8 de janeiro de 2022

Para salvar a Praça Rodrigues dos Santos

Modesta contribuição ao debate em curso no IHGTap:

Proponho que a Prefeitura Municipal de Santarém suspenda as agressões à Praça Rodrigues dos Santos e contrate o SEBRAE para desenvolver plano de negócios de Galeria Popular unindo essa Praça à Feira da Candlha, criando dinâmico eixo de negócios nesse perímetro.

A Galeria Popular, contaria com dois a quatro pavimentos, criando espaço para cerca de 400 lojas, escritórios, consultórios, oficinas, sanitários e praças de alimentação. O plano indicaria a natureza jurídica da instituição administradora da Galeria Popular e sua forma de autofinanciamento e governança.

A Galeria Popular seria construída em terrenos desapropriados pela PMS e indenizados menor parte em dinheiro e maior parte em espaço comercial ou cotas-parte do próprio empreendimento, em valores médios levantados por três corretoras imobiliárias, incluindo lucros cessantes. A PMS recuperaria o investimento conforme os usuários compradores efetuassem o pagamento do sinal.

Por hipótese, os imóveis a serem impactados na criação desse precioso corredor dinamizador da economia local são os seguintes:

·        lojas Compra Tudo Utilidades e Vitória Variedades, na Praça Rodrigues dos Santos;

·        imóveis de números 650 a 660 no lado par da Rua Galdino Veloso;

·        prédios adjacentes à CDL-SERASA, a partir da loja Sanvidros, no lado ímpar da Rua Galdino Veloso que façam fundos com a Feira da Candilha, na Avenida Rui Barbosa;

·        a própria Candilha.

Os usuários típicos da Galeria Popular seriam as várias centenas de empreendedores, hoje atuando como ambulantes, cujos parentes, já estabelecidos, dispõem de know-how comercial básico, fontes de fornecimentos e capital em espécie acumulado por trabalho intenso, espírito acumulativo e natureza informal da atividade comercial.

Tais fatores criam potencial reprimido à espera de abertura para se transformar em riqueza.

Esse setor dispõe de capital pulverizado fora do sistema bancário e ele próprio financiaria todo o empreendimento, sem necessidade de desembolso estatal a fundo perdido para financiar setor que pode caminhar com as próprias pernas se a PMS funcionar como facilitadora e líder aglutinadora.

A Galeria Popular poderia ser essa abertura e seria muito maior e mais benéfica do que a projetada destruição de precioso patrimônio cultural. Além disto, pequena parte do investimento estatal orçado para destruir ensejaria a necessária restauração da Praça Rodrigues dos Santos, da Praça do Relógio - entre a parte baixa da Praça da Matriz e o Mercado Modelo - e do Largo da Usina - ao lado do Mercado Modelo, na parte baixa da Rodrigues dos Santos - ambos entulhados por camelódromos horrorosos, que precisam ser demolidos por esconderem o admirável prédio da Usina de Luz, o qual deve ser restaurado e transformado em facilidade cultural popular a ser definido em consulta pública - escola de danças folclóricas, por exemplo - e seus espaços externos - Praça do Relógio e Largo da Usina - ajardinados e arborizados.

Teríamos, então:

·        Paisagem urbana descortinada, emoldurada pelo casario da Rua Wilson Fonseca, pelo Teatro Vitória, por jardins no entorno da Usina de Luz;

·        Abertura de campo de trabalho, emprego e renda para grande contingente empreendedor ansioso por oportunidades e capaz de aproveitá-las;

·        Criação de um novo centro de artes populares na Usina de Luz;

·        Aperfeiçoamento da Praça como atração turística;

·        Expansão tributária da PMS pela dinamização da economia.

O nome deve ser Galeria Popular ou Galeria do Povo?

O Mercado Modelo deve ser transformado em “Bolshoi Popular” do Tapajós?

O governo deve financiar a fundo perdido particulares autossuficientes?

Sebastiao Imbiriba

07/01/2022

Nenhum comentário: