31 de janeiro de 2019

O Triste Fim de Quebra Pote


Sebastiao Imbiriba

05/05/2002
Josias era homem grande e forte. Sertanejo da Paraíba, migrada para a Amazônia na época da borracha. Usava sua grandeza e força para impor respeito a todos. E todos o chamavam de Quebra Pote.
Foi quando ele teve que enfrentar um engraçadinho que queria abusar da Izildinha. Um tal de Carlinhos, desordeiro conhecido na redondeza. Se engraçou pros lados da Izilda, filha da irmã de Josias. Foi lá, paquerou, namorou, abusou e abandonou. Izildinha vivia pelos cantos chorando abandono e gravidez.
Josias soube do fato por sua irmã, mãe da menina. Bem, nem tão menina assim, embora, aos vinte anos, ainda fosse virgem. Mas, para Josias, a sobrinha não passava de recém-nascida. Quando soube, Josias se encheu de raiva. Foi até a casa dos pais de Carlos. O desordeiro não ajudava em nada, não estudava, não trabalhava. Tudo o que fazia era perturbar o bairro todo e aborrecer os pais, embora estes tenham tentado mil vezes expulsá-lo de casa. 
Josias foi chegando e foi quebrando. Carlinhos, também conhecido como Carlinho Estripulia, estava na cama com a mulher do vizinho, na cama do vizinho, é claro. Foi quando ouviu o estardalhaço. Pensou que fosse o marido e saiu pela janela. Vestiu as calças, mas esqueceu cueca e sapatos. Foi se esconder na casa dos pais.
Entrou e viu toda aquela desordem. O pai, sentado no chão, segurava a orelha esquerda. Josias quase a arrancara com tapa que o tornou surdo daquele lado. A mãe choramingava, sentada num banquinho, tentando imaginar o que seu rebento fizera desta feita.
Carlinhos não teve tempo de dar meia volta. Foi agarrado pela goela e atirado ponta-cabeça conta a parede. O algoz levantou a vítima pelos cabelos e o colocou sentado em cima da mesa da sala e disse: “Repara bem seu filho d'uma égua. Tu vais casar com Izildinha. Se ela vier me fazer alguma reclamação, qualquer que seja, é isto o que vai acontecer contigo”. Pegou a tranca atrás da porta e deu certeiro golpe num grande cântaro em cima da bancada da pia. Foi água e pedaço de barro para todo lado.
Carlinhos Estripulia casou com Izildinha. Josias ganhou apelido de Quebra Pote. 
Assim era Josias. Todos os respeitavam. Quando queriam se referir a alguém realmente brabo, falavam de Quebra Pote. E se tinham um problema que só se resolve com brabeza, era Quebra Pote que chamavam para resolver.
Um belo dia, Quebra Pote escorregou, caiu numa vala e quebrou o pescoço. Agora, todo mundo amava Quebra Pote e não tinha quem lhe quisesse mal. Defunto importante, considerado. Foram logo avisar o povo todo: delegado, padre, dono do cartório e até o deputado que viera, em companhia do sobrinho, candidato a vereador, fazer campanha política.
Quando o deputado chegou foi aquele alvoroço. Se a casa já estava cheia, agora já não se podia andar. A cachaça corria solta e mais da metade já estava para lá da estratosfera. Cavaquinho e violão animavam o velório. Dançavam homem com homem, mulher com mulher. Mas abriram caminho para o deputado chegar até o caixão do defunto lá no fundo da sala. Ali já estavam delegado, padre e dono do cartório, que foram afastados para dar lugar ao deputado e ao sobrinho candidato a vereador.
Enquanto isso os três filhos de Izildinha corriam de um lado para outro se empurrando e pisando os calos de todo mundo. Um tinha a cara do Carlinhos ou talvez do carteiro, difícil dizer, outro era parecidíssimo com o entregador da farmácia e o caçula todo mundo achava que só podia ser filho do próprio Quebra Pote. Afinal de contas, se Izildinha tinha concedido gentilezas gratuitas a carteiro e entregador de farmácia, porque não retribuiria a quem lhe havia prestado favores tão relevantes. Mas ninguém tinha nada com isso e Carlinhos Estripulia não se atrevia a protestar. A lembrança do pote quebrado não o permitia.
