Modesta contribuição ao debate em curso no IHGTap:
Proponho que a Prefeitura Municipal de Santarém suspenda as agressões
à Praça Rodrigues dos Santos e contrate o SEBRAE para desenvolver plano de
negócios de Galeria Popular unindo essa Praça à Feira da Candlha, criando dinâmico
eixo de negócios nesse perímetro.
A Galeria Popular, contaria com dois a quatro pavimentos,
criando espaço para cerca de 400 lojas, escritórios, consultórios, oficinas,
sanitários e praças de alimentação. O plano indicaria a natureza jurídica da instituição
administradora da Galeria Popular e sua forma de autofinanciamento e governança.
A Galeria Popular seria construída em terrenos desapropriados
pela PMS e indenizados menor parte em dinheiro e maior parte em espaço
comercial ou cotas-parte do próprio empreendimento, em valores médios levantados
por três corretoras imobiliárias, incluindo lucros cessantes. A PMS recuperaria
o investimento conforme os usuários compradores efetuassem o pagamento do sinal.
Por hipótese, os imóveis a serem impactados na criação desse
precioso corredor dinamizador da economia local são os seguintes:
·
lojas Compra Tudo Utilidades e Vitória Variedades, na Praça
Rodrigues dos Santos;
·
imóveis de números 650 a 660 no lado par da Rua Galdino Veloso;
·
prédios adjacentes à CDL-SERASA, a partir da loja Sanvidros,
no lado ímpar da Rua Galdino Veloso que façam fundos com a Feira da Candilha,
na Avenida Rui Barbosa;
·
a própria Candilha.
Os usuários típicos da Galeria Popular seriam as várias
centenas de empreendedores, hoje atuando como ambulantes, cujos parentes, já
estabelecidos, dispõem de know-how comercial básico, fontes de fornecimentos e
capital em espécie acumulado por trabalho intenso, espírito acumulativo e
natureza informal da atividade comercial.
Tais fatores criam potencial reprimido à espera de abertura
para se transformar em riqueza.
Esse setor dispõe de capital pulverizado fora do sistema
bancário e ele próprio financiaria todo o empreendimento, sem necessidade de desembolso
estatal a fundo perdido para financiar setor que pode caminhar com as próprias
pernas se a PMS funcionar como facilitadora e líder aglutinadora.
A Galeria Popular poderia ser essa abertura e seria muito
maior e mais benéfica do que a projetada destruição de precioso patrimônio
cultural. Além disto, pequena parte do investimento estatal orçado para destruir
ensejaria a necessária restauração da Praça Rodrigues dos Santos, da Praça do
Relógio - entre a parte baixa da Praça da Matriz e o Mercado Modelo - e do
Largo da Usina - ao lado do Mercado Modelo, na parte baixa da Rodrigues dos
Santos - ambos entulhados por camelódromos horrorosos, que precisam ser
demolidos por esconderem o admirável prédio da Usina de Luz, o qual deve ser
restaurado e transformado em facilidade cultural popular a ser definido em
consulta pública - escola de danças folclóricas, por exemplo - e seus espaços externos
- Praça do Relógio e Largo da Usina - ajardinados e arborizados.
Teríamos, então:
·
Paisagem urbana descortinada, emoldurada pelo casario da Rua
Wilson Fonseca, pelo Teatro Vitória, por jardins no entorno da Usina de Luz;
·
Abertura de campo de trabalho, emprego e renda para grande
contingente empreendedor ansioso por oportunidades e capaz de aproveitá-las;
·
Criação de um novo centro de artes populares na Usina de Luz;
·
Aperfeiçoamento da Praça como atração turística;
·
Expansão tributária da PMS pela dinamização da economia.
O nome deve ser Galeria Popular ou Galeria do Povo?
O Mercado Modelo deve ser transformado em “Bolshoi Popular” do
Tapajós?
O governo deve financiar a fundo perdido particulares autossuficientes?
Sebastiao Imbiriba
07/01/2022