A
partir do início do século XXI a ciência da computação acelerou as pesquisas e
alardeou inúmeras profecias sobre inteligência artificial e seus crescentes impactos
na vida humana.
Hoje,
no limiar da terceira década deste século, algumas daquelas profecias se
tornaram realidade e muitas outras encontram-se em vias de acontecer.
No
dia 22 de abril de 2019 Elon Musk, Presidente da Tesla, anunciou para 2020 um
milhão de robotáxis, automóveis colocados a serviço do transporte automático
(sem motorista) de passageiros, enquanto seus futuros proprietários exercem
outras atividades, ameaçando serviços concorrentes como Uber e outros aplicativos.
A partir de então milhões de motoristas perderão seus empregos.
O primeiro robô da delicadíssima colheita de framboesa, apelidado de
"Robocrop", foi desenvolvido pela Fieldwork Robotics, originalmente
parte da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, e ameaça outros milhões de
trabalhadores rurais neste e em outros cultivares.
O robô computadorizado, dotado de inteligência artificial passa a raciocinar
com maior precisão e velocidade que o ser humano colocando em xeque a cognição
humana, em todos os domínios, tornando-a inútil e dispensável.
Isto
coloca a Humanidade em sério risco, diante de ameaças de extinção por completa
inutilidade, uma vez que - atingida a capacidade de se auto programar, auto
corrigir e auto reproduzir - o robô será totalmente autônomo do ser humano.
Não
restará ao Homem qualquer papel relevante nem na produção de bens materiais,
nem intelectuais. A Humanidade não servirá ao menos de alimentação das máquinas,
como se fossemos aviários ou pocilgas, porque máquinas se alimentam de
eletricidade e algum lubrificante.
Pergunta-se:
a) Poderão existir em paralelo duas sociedades, de um lado a comunidade das máquinas, auto regulada, produzindo para seus próprios benefícios e necessidades, e com as prioridades que ela mesma estabelecer; de outro a Humanidade que, gradativamente, ao longo da evolução da inteligência artificial, vai perdendo o protagonismo de sua própria existência?
a) Poderão existir em paralelo duas sociedades, de um lado a comunidade das máquinas, auto regulada, produzindo para seus próprios benefícios e necessidades, e com as prioridades que ela mesma estabelecer; de outro a Humanidade que, gradativamente, ao longo da evolução da inteligência artificial, vai perdendo o protagonismo de sua própria existência?
b) Seguirá
a evolução da inteligência artificial na direção do benefício da Humanidade,
fazendo-a evoluir em melhoria da saúde, longevidade e bem-estar, ou no de sua
destruição?
Podemos
especular se a sociedade das máquinas - que poderíamos chamar Maquinidade (Machinety)
ou Robonidade (Robotnity) - poderá ter sua economia centralizada, ou seja, não
haverá mercado, porque o processamento de Big Data poderá considerar todos os
fatores e planejar a operação de cada máquina em função de todas as demais.
Por
consequência, não haverá necessidade de dinheiro, da mesma forma que cada robô
será proprietário de si mesmo e a Maquinidade será totalmente transparente, uma
vez que cada máquina poderá quebrar em curtíssimo tempo a criptografia das demais.
Caso
a inteligência artificial evolua para o benefício da Humanidade, esta será uma
sociedade saudável, longeva, sem política, sem governo, diletante, dedicada aos
interesses individuais, mas totalmente regrada por leis e controle da
inteligência Artificial, que saberá mais sobre cada indivíduo do que o próprio.
Enquanto
o processo não atinge tal estágio, haverá muitos problemas a serem resolvidos
como o da subsistência da Humanidade crescentemente sem emprego nem renda, tornando
inúteis, por exemplo, esforços como o atual equacionamento da previdência social
e do desenvolvimento econômico, porquanto o desemprego generalizado desmonetiza
o mercado saturado de belas mercadorias sem compradores, o que exigirá a
instituição, entre outras, de políticas de renda mínima universal.
Quanto
mais rápido e objetivamente as nações do Mundo se ajustarem à inexorável evolução
da inteligência artificial, minimizadas serão suas ameaças e menores os
sacrifícios exigidos da Humanidade.