Jovens rapazes da tribo vizinha, aventureiros
fogosos, resolveram fazer incursão na aldeia de Tanabi. Vieram eles furtivamente
na madrugada, roubaram farinha e piracui e ainda levaram três mocinhas para se
divertir com elas. Tanabi ficou deveras aborrecido. Juntou todos os jovens e homens
mais vigorosos, prepararam bordunas, arcos e flechas, se exercitaram até se
sentirem bem-preparados para a luta. Então esperaram por novo ataque. Quando os
meliantes, confiantes e orgulhosos da aventura anterior, voltaram ao ataque,
Tanabi e seus companheiros os surpreenderam com golpes tão terríveis que os
invasores, estropiados e humilhados, fugiram às carreiras para nunca mais
voltar. Mas Tanabi manteve seus orgulhosos companheiros sempre preparados e
atentos para dissuadir qualquer mal-intencionado. É por isso que se intitulam
guerreiros, isto é, fazedores de guerras.
Esta é também a origem das corporações militares, criadas
a milhares de anos na Mesopotâmia, quando o Homem descobriu que plantar era
melhor do que caçar e iniciou a agricultura do trigo cujos depósitos despertaram
cobiça em nômades caçadores. Ali se criou o embrião dos exércitos, os quais se
profissionalizaram quando a riqueza da agricultura se multiplicou, aumentando a
cobiça e os ataques de tribos belicosas aos operosos e pacíficos agricultores.
Mas estes agora podiam financiar dispendiosas estrutura militares para se
defenderem adequadamente.
Forças militares são como sistemas imunológicos que
defendem o organismo de inimigos internos e externos, soldados emulam glóbulos
brancos que atacam invasores indesejáveis causadores de doenças, sofrimento e
morte.
Para cumprir corretamente suas funções, as forças
armadas devem estar sempre bem treinadas e equipadas com instrumentos eficazes
contra ataques inimigos. Isto requer estudos geopolíticos atualizados, investimento
em pesquisa científica e tecnológica, em processos industriais e logísticos, em
informação e contrainformação, todos altamente sofisticados porque inimigos
estão sempre inovando e tornando obsoletos os sistemas de defesa e ataque dos adversários.
E o militar tem que estar sempre alerta
porque inimigo ataca furtivamente, de surpresa.
Os militares brasileiros guardam a memória de covardes
assassinatos de seus camaradas pela Intentona Comunista de 1935. Adeptos da
ideologia da revolução armada e sangrenta se queixam da reação militar a seus
macabros intentos. De parte a parte há antagonismo e ressentimento, mas os militares
estão do lado da legalidade constitucional e tem por finalidade defender a
nação e o Estado Brasileiro contra inimigos internos e externos.
Os reveses esquerdistas pela ação militar brasileira,
constitucional e patriótica, coibidora, repressiva e preventiva de sangrentas revoluções
marxistas, gera antagonismo e dá origem ao preconceito da esquerda contra defensores
de nossa democracia. Uma faceta dessa descriminação é a pecha de que todo militar
é bronco e ignorante, o que é falso. A arte da guerra é sofisticado exercício
intelectual, no qual o mais inteligente e mais culto pode vencer o mais poderoso
melhor equipado, e é por isso que grande número de oficiais das forças armadas são intelectualmente
tão bem preparados por instituições militares do mais alto nível, onde se
estudam os mais variados e importantes temas considerados no planejamento da
defesa nacional.
Tal descriminação é mero despeito de derrotados.