Sei que sou a voz solitária neste
ambiente contrário às barragens.
Não me queiram mal, mas minha visão
geopolítica da questão energética me faz considerar, não apenas os interesses
locais atuais, mas o interesse nacional de longo prazo, no qual incluo o
cuidado que devemos ter com o meio ambiente para nossos filhos e netos.
Sei que energia abundante e
barata é fundamental para posicionar o Brasil em melhor condição de
competitividade perante seus concorrentes, e nosso potencial hidrelétrico pode
nos colocar em grande vantagem competitiva quando saiamos da recessão. Isto é
fundamental para a criação de empregos para as próximas gerações.
É por isso que defendo a
construção de hidrelétricas mediante criteriosos estudos de viabilidade socioeconômica
e ambiental, com preponderância do interesse nacional sobre interesses locais.
Já discorri sobre as vantagens econômicas
das hidrelétricas. Desejo agora comentar as questões que estão sendo levantadas
sobre a liberação de metano e de mercúrio pelo agitamento das águas pelas turbinas
hidrelétricas.
Este fenômeno ocorre quando lâmina
d’água de pequena espessura é agitada, liberando os gases retidos no leito do rio. É o
que acontece nas corredeiras e quedas d’água, como é o caso das de
São Luiz e outras. Portanto essa liberação já existe naturalmente na natureza.
Quando se constrói uma barragem,
o nível da água a montante é elevado, no caso previsto de São Luiz, para 30
metros. A tomada d’água das turbinas ficará acima do volume morto, deixando o
leito do rio tranquilo, sem agitação e sem liberação do metano e do mercúrio,
tornando-a menor do que a anterior à barragem.
Assim, ao contrário de aumentar a
liberação de metano e mercúrio, a construção da hidrelétrica a diminui,
contribuindo para a saúde do meio ambiente.
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