9 de fevereiro de 2021

A imperativa Arte de Tolerar

Uma de minhas maiores ambições é dominar a arte da comunicação, objetivo frustrado tanto por minha incapacidade de me expressar adequadamente, quanto pela dificuldade de meus interlocutores de focarem no conteúdo e se concentrarem no discurso acabando por não entenderem qualquer dos dois.

Tenho feito apelos pela tolerância democrática como instrumento necessário à convivência civilizada. Um destes apelos foi a postagem em meu blog de O valor intrínseco da Arte, que escrevi para dar exemplo de como as pessoas podem ser intolerantes até com entes queridos, um dos quais ocorreu entre mim e um sobrinho muito talentoso. Outro que me veio à lembrança foi a música de Wagner, apresentada por orquestra de Israel, que provocou duras críticas contra o antissemitismo do compositor. Os que compareceram ao evento abstraíram o fato ou não lhe deram importância, foram pelo apreço à arte.

Compreendo perfeitamente o ressentimento de judeus contra antissemitas, mesmo que nada tenham a ver com o que ocorreu na Alemanha após terem falecido. O Holocausto é trauma que afetará eternamente a Humanidade. Acredito, também, nas boas intenções dos promotores do evento wagneriano, quaisquer que tenham sido.

Não mencionei este fato em O valor intrínseco da Arte exatamente para evitar polêmicas e protestos. Talvez, a menção dos dois fatos juntos pudesse construir o entendimento de que o tema fosse a intolerância. Infelizmente, a citação solitária do caso do sobrinho foi interpretada como ressentimento de minha parte, como se me sentisse ofendido e externasse mágoa recôndita. Nada disto.

O que quis e quero reafirmar é que não basta tolerar, é necessário amar a tolerância e a diferença para que possamos conviver civilizadamente.


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