Análise comparativa do mais valor
(mais valia) extraído pelo capitalista com a sensação de satisfação e
recompensa do consumidor pelo usufruto dos bens adquiridos, nas sociedades de
livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais.
É fato histórico, empiricamente comprovado que, em sistema de livre produção e circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais, a riqueza se concentra em cada vez menor número de proprietários do capital.
É fato histórico, empiricamente comprovado que, em sistema de livre produção e circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais, a riqueza se concentra em cada vez menor número de proprietários do capital.
Essa concentração
deriva da aplicação do capital na produção de mercadorias e serviços lucrativos,
isto é, cujos preços cubram todos os custos e ainda contenham margem adicional,
mais valor (mais valia), que remunere a aplicação do capital. Se o capitalista mantém
seu capital imobilizado ou o aplica em atividade não lucrativa, o resultado é perda
de capital. Pelo contrário, se o aplica em empreendimento lucrativo, terá seu
capital aumentado. Quanto mais eficiente seja o capitalista na obtenção de mais
valor mais rico fica em relação e detrimento dos menos produtivos.
Mas nem todo produto é lucrativo. Apenas a mercadoria
ou serviço que seja suficientemente gratificante, que proporcione satisfação
recompensadora do preço pago pelo comprador, produz mais valor, e apenas se
este efetuar efetivamente a compra. Caso contrário o produto fica paralisado do
estoque gerando despesas, diminuindo o potencial de lucro, eventualmente
deteriorando ou tornando-se obsoleto, causando prejuízo.
O mais valor somente
se realiza quando a venda se completa.
Se, de um lado, o
capitalista é livre para aplicar seu dinheiro onde lhe aprouver, do outro, o
comprador também é livre, exceto em caso extremo, para escolher onde, de quem e
o que comprar. O consumidor decide se quer ou não pagar o preço solicitado pelo
produto oferecido.
Portanto, o lucro,
tanto quanto a concentração do capital, necessariamente deriva da satisfação ou
recompensa que o consumidor atribui ao produto que lhe é oferecido, e somente
se este aceita pagar o preço.
Podemos, então,
dizer que o mais valor objetivado pelo capitalista só existe se,
simultaneamente, houver suficiente satisfação ou recompensa do comprador.
Também é fato
histórico, empiricamente comprovado, que há constante renovação e surgimento de
produtos, até de suas finalidades, bem como da sensação de satisfação e
recompensa percebidas pelos consumidores, todas variando ao longo do tempo
conforme a evolução da informação, do conhecimento e da cultura dos povos.
Grandes companhias desapareceram porque não se adaptaram e foram substituídas
por outras completamente novas, oferecendo novos produtos, satisfazendo novas
necessidades.
A sensação de
recompensa percebida pelo capitalista se processa em prazos maiores do que a do
consumidor.
O primeiro deve
pesquisar, planejar, projetar, construir, contratar, produzir, estocar,
distribuir, vender e receber antes de receber o benefício. O retorno do
investimento lhe chega às mãos a médio e longo prazo, a conta-gotas.
O consumidor recebe
o produto e o usufrui imediatamente, muitas vezes muito antes de terminar o
pagamento. A sensação de recompensa é imediata. No entanto, sua contribuição
para o maior valor é imperceptível fração do preço pago.
O consumidor moderno
está informado do mais valor que faz o lucro do capitalista, assim como dos
tributos e outros itens inclusos no preço do produto. Não obstante, considera todos
esses itens partes necessárias à formação do produto e de seu preço. Assim como
os tributos custeiam as funções de Estado, as despesas pagam os insumos e a mão
de obra, o mais valor paga o risco assumido pelo capitalista ao investir seu
capital na satisfação da necessidade do comprador. É do usufruto do bem
adquirido que o comprador extrai a sensação de recompensa. É isto que cria o contentamento
geral nas sociedades mais desenvolvidas.
O que importa não é
o quanto ganham todos os que contribuem para a produção do bem adquirido, mas o
quanto o consumidor dispõe para adquirir as mercadorias e serviços de que
necessita e o sentimento de satisfação que percebe ao usufruir os bens que
adquire.
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