contrário, apertou o cinto, diminuiu salários, lucros e impostos, aumentou o ritmo de trabalho e priorizou a inovação tecnológica e a qualidade de seus produtos. Por isso cresceu e se tornou fornecedora do resto da Europa e do Mundo.

Agora, é com profundo resentimento que o trabalhador germânico se pergunta: Porque eu, que me sacrifiquei para não perder meu precioso emprego, tenho que sustentar o inconsequente trabalhador grego que gozou as benesses de governos populistas e demagogos? Apesar disto, aceita financiar a recuperação da economia grega.

O risco para a Alemanha é muito grande. Se a Grécia cai, arrasta consigo Portugal, Espanha e Itália, possivelmente afetará seriamente Islândia, Irlanda e, em menor grau Grã-Bretanha, França e os demais países europeus, e outros por todos os continentes. Empregos e indústrias alemãs estarão em maus lençóis: não haverá a quem vender sua inovadora tecnologia e elevada qualidade. Então, apesar de relutar, não deixará a Grécia na bancarrota.

Colocada a Grécia nos trilhos, o alívio será geral. Investimentos, bolsas, empregos crescerão, a prosperidade voltará à Europa, a América do Norte sentirá os reflexos e aumentará seu tímido crescimento, o Japão deixará de patinar no óleo, a China continuará a produzir e seremos todos felizes.

Os Estados Unidos continuam a imprimir dinheiro para pagar suas despesas, em vez de cobrar impostos ou vender títulos de dívida no mercado. O dólar fica barato, mas não tanto. O Mundo tem fé cega na moeda estadunidense, amém.

Aqui no Brasil, a inflação está controlada, há superávit no orçamento federal e nos estaduais, na balança de pagamentos externos e no comércio exterior; a gastança do ano eleitoral é contida pela Lei da Ficha Limpa, que também alveja as listas de candidatos, o emprego está em alta, assim como as reservas cambiais que contêm a queda do dólar.

Neste cenário, logo os investimentos estrangeiros retornarão ao Brasil. Mais empresas brasileiras serão vendidas e outras tomarão empréstimos para investir, ou irão à Bovespa em busca dos dólares que lá jorram; as empresas prosperam e importam trabalhadores especializados que aqui faltam, principalmente para atender ao pré-sal.

Vai tudo bem. Até o Grão Pará sai do sufoco. Venezuela e Líbano continuam comprando nosso gado em pé; logo outros compradores aprenderão o caminho, ou nós o deles e mais riqueza abundará – brotando pelo porto de Barcarena – para criadores e toda a cadeia produtiva de Carajás, Maranhão e Tocantins. Só o Tapajós fica de fora, mas nem tanto; ainda pega uma rebarba daqui e dali.

Jatene, repimpão, refaz a turnê por Tapajós e Carajás atrás de bobos que acreditem e aceitem o Pará Que Te Quero Grande. Deixa ele vir, e ir. Nós aqui estaremos trabalhando duro, na moita, concentrados na feitura de nosso Projeto de Lei de Iniciativa Popular que cria os Estados do Carajás e Tapajós.

Estaremos preparando o caminho da redenção, da autonomia, da LIBERDADE.

Nenhum comentário: