Frequentemente
me vejo envolvido em polêmicas, mas acredito que minhas ideias sejam tão boas
quanto quaisquer outras e que, embora possam ser diferentes, tão toleráveis
quanto as de qualquer democrata de espírito tolerante, que não desqualifique a
quem pense de forma diversa e divirja respeitando a dignidade alheia.
Também sei que
o primeiro direito inalienável é a VIDA, o segundo, a LIBERDADE.
Já que usei a expressão
“acredito que minhas ideias sejam boas” ao iniciar este texto, tenho de esclarecer
que sigo fielmente as palavras de Bertrand Russell: “não daria minha vida pelas
coisas em que acredito, porque posso estar errado”.
Aliás, embora
corra desesperadamente em busca dela, acho que seria muita arrogância
intelectual minha julgar que eu seja dono da verdade.
Digo isto por
que há muito julgamento pró e contra a Ditadura Militar a partir do Relatório
Colby.
Tenho grande
interesse na discussão da história recente do Brasil e é com esse espírito que
me refiro ao que julgo “indefensibilidade do Brasil” diante das superpotências
antagônicas USA e URSS.
Abomino pena de
morte, com ou sem o devido processo legal e, no Brasil, condeno tanto os
assassinatos e torturas do Estado Novo, quanto os do Regime Militar, assim como
os dos guerrilheiros comunistas que se opuseram a esses regimes, mas queriam
implantar seus próprios estados totalitários.
As décadas de
1950 a 1980 foram períodos de luta por hegemonia entre duas superpotências
mundiais, Estados Unidos da América, apoiados pelas potências ocidentais,
contra a União Soviética, com apoio de nações comunistas. Havia uma teoria do
efeito dominó segundo o qual, se uma nação chave regional caísse sob o poder de
uma das duas superpotências as demais da mesma região a seguiriam.
Duas
alternativas forçadas, não opções, se apresentavam ao Brasil em 1964: cair sob
domínio soviético, com estabelecimento de regime totalitário, ou permanecer sob
influência do “modo de vida ocidental”. Não havia o que escolher. Resultou o
Movimento de 64 que pretendia apenas evitar a alternativa comunista.
Acredito que o
Brasil foi subjugado pela potência mais ágil naquele momento. Não fosse tal
agilidade, possivelmente, estaríamos subjugados até hoje, assim como Cuba,
submetidos a toda sorte de antagonismo dos Estados Unidos, com grande
sofrimento de nosso povo.
E mais, seriam
multiplicados aqui os milhares de fuzilamentos no “paredon” de La Cabaña.
A Ditadura
Militar implantada pelo Ato Institucional de Arthur da Costa e Silva já é outra
história e merece análise própria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário