Qualquer pessoa, sociedade ou nação que deseje superar suas limitações atuais e se lançar em busca de um lugar na civilização, em qualquer dos campos de atividade humana, nos círculos das competições desportivas, principalmente as olímpicas, nos meios científicos e acadêmicos, no mundo das artes e, principalmente dos negócios, tem, em primeiro lugar que comprometer-se com férrea disciplina e integral dedicação na busca de excelência. Em tais meios não se admitem condescendências com a insuficiência. Os exemplos são abundantes: a Alemanha e o Japão a partir do término da Segunda Guerra Mundial; a Finlândia quando seu Parlamento anunciou a meta de se transformar o país, no prazo de uma geração, em uma sociedade do conhecimento; Taiwan, a Coréia e outros. Os paises desenvolvidos prezam a excelência em todos os níveis e em todas as atividades. O Prêmio Nobel só é concedido aos expoentes da Ciência, da Literatura e da Paz.
É entristecedor constatar que o Brasil, em lugar de buscar a excelência na educação, se lança de corpo e alma na mediocridade, no rebaixamento dos padrões, no nivelamento por baixo, condescendendo com a insuficiência através da demagogia das políticas de cotas, como se a concessão de uma cota pudesse dar a qualquer pessoa, qualquer que seja seu extrato social ou origem étnica, a capacidade de calcular a quem não saiba tabuada.
As denominadas "ações positivas" por intermédios de cotas raciais, cotas de currículo em escola pública, ou qualquer outra, são apenas deslavada demagogia associada a profunda distorção ideológica, que a título de compensar os desvalidos de uma sociedade injusta, introduz ou agrava o racismo e as injustiça, desconsiderando completamente o fato de que tais políticas em nada contribuem, muito pelo contrário, para transformar nosso país em uma nação moderna, equânime e justa.
O uso de cotas é não passa de abuso em um sistema de ensino que já funciona pessimamente. Em lugar de melhorar, avacalha. As universidades particulares, com honrosas exceções, são meras arapucas de distribuir diplomas. As universidades públicas brasileiras nem sempre cultuam o mérito, mostrando-se displicentes no rigor científico da feitura dos trabalhos acadêmicos, sejam de conclusão, de mestrado ou doutorado e poucas são as que realmente produzem pesquisa científica da qual nosso país tanto necessita – das tecnológicas mais ainda. Pior do que isto, interesses particulares usam os centros de pesquisa em proveito próprio escamoteando a documentação dos trabalhos realizados, a maioria deles financiados com dinheiro público nacional. Um vergonhoso exemplo desse descalabro é a falta de documentação da maioria das pesquisas do LBA, tema que merece aprofundamento.
Imaginemos um sistema de cotas para pobres e ricos, homens, mulheres e intermediários, jovens, adultos e senis, negros, brancos, indígenas e asiáticos todos obesos e sedentários, que se sentissem excluídos e injustiçados, e desejassem fazer parte da equipe olímpica brasileira. Seria uma equipe fenomenal, com certeza, mas que faria tremendo fiasco numa competição em que os melhores buscam o mais alto e o mais distante, com mais força e mais rapidamente.
A política a ser adotada para acesso à universidade é muito semelhante à forma como o Comitê Olímpico Brasileiro procede na preparação dos atletas e em nada difere da escolha dos jogadores nem da disciplina com que Bernardinho convoca e treina a equipe brasileira de vôlei. Tem que começar do pré-escolar disciplina e conteúdo e prosseguir com aferições contínuas e rigorosas dos valores individuais até os centros universitários de pesquisa. Não há outro modo de transformar o Brasil em uma potencia econômica, cientifica e cultural, na qual todos tenham iguais possibilidades de buscar a própria felicidade.
É certo que existem muitos que não tiveram oportunidade de se prepararem adequadamente para introdução nas universidades federais. O que se deve fazer não é abrir as portas à insuficiência, através da lei do menor esforço de um demagógico sistema de cotas, mas sim recuperar o insuficiente por meio de cursos especiais, intensivos e remunerados, nos quais testes freqüentes apontem o mérito a ser impulsionado para estágio superior.
Cota é racismo. Cota é injustiça com o merecedor preterido. Cota é humilhação a quem a aceita. Cota é desmoralização do sistema de mérito. Cota é demagogia. Cota é degradação dos valores acadêmicos. Cota é imoral. Cota é regressão e impedimento ao progresso rumo à sociedade do conhecimento.
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