Amados
filhos, genros, filhos, netos e bisnetos,
Nancy,
amor de minha vida,
Para
aqueles de nós que nos aproximamos dos noventa anos, cada ano que passa é uma
vitória da vida. Vitória da vida sobre este prodígio que é o corpo humano, maravilha
sim, mas um corpo cansado, cheio de
mazelas que resiste bravamente ao passar do tempo. É vitória sobre o cansaço,
sobre a doença, sobre o desânimo. É vitória da força de vontade. Vitória do
amor à vida.
Para aqueles de
nós que nos aproximamos dos noventa, o que importa é ser feliz. Depois de tanta
busca por coisas e pessoas que nos façam felizes, depois de tantos enganos,
tropeços e fracassos, finalmente chegamos dentro de nós mesmos, ali enfrentamos
a nós mesmos e encontramos a felicidade, porque a felicidade mora dentro de
nós. Quando atingimos este estágio, o Mundo pode desabar ao nosso redor,
vicissitudes podem atingir a nós ou a pessoas amadas, podemos sentir e sofrer
as perdas, mas não perdemos a felicidade, mantemos o doce prazer de
simplesmente existir. “Je pense,
donc je suis”? Não. O axioma se transforma em “existo, logo sou feliz”.
Portanto, meus
amados, quando adquirimos a noção da real dimensão dos dons da vida e da
felicidade, o tempo já lavou nossas almas do preconceito, da intolerância, do
ódio, da ganância, das paixões políticas, religiosas e ideológicas e tantos
outros males do espírito que causaram crimes sem conta à Humanidade. Instituições,
métodos, agentes econômicos, políticos e religiosos perdem totalmente a
relevância diante da simplicidade do fator bastante e necessário para ser
feliz: viver.
A todos que tanto carinho e afeto
demonstraram em suas felicitações, lembranças e presentes, meus sinceros e
sensibilizados agradecimentos. Muito obrigado. Amo vocês.
Ah! Sim, o
presente que eu almejava adquirir seria um Mercedes-Maybach (foto), mas ainda
não deu, talvez ano que vem.
Por enquanto troco o celular.
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