Então chamaram o fotógrafo. Lá veio ele, de colete e tudo, tirar foto do deputado com o defunto. Mas só saia o deputado. O defunto ficava escondido no caixão. Trouxeram uma cadeira para o artista subir, mas não dava certo. “É o ângulo”, alegou o fotógrafo. Experimentaram levantar um pouco a cabeça do caixão. Nada. Então, enquanto uns levantavam a cabeça, outros baixavam os pés. Assim, o rosto de Quebra Pote aparecia por traz do vidro, à altura do peito do deputado. Ficou o deputado atrás, sobrinho candidato a vereador de um lado e padre d’outro. Foto histórica batida e repetida. Não se podia perder a efeméride.
Depois das fotos, levaram o deputado e o sobrinho candidato a vereador para comer pupunha com café e cumprimentar a mãe de Izildinha, a irmã do falecido na pequena casa ao lado, quase anexa. A mulher sofrera um acidente e, há muitos anos, vivia em cadeira de rodas. “Ô seu deputado. Que bom que o senhor veio no enterro do mano velho. Está vendo só. Não adiantou. O danado vai enterrar a brabeza dele toda em baixo da terra. Aquele desgraçado. Podia ter arranjado casamento melhor pra Izildinha. Mas o que ele queria era passar ela na cara também. Eu já fui lá ver o corpo. Mas esta cadeira não ajuda e, com aquele povo todo que vem só para tomar pinga, não posso nem me despedir do safado. Que Deus o guarde. Bem longe de mim”.
Ai, chegou a hora do enterro. Tinha de ser numa colônia mais de hora e meia distante da cidade. Era onde a família tinha castanhal e fazenda de gado. O cemitério ficava na vila, ao lado da capela. Foram três ônibus fretados. Mais o caminhão que carregava o defunto com os três filhos de Izildinha pulando em cima, além de Zé Caninha que, como sempre e o nome indica, não se aguentava em pé e se arriou atravessado com a barriga por cima do caixão. Quebra Pote não reclamava de nada.
Quando descarregavam a encomenda, o caixão despencou e a tampa se abriu. Quebra Pote foi de cara no chão. Foi um oh! geral. Todo mundo consternado. Parado, olhando a cena. Zé Caninha correu para ajudar e tropeçou. Caiu por cima do de cujus. O deputado viera na boleia do caminhão, junto com o cunhado do falecido. Não sabia o que fazer. Mas não podia faltar às expectativas. Então deu ordens para limparem o corpo de Quebra Pote e o recolocarem no caixão. Foi aplaudido.
O féretro atravessou a vila. Bode Velho, cabo eleitoral de antigo aliado do deputado, não perdeu a deixa. Juntou umas mulheres que vieram num dos ônibus e começou a dar vivas ao deputado e ao sobrinho candidato a vereador. Ele gritava e as mulheres aplaudiam. Por todo o caminho.
O caixão foi colocado ao lado do buraco já cavado. Era onde a mãe do falecido havia sido enterrada anos antes. A ossada aparecia. Alguém falou: “Não pode enterrar em cima”. Mão de Paca pulou no buraco e jogou para fora a caveira de Dona Betinha. “Segura aí”, falou ele. Quem segurou foi Zé Caninha que ficou acariciando a peça.
O padre encomendou o defunto. Foi discurso rápido. Ele tinha que fazer casamento na cidade. Bode Velho aproveitou e fez o comício. “Nós estamos aqui para homenagear três pessoas. Um macho morto e dois políticos que nós estamos comprometidos. O deputado nós elegemos da outra vez. Viva o deputado! Agora é a vez do sobrinho candidato a vereador. Promessa é promessa e nós vai cumprir. Viva o vereador! O defunto o padre já encomendou. Não sabemos se vai para o céu. Temos que esperar sete dias. Não sabemos se vai ou não. Tem que rezar missa de sétimo dia".
Alguém empurrou Zé Caninha na beira da cova. Ele se virou para trás, tentando se equilibrar. “Vai empurrar tua mãe, seu bosta de merda”. E sacudia o crânio a cima da cabeça, ameaçadoramente.
Começaram a baixar a urna mortuária. Uma dificuldade. Não dava certo. Alguém pulou dentro para apoiar melhor. Era de novo Mão de Paca. O caixão caiu. O ajudante perdeu a unha do dedão e saiu da cova ganindo de dor. Os filhos de Izildinha pulavam a cova de um lado para outro. Quando viram o dedão escorrendo sangue, não paravam mais de rir. Caíram no chão se contorcendo. Todo mundo caiu na gargalhada. Deputado e sobrinho candidato a vereador se afastaram para rir à socapa, sem ofender a viúva.
Conseguiram endireitar a urna. Começaram a jogar terra, esquecendo a caveira nos braços de Zé Caninha. Recomeçaram tudo de novo, cobriram mãe, filho e caixão. Finalmente, jaz em paz o defunto.
E este foi o triste fim de Quebra Pote.

