Belo Monte e outras barragens
O
Brasil está longe de ser, de fato, um Estado Democrático de Direito,
uma democracia na qual o governo da maioria respeita os direitos das
minorias.
A maioria do povo brasileiro tem todo direito de utilizar,
em benefício de todos, os recursos minerais e energéticos abundantes
que a Natureza lhe proporciona.
Um recurso importante é a
transposição das águas do rio São Francisco, cujas obras estão
paralisadas e se deteriorando, com enorme desperdício do dinheiro dos
impostos que todos pagamos, e muito maior sacrifício das populações
nordestinas que sofrem uma das piores secas de todos os tempos. Este
sofrimento pessoal e perdas econômicas de todo o povo, bem como as
enormes despesas mitigadoras do governo, seriam muitíssimo amenizados se
as obras estivessem concluídas, abastecendo o Nordeste com a água que
lhe daria vida e prosperidade. É dinheiro jogado fora, investimentos
governamentais frustrados que, por não gerarem produção econômica,
inflamam inflação incontrolável, e causam imenso sofrimento à população.
Entre outros recursos se inclui o potencial hidro-elétrico dos rios
Madeira, Xingu e Tapajós que, se já estivesse disponível, substituiria a
atual, enorme e cara poluição do uso de termoelétricas, a qual, além
dos enormes malefícios ecológicos que produz, impede maior redução do
preço da eletricidade nas contas industriais e domésticas, com grande
prejuízo para a economia nacional e alta contribuição para a falta de
competitividade de nossa indústria.
Em ambos os casos, boa parte
das interrupções e atrasos se deve, além da incompetência administrativa
governamental, à falta da devida atenção às minorias, desrespeitadas e
ofendidas pelo descaso do governo e das empreiteiras. Isto causa a justa
revolta das minorias.
É claro que a vontade restrita das minorias
não pode prevalecer diante do amplo interesse nacional, que exige
investimentos em importantes obras infra estruturais, como irrigação e
geração de energia renovável.
Também é claro que os impactos desses
investimentos devem ser compensados, os prejuízos ambientais devidamente
mitigados e as mudanças e transtornos nas vidas das minorias
corretamente indenizadas, de tal forma que as alterações resultem em
melhoria do bem estar geral, inclusive e principalmente dessas minorias.
O importante é o correto e justo exercício da democracia em benefício de todo o povo brasileiro.
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