29 de março de 2020

COVID-19 em 29/03/2020 Alguns países


26 de março de 2020

Pandemia – Isolar ou aglomerar?


O CoVid-19 se propaga entre seres humanos através de contato físico de mucosas do recipiente com mãos ou objetos e gotículas de saliva lançadas pela fala, espirro ou tosse do transmissor.O vírus ataca o organismo inoculado que reage tentando impedir a penetração em suas células.
Se o organismo for jovem e sadio, os anticorpos neutralizarão o vírus, que morre em poucos dias sem que a pessoa infectada apresente qualquer sintoma da agressão.
Por outro lado, se houver baixa imunidade, por doença prévia ou idade avançada, o vírus vence a barreira natural dos anticorpos e penetra as células onde se reproduz causando adoecimento das vias respiratórias.
Dependendo de grau de infecção e de reação dos anticorpos, bem como da sanidade prévia do organismo, tratamento sintomático e respiração forçada por aparelhos, com duração aproximada de uma a quatro semanas, permitirão que o organismo se recupere e sobreviva. Em caso extremo o paciente não resiste e morre.
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As estatísticas do CoVid-19 indicam mortalidade inferior a três por cento dos infectados e propagação exponencial da infecção, em maior ou menor velocidade, dependendo da aglomeração das pessoas.
Se todo o povo estiver próximo, em condições ótimas de transmissibilidade, em menos de uma semana todos os indivíduos estarão infectados. A taxa de transmissão diminui conforme o grau de isolamento da população. De qualquer forma, a infecção se propaga até que a maior parte da população adquirira imunidade e o vírus seja impedido de se reproduzir. Este será o fim da pandemia.
O objetivo dos infectologistas é impedir que pessoas dos grupos de risco sejam atingidas até que que a pandemia cesse, isto é, que a maioria da população adquira imunidade, estágio em que o risco de infecção se aproxima de zero.
Aqui, o caso deixa de ser de medicina e passa a ser problema de logística porque, se o isolamento for total – risco zero – não haverá condições de prover a população com alimentos, tratamento médico e outras necessidades básicas.
Por outro lado, se o isolamento for mínimo – risco máximo – não haverá condições de prover assistência médica à maioria dos infectados.
Temos então, que o dilema consiste em calibrar o isolamento de forma a resguardar os grupos de risco e, ao mesmo tempo, manter a produção de bens e serviços em nível adequado a que toda a população seja abastecida e medicada.
E este é o grande desafio das autoridades médicas e políticas.

20 de março de 2020

Corona vírus versus economia nacional


Ao apresentar novas medidas econômicas para mitigar os problemas causados pela pandemia do Covid-19 o Ministro Paulo Guedes elogiou o Bolsa Família e diz que Lula mereceu ganhar várias eleições.
Milton Friedman, expoente do Liberalismo na Universidade de Chicago, é o pai da proposta do imposto de renda negativo, dinheiro pago pelo governo a quem tenha renda abaixo de determinado nível, de modo a equalizar e distribuir renda, eliminando pobreza e dinamizando a economia.
Hoje, essa ideia é promovida por diversos pensadores e eu defino como Renda Mínima Universal - RMU, benefício pago incondicionalmente a todos os cidadãos, substituindo todas as atuais formas de distribuição de renda, como BPC, Bolsa Família, Aposentadoria, Auxílio Desemprego, etc., e eliminando legislação salarial e outros entraves às relações de trabalho. Uma vez que a RMU o livra da pobreza, o cidadão não precisaria trabalhar e só aceitaria emprego que lhe proporcionasse compensação emocional e moral além da econômica, o que resolveria o problema do desemprego sistêmico provocado pela automação e inteligência artificial.
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Paulo Guedes raciocina dentro desta linha de pensamento econômico, reabastecendo financeiramente a base da pirâmide social para dinamizar a economia, estagnada há tanto tempo por erros macroeconômicos de administrações anteriores. Para facilitar o trânsito de suas propostas o Ministro justifica politicamente sua atitude citando o exemplo dado por Lula ao transformar as diversas bolsas introduzidas por FHC na Bolsa Família. É indiferente se o gato é malhado ou preto, o que importa é que nos livre dos ratos, no caso, fazer a economia retomar o crescimento.

Tais medidas são emergenciais e compensam minimamente a perda de renda de determinados segmentos do setor de serviços mais dispensáveis, como o de cabelereiro comparado ao de saúde. São válidos por  curtíssimo período por esgotarem rapidamente as reservas financeiras do Estado que, por sua vez, sofre enorme queda na arrecadação de tributos.
Por outro lado, os protocolos de quarentena devem preservar a produção e circulação de mercadorias para evitar desabastecimento e impedir o colapso total da economia e, por consequência, desorganização social.
Enfrentamos problema de solução extremamente complexa e multifacetada que requer esforço concentrado de todas as facções em busca de salvação nacional.

6 de março de 2020

Corona vírus versus globalização


Nos primórdios da indústria de processadores eletrônicos, os montadores de computadores pessoais, imitando a indústria automobilística, exigiu dos fabricantes detentores de patentes que as cedessem a terceiros, de forma a contar com fornecedores secundários, para manter fluxo, preço e qualidade em níveis adequados. O “second sourcing” tornou-se prática usual no Vele do Silício, primeiro com fornecedores norte-americanos, depois japonese, sul-coreanos e taiwaneses, finalmente, chineses. Só que, em vez dos fornecedores secundários estarem em países ou mesmo continentes diferentes, passaram todos a serem chineses. A China é hoje quase único fornecedor de muitas indústrias, no Brasil e outros países, inclusive componentes de computadores, telefones móveis e outros eletrônicos.
Resultado de imagem para imagem corona virusAgora, o corona vírus estanca o comércio chinês e paralisa montadores no resto do mundo. O que parecia ser vitória da globalização e do livre comércio, transformou-se em veneno para a economia mundial a requerer auto-regulamentação do livre mercado e, mesmo, da justificação do “America first” de Donald Trump e seus ataques contra a hegemonia da Huaway chinesa na quinta geração da internet móvel.
A Humanidade tem que encontrar meios de manter, não somente, concorrentes entre as mesmas tecnologias, mas entre tecnologias diferentes, sediadas em diversos países, continentes e hemisférios para garantir o fluxo de suprimentos para todas as montadoras do Mundo.
Isto pode criar oportunidades para zonas francas brasileiras, não apenas a de Manaus, mas de novas, possivelmente em Santarém e Macapá, dedicadas ao “second sourcing” associado a detentores de patentes de outros países, se soubermos convencer governos e industriais do quanto esta política é imperativa para evitar bloqueios por quaisquer motivos, inclusive pandemias.
O Ministério da Economia deve, imediatamente, nomear um Secretario ad hoc para estudar o tema, propor medidas legislativas, criar zonas francas e atrair indústrias.