30 de janeiro de 2019

Para ser feliz

  • Respeita teus genitores
  • Respeita a vida
  • Sê fiel
  • Sê honesto
  • Sê verdadeiro
  • Respeita a propriedade

23 de janeiro de 2019

Proposta de Estudo de Viabilidade da Criação de Museu Amazônico em Santarém


Autor: Sebastiao Imbiriba*, Rio de Janeiro, janeiro de 2019
simbiriba@gmail.com – (21) 97435-5370
*Membro correspondente do IHGTap
Objetivo Principal do Estudo: Verificar a viabilidade social, operacional e econômica de criação de um Museu que reúna, em lugar centralizador, adequado à finalidade e seguro, acervos a serem criados ou já existentes, como o de extinto “Museu do Índio” de Alter do Chão, da coleção Ubirajara Bentes, possivelmente, incorporando acervos do Centro Cultural João Fona, do Museu Sacro, e outros inclusive de coleções particulares.
Objetivo Secundário: Avaliar a viabilidade de o IHGTap (Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós) e a ALAS (Academia de Letras e Artes de Santarém) terem sedes fixas em dependências ou anexos do Museu.
Missão do Museu: Proporcionar ao público regional, ao mundo acadêmico e aos turistas um panorama histórico, arqueológico, antropológico, biológico, geográfico e mineralógico da Amazônia e, em particular, do Pará d’Oeste. Servir como elemento de representação cultural de todos os municípios do Pará d’Oeste.
Resultado de imagem para imagem Amazônia
Economia e Finanças: Proceder a análise de mercado, incluindo clientes potenciais, preços, público não pagante, fornecedores de acervo, para avaliar o potencial de bilheteria dos turistas que aportam em Santarém em navios turísticos, que provavelmente serão a base de sustentação financeira do Museu, juntamente com outras fontes de renda, consolidados em planos de marketing e financeiro (com cash-flow), bem como fontes de financiamento da localização (construção ou compra) e da formação do acervo do Museu.
Localização: Avaliar a localização mais adequada em função dos objetivos do Museu e das fontes e montantes de financiamento da localização e da formação do acervo do Museu.
Organograma: Definir as funções operativas do Museu, com ênfase no tripé: Administração (desenvolvimento, finanças, “compliance”), Acervo (aquisição, manutenção e segurança) e Marketing (atração de público pagante, cursos, eventos). Definir o corpo funcional e perfil dos administradores e do pessoal operacional.
Forma Jurídica: Avaliar vantagens e desvantagens das diversas formas jurídicas da instituição do Museu.
Liderança do Estudo: O Estudo requer liderança dinâmica e algum recurso financeiro para pequenas despesas, uma vez que o trabalho será multidisciplinar e deverá ser voluntário, realizado especialmente por cursos universitários de Museologia, Administração, Turismo e Direito. O Líder deverá mobilizar a sociedade e os setores realizadores do estudo.
Importância do Museu: O Museu, por sua estrutura, segurança e atividades acadêmicas deverá, rapidamente (em poucos anos) adquirir reputação científica e institucional, capaz de sensibilizar o Museu Goeldi, o Museu do Estado do Pará, o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo e outras instituições e particulares a cederam pelo menos algumas das peças originais do Pará d’Oeste. Será também um centro de integração cultural de todo o Pará d’Oeste, além de se constituir em importante atrativo turístico.
O Autor convida voluntário competente e de iniciativa a assumir a liderança deste projeto.

9 de janeiro de 2019

Ascensão e queda do Lula-petismo, aurora do Liberalismo


No princípio, um torneiro mecânico perdeu o dedo mindinho num acidente de trabalho e iniciou carreira sindical que o conduziu à formação do Partido dos Trabalhadores e à presidência da República Federativa do Brasil, após mudar seu discurso programático para conquistar confiança de eleitores suspeitosos.
Ia tudo muito bem enquanto a China se desenvolvia à taxa de dez por cento ao ano e comprava tudo o que o Brasil tinha para exportar e o ministro Palocci seguia à risca a cartilha fiscal do Pedro Malan. Mas quando a China diminuiu as compras e o Palocci meteu os pés pelas mãos e teve que deixar o barco, uma série de tempestades escureceu o céu de brigadeiro em que o governo Lula voara tranquilo.
As receitas diminuíram, as despesas aumentaram, Mantega, o novo ministro da Fazenda, lançou sua “Nova Matriz Econômica” que substituiu a cartilha do Malan; Roberto Jefferson botou a boca no trombone e denunciou o “mensalão”; Marcos Valério entregou a bandalheira toda.
Lula foi reeleito, mas seus métodos de gangsterismo  sindical, denunciados pela CPI dos Correios, se revelaram ser prática política quotidiana que explodiu no “petrólão”.
A Deputada Mara Gabrilli, agora eleita senadora por São Paulo, em depoimentos candentes, denunciou os métodos criminosos de Lula desde os tempos de sindicalista, que se desenvolveram no Partido dos Trabalhadores e se alastraram pelas prefeituras petistas em todo o país, abrindo-se como chagas expostas no assassinato de Celso Daniel.

Apesar de desmoralizado, Lula elegeu um poste, para esquentar pelos quatro anos seguintes, sua volta à presidência. Dilma deveria se retirar em 2014. Foi o maior erro político de Lula. Dilma se apegou às glórias da presidência, onde aplicou integralmente toda sua absoluta incompetência, estraçalhou as chuteiras que Lula lhe emprestara e se aferrou aos trapos restantes obrigando Lula a lhe dar mais quatro anos.
O estrago produzido pelos crimes de Lula e do PT, e a extraordinária disfunção de Dilma revelou-se em diversos cenários. A recessão e o desemprego assolaram o país; a sociedade não aturava mais governo do PT; Dilma perdeu todo o apoio político comprado pela corrupção generalizada de partidos venais, agora interessados em administrar diretamente o caixa da corrupção, sem intermediação dos tesoureiros do PT. O impeachment se tornou inevitável.
Começou o julgamento de Lula por seus atos de corrupção e este, finalmente, foi condenado. Enquanto isso, Temer, feito vice-presidente por Lula e agora presidente, se encarregava de desmoralizar a si próprio por excesso de soberba.
Foi então que um capitão reformado, eleito e reeleito sucessivamente, sempre com maiores votações, embora sem o mínimo prestígio nas elites políticas, se lançou a uma impossível campanha pela presidência, em cujo sucesso nem ele mesmo acreditava.
Todos os caciques políticos, de FHC a Lula, todos os jornalistas, e todos os analistas políticos afirmavam categoricamente que Bolsonaro não se elegeria por lhe faltar apoio de partidos com capilaridade e cobertura nacional e por ser profundamente rejeitado por todos os formadores de opinião da imprensa e da TV. Bolsonaro era simplesmente odiado pelos estamentos político e midiático.
Por mais incrível que possa parecer, a maioria silenciosa da classe média, homens e mulheres comuns, interpretando o sentimento de repulsa ao PT, a Dilma e a Lula, começou a se manifestar espontaneamente pela mídia social, alastrando o incêndio que calcinou Lula, Dilma e o PT.
O novo poste de Lula, o “Andrade” (Haddad), foi torrado junto com a repulsa geral ao PT. É difícil estimar as parcelas de eleitorado que votaram em Bolsonaro por simpatia a ele ou, simplesmente, por ele representar repulsa ao Lula-petismo. Poderia ser algo em torno de meio a meio. Ou seja, não foi Bolsonaro que venceu, Lula é que foi derrotado.
O Brasil chega, por fim, ao ocaso da era Lula-petista. Prova disto é a colocação de Dilma em quarto lugar para o Senado, com apena 15 % dos votos, em Minhas Gerais. É possível que o PT possa se reerguer dessa queda abissal, mas outros processos em andamento podem estender o tempo de reclusão de Lula e a desmoralização do Lula-petismo prosseguirá ao longo do tempo com a maioria da população se convencendo, finalmente, dos crimes cometidos pelo partido e por seu líder máximo. É claro que o Lula-petismo não desaparecerá, sempre haverá seguidores fieis. Também, será muito difícil que o PT faça uma verdadeira autocrítica, reconhecendo seus crimes, que na realidade foram crimes de Lula. É provável que o PT se torne um partido de porte mediano sempre na oposição a qualquer governo que venha a suceder ao de Bolsonaro.
Devemos reconhecer que Bolsonaro, como a maioria dos militares, tenha sido tão estatizante quanto o foram os generais-presidentes do Regime Militar, e que seu liberalismo econômico seja muito recente. Entretanto, sua plataforma eleitoral foi liberal, seu programa de governo é liberal e seu Ministro da Economia é um “Chicago Boy”, discípulo de Milton Friedman.
Jamais o Brasil teve um governo Liberal. Obviamente que não durante a Colônia, nem durante o Império ou na Primeira República, muito menos na Ditadura Vargas ou na Segunda República, nem no Regime Militar e também não na Nova República. Todos os governos prooveram forte influência do Estado na economia, sempre aumentando a participação das despesas de governo no PIB, ao ponto em que chegamos a déficits gigantescos e astronômico aumento da dívida pública federal, com estados e municípios à míngua, sem capacidade de, ao mens, pagar salários a seus funcionários.
Bolsonaro chega com uma nova proposta de diminuição da interferência do Estado na economia, de diminuição de despesas e de impostos, bem como de redistribuição das receitas fiscais ente a União, Estados e Municípios, diminuindo a parcela do governo federal, e chamando o Congresso a reassumir seu papel original de controle dos impostos e das despesas estatais.
A economia capitalista é cíclica e, mais cedo ou mais tarde, alterna fases de prosperidade com estagnação ou recessão. Portanto, se o governo destruir os fatores de déficit e endividamento público, por si só, o mercado encontrará caminhos de nova afluência de bens, serviços e empregos, sendo de se esperar que até o terceiro trimestre de 2019 a economia nacional esteja em franca recuperação criando riqueza, renda e arrecadação.
Quanto mais bem-sucedido seja o governo Bolsonaro, maior será o ostracismo do Lula-petismo e, também maior a probabilidade de Bolsonaro ser sucedido por um de seus principais ministros, principalmente se o esforço de controlar e diminuir a bandidagem trouxer tranquilidade e paz à sociedade brasileira.
Bolsonaro é administrador inexperiente e tem muito a aprender. Esperemos que seus ministros mais próximos, principalmente os militares com extensa bagagem de liderança e disciplina rigorosa possam ajuda-lo a vencer a fase inicial de seu aprendizado, até que possa caminhar sozinho pelos meandros da presidência da república. No entanto, se considerarmos os últimos presidentes que tivemos, nenhum deles, exceto Dilma, tinha experiência de governo anterior, embora todos, exceto Dilma, fossem proficientes no papel de líderes.
O ocaso se abateu sobre uma era política, comandada pelo Lula-petismo, na qual se cometeram erros e crimes que empobreceram e envergonharam o país.
Radiante aurora se ergue para a primeira experiência de liberalismo econômico na história política brasileira. Esperemos que as promessas desta nova experiência se tornem realidade.

5 de janeiro de 2019

TRADIÇÃO

Não somente eu, mas o Mundo todo segue tradições que fazem parte da cultura dos povos.
Em muitos lugares, no primeiro segundo de um novo ano explodem-se fogos de artifício e as famílias brindam e trocam votos de felicidades. Tradição
Resultado de imagem para foto natal
No dia seguinte ao dos Reis Magos, as famílias desmancham presépios e árvores de Natal armados desde o início de dezembro. Tradição.
Durante o resto do ano várias datas comemorativas são festejadas pelas famílias, pelo público em geral a até pelo governo. São tantas que se torna difícil enumerá-las. Tradição.
Em muitas famílias, a minha inclusive, é costume os jovens pedirem a benção aos mais velhos beijando-lhes as mãos, sempre com a resposta de “Deus te abençoe”, mesmo no caso de um agnóstico, como eu, em sinal de respeito pela crença alheia. Povo civilizado não apenas respeita, como demonstra esse respeito a seus idosos e seus mestres. Tradição.
E, na grande maioria das famílias brasileiras, onde não há confusão e menino é menino e menina é menina, menino veste azul e menina veste rosa, assim como os mais diversos estampados com motivos apropriados ao sexo. Tradição.
Tradição e cultura se confundem e um povo que perde suas tradições é um povo sem cultura própria. Um mínimo de respeito às tradições familiares e populares é imprescindível à harmonia da sociedade e ao conceito de pátria.


