Uma de minhas maiores ambições é dominar a arte da comunicação, objetivo frustrado tanto por minha incapacidade de me expressar adequadamente, quanto pela dificuldade de meus interlocutores de focarem no conteúdo e se concentrarem no discurso acabando por não entenderem qualquer dos dois.
Tenho feito apelos pela
tolerância democrática como instrumento necessário à convivência civilizada. Um
destes apelos foi a postagem em meu blog de O valor
intrínseco da Arte, que escrevi para dar exemplo de como as pessoas
podem ser intolerantes até com entes queridos, um dos quais ocorreu entre mim e
um sobrinho muito talentoso. Outro que me veio à lembrança foi a música de
Wagner, apresentada por orquestra de Israel, que provocou duras críticas contra
o antissemitismo do compositor. Os que compareceram ao evento abstraíram o fato
ou não lhe deram importância, foram pelo apreço à arte.
Compreendo perfeitamente o
ressentimento de judeus contra antissemitas, mesmo que nada tenham a ver com o
que ocorreu na Alemanha após terem falecido. O Holocausto é trauma que afetará
eternamente a Humanidade. Acredito, também, nas boas intenções dos promotores
do evento wagneriano, quaisquer que tenham sido.
Não mencionei este fato em O valor
intrínseco da Arte exatamente para evitar polêmicas e protestos. Talvez,
a menção dos dois fatos juntos pudesse construir o entendimento de que o tema
fosse a intolerância. Infelizmente, a citação solitária do caso do sobrinho foi
interpretada como ressentimento de minha parte, como se me sentisse ofendido e
externasse mágoa recôndita. Nada disto.
O que quis e quero reafirmar é que não basta tolerar, é necessário
amar a tolerância e a diferença para que possamos conviver civilizadamente.