Sebastião Imbiriba, 22/03/2007
Santarém necessita que o Turismo gere empregos para absorver as dezenas de novos turismólogos que se formam a cada ano, os milhares de desempregados decorrentes dos entraves aos negócios madeireiros e a outro tanto de jovens que, desesperançados, se apresentam ao mercado de trabalho.
O atual fluxo de turistas é insignificante diante das necessidades. Cerca de trinta mil passageiros dos navios de excursão produzem insignificantes empregos sazonais com apenas cerca de trinta dias de trabalho por ano. O turismo de negócios não tem força suficiente e promove ocupação hoteleira anual inferior a quarenta por cento. O turismo de lazer ocorre com maior intensidade durante o Çairé e, mesmo assim, a maior parte do fluxo se hospeda com familiares, deixando muito pouco para a economia local.
Árduo esforço é desenvolvido por diversas entidades públicas e privadas na tentativa de gerar fluxo turístico para esta região. Esse trabalho se realiza com grande eficiência, mas infelizmente, com pouca eficácia, sem resultados práticos. Esse esforço enfrenta concorrência de centros receptivos muito melhor aparelhados e com maiores recursos, de modo que o Pólo Tapajós desaparece das vistas do público, dos agentes emissivos e dos operadores. Há necessidade de estratégia de vendas muito mais agressiva para vender nossos produtos.
No enfoque do Marketing, nosso produto mais poderoso, sem sombra de dúvidas, é o Çairé, ou melhor, o Festival dos Botos que o acompanha. Será este, portanto, o ponto de partida para esforço de vendas em âmbito mundial que requer recursos e muita, muita audácia.
Proponho a formação de uma troupe de cerca de vinte rapazes e moças, em dois grupos representando os botos Tucuxi e Cor de Rosa que, ensaiada pelo melhor coreógrafo que possa encontrar, equipada com tudo o que seja necessário para um bom espetáculo, se apresentará regionalmente para adquirir experiência e familiaridade com apresentações, tanto em casas de espetáculo quanto ao ar livre. Então, a troupe percorrerá grandes cidades, no Brasil e no exterior, mostrando ao Mundo que temos excelente produto, somos hospitaleiros e ansiosos por receber visitantes.
Parte dos custos serão cobertos por patrocínio cultural, outra, por fundos públicos e privados da área do turismo, o restante por eventual renda de bilheteria.
O objetivo principal é apresentar o Çairé e outros produtos, em ambientes fechados, para convidados do segmento turístico e formadores de opinião. Igualmente importante pelo impacto serão as performances em movimentadas vias públicas e em frente às agências emissivas e operadoras de turismo, formando pequenas multidões em ligeiros carnavais, tudo acompanhado e televisado pela mídia previamente convidada. Enquanto isto, agentes comerciais bem treinados venderão, dentro da agencia, o produto exibido na rua.
A repercussão será grande o suficiente para atrair, e não apenas no Çairé, quantidades crescentes de turistas para usufruir os produtos que podemos desenvolver e oferecer.
O efeito será bombástico pelo uso de música, dança, canto, efeitos cênicos, tudo envolto pela alegria e simpatia naturais de nossa gente. Não temos bombas, mas temos carnaval. No caso, temos Çairé. Então, vamos sair e vender Çairé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário