Sebastião Imbiriba, 08/03/2007
O artigo "Bosques e jardins Perfumados para Santarém" repercutiu de modo extraordinário; parece que um ponto sensível nos corações das pessoas que vivem e amam esta cidade foi atingido por um toque mágico, exatamente porque, longe de ser uma idéia original nossa ou de qualquer outro, individualmente, há um desejo profundo no inconsciente coletivo de nosso povo de compensar as agressões que Santarém tem sofrido ao longo dos séculos com falta de planejamento e inconseqüência das pessoas.
Alguns me enviaram mensagens comovidas oferecendo colaboração pessoal irrestrita, outros revelam que já cultivam bosques em seus sítios ou consorciam árvores e pastagens em suas fazendas, há quem ofereça mudas ou apresente sugestões, as mais variadas, desde doação de mudas a recém nascidos na própria maternidade até homenagens a pessoas que, por iniciativa individual, plantam árvores em seus quintais, nas ruas e praças desta cidade.
Bem no início da Rua dos Artistas, na Praça São Sebastião há uma frondosa mangueira cuja sombra ocupa a largura da rua. Se vocês já notaram a presença desse belo espécime, saibam que foi semeada há mais de setenta anos pela matriarca de uma das famílias tradicionais de Santarém, Dona Marcolina Ayres. Essa árvore era cercada por um tosco banco de madeira onde seu genro, o vereador Xixito Gentil, recebia correligionários e quantos lhe iam pedir favores. A linda mangueirinha do Trevo da Calcinha foi plantada por Dudu Dourado e Ney Imbiriba em uma manifestação Verde. As estórias são muitas e a crônica delas merece ser levantada e quem souber de casos semelhantes, por favor envie para simbiriba@gmail.com.
Muita gente já sabe, mas ainda não estou autorizado a revelar oficialmente que uma associação civil composta por importantes membros de nossa sociedade toma a iniciativa de um projeto que, posto em prática, transportará essas idéias e ações individuais do mundo de sonhos e fantasia para a realidade concreta através de um projeto realista devidamente financiado por particulares e profissionalmente administrado, evidentemente que em harmonia com o poder público, mas sem ingerência governamental. Será a sociedade civil organizada mostrando sua capacidade de contribuir efetivamente para o desenvolvimento humano desta região. O grande diferencial é que, em vez de falar, estão agindo em silêncio, executando.
O momento é oportuno, portanto, para alertar a sociedade e exigir que duas grandes vias atualmente em obras de reconstrução e ampliação, estradas que dão acesso ao Aeroporto e à hidroelétrica Curuá-una, sejam arborizadas, formando longos e belos túneis verdes. Imagine só o viajante que chegue a Santarém e, no caminho para a cidade, percorra uma bela avenida ajardinada, florida, coberta por árvores perfumadas. Que encantamento, que emoção.
A construtora responsável pela obra da estrada do Aeroporto deveria reparar o péssimo serviço que executou na Orla, com calçadão sem inclinação para correto escoamento das águas pluviais, que ficam empoçadas e sujas, e a imundície em que transformou as praias, tomando a iniciativa de reparar o mal que cometeu e, além disso, arborizar densamente a Fernando Guillon.
Medidas como estas devem, oportunamente, ser adotadas em todas as avenidas, ruas e mesmo as estradas, da cidade, sejam elas federais, estaduais ou municipais. A sociedade civil estará atenta a estas questões e não deixará que se cometam novos atentados contra nossa cidade, ao mesmo tempo em que se aplicará em torná-la mais humanizada e mais bela.
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