No princípio, um torneiro mecânico perdeu o dedo mindinho num
acidente de trabalho e iniciou carreira sindical que o conduziu à formação do
Partido dos Trabalhadores e à presidência da República Federativa do Brasil,
após mudar seu discurso programático para conquistar confiança de eleitores suspeitosos.
As receitas diminuíram, as despesas aumentaram, Mantega, o novo
ministro da Fazenda, lançou sua “Nova Matriz Econômica” que substituiu a
cartilha do Malan; Roberto Jefferson botou a boca no trombone e denunciou o
“mensalão”; Marcos Valério entregou a bandalheira toda.
Lula foi reeleito, mas seus métodos de gangsterismo sindical,
denunciados pela CPI dos Correios, se revelaram ser prática política
quotidiana que explodiu no “petrólão”.
Começou o julgamento de Lula por seus atos de corrupção e este, finalmente,
foi condenado. Enquanto isso, Temer, feito vice-presidente por Lula e agora
presidente, se encarregava de desmoralizar a si próprio por excesso de soberba.
Foi então que um capitão reformado, eleito e reeleito
sucessivamente, sempre com maiores votações, embora sem o mínimo prestígio nas
elites políticas, se lançou a uma impossível campanha pela presidência, em cujo
sucesso nem ele mesmo acreditava.
Todos os caciques políticos, de FHC a Lula, todos os jornalistas,
e todos os analistas políticos afirmavam categoricamente que Bolsonaro não se
elegeria por lhe faltar apoio de partidos com capilaridade e cobertura nacional
e por ser profundamente rejeitado por todos os formadores de opinião da
imprensa e da TV. Bolsonaro era simplesmente odiado pelos estamentos político e
midiático.
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O novo poste de Lula, o “Andrade” (Haddad), foi torrado junto com
a repulsa geral ao PT. É difícil estimar as parcelas de eleitorado que votaram
em Bolsonaro por simpatia a ele ou, simplesmente, por ele representar repulsa
ao Lula-petismo. Poderia ser algo em torno de meio a meio. Ou seja, não foi
Bolsonaro que venceu, Lula é que foi derrotado.
O Brasil chega, por fim, ao ocaso da era Lula-petista. Prova disto
é a colocação de Dilma em quarto lugar para o Senado, com apena 15 % dos votos,
em Minhas Gerais. É possível que o PT possa se reerguer dessa queda abissal,
mas outros processos em andamento podem estender o tempo de reclusão de Lula e
a desmoralização do Lula-petismo prosseguirá ao longo do tempo com a maioria da
população se convencendo, finalmente, dos crimes cometidos pelo partido e por
seu líder máximo. É claro que o Lula-petismo não desaparecerá, sempre haverá
seguidores fieis. Também, será muito difícil que o PT faça uma verdadeira
autocrítica, reconhecendo seus crimes, que na realidade foram crimes de Lula. É
provável que o PT se torne um partido de porte mediano sempre na oposição a
qualquer governo que venha a suceder ao de Bolsonaro.
Devemos reconhecer que Bolsonaro, como a maioria dos militares,
tenha sido tão estatizante quanto o foram os generais-presidentes do Regime
Militar, e que seu liberalismo econômico seja muito recente. Entretanto, sua
plataforma eleitoral foi liberal, seu programa de governo é liberal e seu
Ministro da Economia é um “Chicago Boy”, discípulo de Milton Friedman.
Jamais o Brasil teve um governo Liberal. Obviamente que não durante
a Colônia, nem durante o Império ou na Primeira República, muito menos na
Ditadura Vargas ou na Segunda República, nem no Regime Militar e também não na
Nova República. Todos os governos prooveram forte influência do Estado na
economia, sempre aumentando a participação das despesas de governo no PIB, ao
ponto em que chegamos a déficits gigantescos e astronômico aumento da dívida
pública federal, com estados e municípios à míngua, sem capacidade de, ao mens,
pagar salários a seus funcionários.
Bolsonaro chega com uma nova proposta de diminuição da
interferência do Estado na economia, de diminuição de despesas e de impostos,
bem como de redistribuição das receitas fiscais ente a União, Estados e
Municípios, diminuindo a parcela do governo federal, e chamando o Congresso a
reassumir seu papel original de controle dos impostos e das despesas estatais.
A economia capitalista é cíclica e, mais cedo ou mais tarde, alterna
fases de prosperidade com estagnação ou recessão. Portanto, se o governo
destruir os fatores de déficit e endividamento público, por si só, o mercado
encontrará caminhos de nova afluência de bens, serviços e empregos, sendo de se
esperar que até o terceiro trimestre de 2019 a economia nacional esteja em
franca recuperação criando riqueza, renda e arrecadação.
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O ocaso se abateu sobre uma era política, comandada pelo
Lula-petismo, na qual se cometeram erros e crimes que empobreceram e
envergonharam o país.
Radiante aurora se ergue para a primeira experiência de
liberalismo econômico na história política brasileira. Esperemos que as
promessas desta nova experiência se tornem realidade.
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