3 de janeiro de 2019

"O fim do torpor", editorial do Estadão 31/08/2016

O impeachment da presidente Dilma Rousseff será visto como o ponto final de um período iniciado com a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, em que a consciência crítica da Nação ficou anestesiada. A partir de agora, será preciso entender como foi possível que tantos tenham se deixado enganar por um político que jamais se preocupou senão consigo mesmo, com sua imagem e com seu projeto de poder; por um demagogo que explorou de forma inescrupulosa a imensa pobreza nacional para se colocar moralmente acima das instituições republicanas; por um líder cuja aversão à democracia implodiu seu próprio partido, transformando-o em sinônimo de corrupção e de inépcia. De alguém, enfim, cuja arrogância chegou a ponto de humilhar os brasileiros honestos, elegendo o que ele mesmo chamava de “postes” – nulidades políticas e administrativas que ele alçava aos mais altos cargos eletivos apenas para demonstrar o tamanho, e a estupidez, de seu carisma.
Muito antes de Dilma ser apeada da Presidência já estava claro o mal que o lulopetismo causou ao País. Com exceção dos que ou perderam a capacidade de pensar ou tinham alguma boquinha estatal, os cidadãos reservaram ao PT e a Lula o mais profundo desprezo e indignação. Mas o fato é que a maioria dos brasileiros passou uma década a acreditar nas lorotas que o ex-metalúrgico contou para os eleitores daqui. Fomos acompanhados por incautos no exterior.
Raros foram os que se deram conta de seus planos para sequestrar a democracia e desmoralizar o debate político, bem ao estilo do gangsterismo sindical que ele tão bem representa. Lula construiu meticulosamente a fraude segundo a qual seu partido tinha vindo à luz para moralizar os costumes políticos e liderar uma revolução social contra a miséria no País.
Quando o ex-retirante nordestino chegou ao poder, criou-se uma atmosfera de otimismo no País. Lá estava um autêntico representante da classe trabalhadora, um político capaz de falar e entender a linguagem popular e, portanto, de interpretar as verdadeiras aspirações da gente simples. Lula alimentava a fábula de que era a encarnação do próprio povo, e sua vontade seria a vontade das massas.
O mundo estendeu um tapete vermelho para Lula. Era o homem que garantia ter encontrado a fórmula mágica para acabar com a fome no Brasil e, por que não?, no mundo: bastava, como ele mesmo dizia, ter “vontade política”. Simples assim. Nem o fracasso de seu programa Fome Zero nem as óbvias limitações do Bolsa Família arranharam o mito. Em cada viagem ao exterior, o chefão petista foi recebido como grande líder do mundo emergente, mesmo que seus grandiosos projetos fossem apenas expressão de megalomania, mesmo que os sintomas da corrupção endêmica de seu governo já estivessem suficientemente claros, mesmo diante da retórica debochada que menosprezava qualquer manifestação de oposição. Embalados pela onda de simpatia internacional, seus acólitos chegaram a lançar seu nome para o Nobel da Paz e para a Secretaria-Geral da ONU.
Nunca antes na história deste país um charlatão foi tão longe. Quando tinha influência real e podia liderar a tão desejada mudança de paradigma na política e na administração pública, preferiu os truques populistas. Enquanto isso, seus comparsas tentavam reduzir o Congresso a um mero puxadinho do gabinete presidencial, por meio da cooptação de parlamentares, convidados a participar do assalto aos cofres de estatais. A intenção era óbvia: deixar o caminho livre para a perpetuação do PT no poder.
O processo de destruição da democracia foi interrompido por um erro de Lula: julgando-se um kingmaker, escolheu a desconhecida Dilma Rousseff para suceder-lhe na Presidência e esquentar o lugar para sua volta triunfal quatro anos depois. Pois Dilma não apenas contrariou seu criador, ao insistir em concorrer à reeleição, como o enterrou de vez, ao provar-se a maior incompetente que já passou pelo Palácio do Planalto.
Assim, embora a história já tenha reservado a Dilma um lugar de destaque por ser a responsável pela mais profunda crise econômica que este país já enfrentou, será justo lembrar dela no futuro porque, com seu fracasso retumbante, ajudou a desmascarar Lula e o PT. Eis seu grande legado, pelo qual todo brasileiro de bem será eternamente grato.