"Em toda a minha vida tomei por norma obedecer sem hesitar, a todas as ordens do governo. Depois que entrei para o Senado, tendo de manifestar uma opinião política encostei-me sempre naqueles que por suas ideias e procedimentos me parecessem oferecer maiores garantias de ordem em meu país ". Duque de Caxias.
Esta declaração mostra
o quanto Caxias julgava a ordem pública de extrema importância para o bem desta nação, sem a qual
é impossível trabalhar e progredir, até mesmo, viver. É por esta razão que
hierarquia e disciplina são tão estimadas e protegidas no meio militar que se
tornaram preceito constitucional da essência das Forças Armadas. Entre tantos méritos
de Caxias, o maior deles foi o de ser Conselheiro da Paz e Pacificador do
Brasil.
Quando chegue o
momento em que a nação se desfaz na desordem, a desarmonia impera e os Poderes se
digladiam, todos mandam e ninguém obedece, as utilidades públicas não mais
funcionam, o povo se vê ameaçado pelo crime, a fome, a doença e o desespero, só
restarão íntegros, preservados pela disciplina e a hierarquia, o Exército
Brasileiro, as Forças Armadas.
Resta, no entanto, a
terrível pergunta: Pode o responsável pelo cumprimento do artigo 142 submeter a
nação aos sofrimentos da desordem crescente esperando que a crise aumente ao
nível do insuportável, para proceder o restabelecimento da paz? Ou deve ele
prevenir e evitar as graves consequências da hesitação? É a hesitação
compatível com a cultura militar? Qual será, então, o momento da ação? Por
outro lado, pode ele correr o risco de arcar com o ônus da precipitação
indevida? A quem compete julgar este último caso?
O momento certo será o consensual entre Comandante
Supremo, Ministro da Defesa e Comandantes da Forças Armadas, desde que um ou
mais dos estados de exceção – Estado de Defesa, Estado de Sítio ou Intervenção
Federal – estejam em vigor, obedecidos os Princípios de Necessidade e
Temporariedade, sem que a crise seja debelada.
Isto implica submeter o país a sofrimento prolongado
até que ocorra a combinação de insucessos na aplicação das medidas de exceção
que eximam o Comandante das Forças Armadas do crime de responsabilidade.
Seria justo impor ao povo brasileiro tal agonia?
Estaria isto já ocorrendo agora?
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